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Audi GT50: uma homenagem dos estagiários da Audi ao motor cinco-cilindros

Em 2026, o motor de cinco cilindros da Audi completará 50 anos de produção contínua — uma trajetória iniciada no Audi 100 de 1976 e consagrada no Mundial de Rali e nas pistas americanas. Para antecipar a celebração, o time de estagiários da fábrica de Neckarsulm apresentou o Audi GT50, um conceito funcional baseado no RS3 Sedan e inspirado pela estética dos icônicos Audi da IMSA e da Trans-Am nos anos 1980.

Isso fica evidente nos paralamas alargados, na carroceria retilínea e, principalmente, nos elementos aerodinâmicos, como o splitter dianteiro, o spoiler traseiro e as rodas cobertas por turbofans funcionais. A grade dianteira também foi modificada para evocar o visual dos antigos modelos de competição da IMSA e Trans-Am.

Embora ele pareça um mockup com luzes acesas, você viu no primeiro parágrafo que ele é um conceito funcional, certo? Pois é, ele mantém o 2.5 TFSI de cinco cilindros original do RS3 Sedan, com 400 cv — afinal, ele é uma homenagem aos 50 anos desse arranjo de motor da Audi. O motor, aliás, chega ao seu meio século de estrada de forma tímida, sufocado pelas regulamentações e pela busca obsessiva da indústria (e governos) pela “eficiência”, por isso, ele é oferecido apenas no RS3 e no RS Q3 — além do Cupra Formentor VZ5 (o RS Q3 da Seat).

Embora pareça pouco provável que este conceito da garotada chegue à produção de alguma forma, é bom lembrar que, em 2021, os estagiários fizeram o conceito RS6 GTO que acabou inspirando o RS6 GT quatro anos mais tare. Considerando que o RS3 está no fim de seu ciclo, quem sabe a Audi não usa o GT50 como inspiração para uma versão de despedida?
Mitsubishi restaura o Pajero vencedor do Dakar de 1985

É difícil conciliar a imagem da Mitsubishi atual com a gigante que dominou o rali mundial por décadas, acumulando 12 vitórias no Dakar (sete delas consecutivas). Para relembrar esses tempos áureos, a fábrica decidiu resgatar o carro que começou tudo: o Pajero vencedor da edição de 1985, pilotado por Patrick Zaniroli e Jean Da Silva.
A história do carro, no entanto, beira o descaso. Depois da vitória histórica em Paris-Dakar, o carro foi estacionado em um canto do centro de P&D de Okazaki e lá ficou, acumulando poeira e esquecimento desde então.Para o projeto de 40º aniversário, a Mitsubishi convocou engenheiros veteranos da época do WRC e Dakar para trazer a máquina de volta à vida.
Tecnicamente, o Pajero 1985 era uma aula de engenharia. Baseado no chassi de longarinas original, ele teve o eixo dianteiro avançado para melhorar a distribuição de peso e a suspensão traseira de feixe de molas trocada por um sistema three-link com molas helicoidais. A carroceria usava painéis de carbono e Kevlar para reduzir a massa — lembre-se de que o Porsche 959 ainda não era realidade e a F40 sequer estava nos planos, na época.

O motor é o valente 2.6 litros turbo (quatro cilindros), entregando 225 cv. O atestado de robustez veio na abertura do motor: após quatro décadas parado, o bloco precisou apenas de uma revisão (limpeza e troca de vedações), sem necessidade de retífica completa. A equipe optou por manter a “patina” original, preservando os amassados e riscos conquistados nos 6.000 km entre a França e o Senegal.
Ranger terá 2.3 Ecoboost

A Ford peparou uma ofensiva dupla para a linha 2026 da Ranger, seu carro-chefe no Brasil. A estratégia, ataca as rivais tanto na base, quanto no topo do segmento.

A grande novidade da base é a chegada das configurações XL Cabine Simples e Chassi-cabine. Focadas puramente no trabalho, elas usarão o motor 2.0 turbodiesel Panther de 170 cv e 41,2 kgfm, acoplado exclusivamente ao câmbio manual de seis marchas e tração 4×4 com diferencial blocante. Com capacidade de carga de 1.250 kg e caçamba de 1.876 litros, essa versão é um tiro direto na Hilux CS, que hoje domina esse segmento sem concorrentes modernos.

Na outra ponta, a Ford confirmou a Ranger PHEV (híbrida plug-in) nas versões Wildtrak e Stormtrak. O conjunto mecânico combina o motor 2.3 EcoBoost operando em Ciclo Miller para eficiência a um motor elétrico montado dentro da caixa automática de 10 marchas. O conjunto tem “apenas” 279 cv combinados, e excelentes 69,3 kgfm de torque — como referência, isso é mais torque que a Ranger V6 Diesel (que tem 61 kgfm) e praticamente o mesmo torque do caminhão Mercedes Atego 1719.
O pacote de lançamentos para 2026/27 ainda inclui o Territory Híbrido, a nova F-150 Raptor e o SUV Kuga, cumprindo a promessa de renovação agressiva do portfólio.
Mercedes redescobre a “alta tecnologia” chamada parafuso

Quem mexe no próprio caro sabe como a engenharia moderna ama cola. Para economizar peso e tempo de linha de montagem, faróis, lanternas e painéis de porta viraram peças seladas. Trincou a lente do farol por uma pedrinha na estrada? Pode jogar o conjunto inteiro fora (eletrônica e LEDs inclusos) e comprar um novo por uma pequena fortuna. Ou você tenta abrir e acaba com um farol cheio de água e umidade.
A Mercedes-Benz, porém, promete reverter essa lógica. Em um movimento raro de “desprogresso” positivo, a marca anunciou a iniciativa Tomorrow XX, que prevê a substituição de adesivos e colas industriais por… parafusos e fixadores mecânicos.

O foco inicial são os faróis. A ideia é que a lente, a carcaça e os módulos de LED sejam parafusados entre si, permitindo que, em caso de dano ou falha, você troque apenas o componente estragado, e não a peça inteira. A mesma lógica será aplicada aos painéis de porta: sai a solda ultrassônica (que funde os plásticos permanentemente) e entram rebites termoplásticos removíveis, facilitando o reparo de máquinas de vidro e fechaduras.

A justificativa oficial da Mercedes é a “Sustentabilidade” e a “Economia Circular” (facilita a reciclagem separar vidro de plástico e metal). E ela está certa. Não adianta fazer carros elétricos e produzir lixo a toa. Para os entusiastas graxeiros, é a volta da reparabilidade. Um carro moderno que pode ser consertado com uma chave de fenda em vez de ser sucateado? Tomara que essa moda pegue.
Casio lança relógio inspirado no Honda RA272

Enquanto a Honda se prepara para voltar à F1 em 2026 com a Aston Martin, a divisão Edifice dos relógios Casio resolveu homenagear o início dessa história, lá nos anos 1960. O novo modelo ECB-2300HR-1A é um tributo ao lendário Honda RA272, o carro que deu à marca sua primeira vitória na Fórmula 1, quando Richie Ghinter venceu o GP do México de 1965.
O relógio traz as cores oficiais da Honda – o autêntico Championship White no bezel, e um anel vermelho no mostrador que remete ao “Hinomaru” (o sol nascente) que era pintado no bico do carro de 1965.

O detalhe que pega os entusiastas de carros (e não só de relógios), está na pulseira – mais exatamente no forro interno da pulseira, feito de camurça vermelha: ele traz uma estampa gravada a laser que reproduz os desenhos técnicos originais do motor RA272E — o V12 1.5 montado na transversal, que girava a 13.000 rpm numa época em que a maioria dos V8 mal passava dos 10.000.

Além disso, a fivela dourada traz gravado o número “11” (do carro de Richie Ginther) e a frase “Veni, Vidi, Vici” — a mensagem telegráfica enviada pela equipe para Tóquio após a vitória (que significa, do latim, “Vim, vi, venci”. Na parte externa da pulseira, há ainda as especificações técnicas impressas: “1.5L V12, 230hp, 12,000rpm”.

O preço no Japão é de 66.000 ienes — cerca de R$ 2.400 em conversão direta. Como temos o custo Brasil, com taxas de importação e ainda o fator exclusividade pelo baixo volume, pode esperar algo na faixa dos R$ 3.500, se ele for lançado por aqui.
O retorno do Elantra (mas só nas pistas, por enquanto)

A Hyundai confirmou sua entrada oficial no TCR South America para a temporada 2026, com uma equipe de fábrica batizada de Hyundai MSA. A equipe será operada pelos argentinos da PMO Racing (campeã de 2024), mas agora com o selo oficial da Hyundai N. A marca terá quatro uniidades do Elantra N TRC no grid, e confirmou o argentino Diego Ciantini como primeiro piloto.

Enquanto o Elantra de rua nos deixou em 2020 depois de uma passagem meio apagada, o modelo de competição é fruto da nova fase da marca, já desenvolvida após as investidas da Hyundai na Europa e no automobilismo europeu. O Elantra N TCR usa um motor 2.0 turbo preparado para entregar 350 cv e 45 kgfm de torque (relação peso/potência de 3,6 kg/cv), segurado por discos de freio de 380 mm com pinças de seis pistões. A aerodinâmica inclui uma asa traseira com suporte tipo “Swan Neck” de fibra de carbono.

A notícia, contudo, tem um gosto agridoce. Lá fora, o Elantra N de rua é um rival direto do Honda Civic Type R e do Jetta GLI, entregando 280 cv e equipado com e-LSD (diferencial de deslizamento limitado eletrônico) para conter o subesterço. Por aqui, o mais perto que chegamos de um modelo N foi com o Creta N-Line, que era apenas perfumaria para quem acha o visual original do Creta careta demais.

Por outro lado… o carro chega justamente após o fim da parceria entre Hyundai e CAOA, o que significa que a própria fabricante passa a controlar 100% da sua operação no Brasil. Ver a equipe oficial no automobilismo local pode ser o primeiro passo para, quem sabe, finalmente vermos a linha N — como o Veloster N — finalmente chegar ao Brasil.


