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Zero a 300

O BYD Seal | O GTI elétrico | O Bizzarrini Giotto e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

BMW mostra o Neue Klasse mais próximo da produção

É hora do salão de Munique de 2023, que como sempre hoje, não pode ser um salão do automóvel, no sir, tem que ser sobre mobilidade. É o  IAA Mobility 2023, realizado na capital da Baviera. Para este ano, nossos amigos alemães tem a mostrar para a gente que o futuro é elétrico. As grandes novidades das marcas alemãs apontam somente para isso.

E, como estamos em Munique, a casa da BMW, o maior deles vem exatamente dela: o novo-Neue Klasse. A empresa acredita que é uma nova alvorada, como foi o velho-Neue Klasse de 1962. O carro do passado definiu a BMW como a conhecemos: um sedã com motor em linha moderno inclinado para capô e centro de gravidade mais baixo, suspensão independente nas quatro rodas, com McPherson e pinhão e cremalheira na frente, uma distribuição de peso visando 50/50. Lembre-se: antes dele a empresa fazia carros minúsculos com motor de motocicleta, e gigantes sedãs barrocos com um V8. Nenhum dos dois era um grande sucesso.

O novo-Neue Klasse é realmente novo: a empresa se esforçou para criar algo que fosse a base do novo futuro eletrificado. É um novo conceito ainda, mas deve estar bem próximo do que veremos nas ruas no ano/modelo 2026. Este conceito se chama BMW i Vision Dee.

Um exemplo da maior proximidade com a versão real são as rodas de 21 polegadas, no lugar das de neon do conceito anterior. As lanternas traseiras alongadas imitam a combinação de grade e farol na dianteira, enquanto o novo logotipo minimalista da BMW está impresso nos para-lamas dianteiro e traseiro; não há outro tipo de emblema no carro.

A empresa jura que será 25% mais eficiente do que qualquer um dos elétricos que produz hoje.; também promete recarregamento 30% mais rápido. Diz que 1.000 km de autonomia não estão fora de questão. O carro será fabricado na fábrica da BMW em Debrecen, na Hungria, que está atualmente em construção e promete ser “livre de combustíveis fósseis”.

Dentro do carro está uma tela sensível ao toque em forma de paralelogramo, a nova interface iDrive. Botões multifuncionais no volante ainda estão presentes, mas a BMW também está introduzindo o que chama de “Visão Panorâmica”: gráficos serão projetados diretamente na linha de visão do motorista e em toda a largura do para-brisa. Motorista e passageiro dianteiro poderão interagir com esta tela maneira através de controle por gestos. O que deve ser uma graça de observar de fora. E tornar as brigas de casais um desafio para o pobre Neue Klasse.

A decoração interna é minimalista, clean. Os bancos são presos ao assoalho por um suporte único. O volante é bem diferentão, e parece que está girado a 90° quando está reto. Tudo parece, bem… realmente alguém tentando desesperadamente ser moderno.

No fim, a empresa promete 25% de eficiência, mas parece que a grande revolução é o design mesmo, e o mega-heads up display. Vamos ter que esperar o carro de produção e mais detalhes para saber se todo o barulho é por algo realmente diferente, ou é, como dizia o bardo, por nada. (MAO)

 

Conheça o VW Golf ID. GTI Concept

O fim do GTI com o benefício de um câmbio manual na semana passada mostrava já o caminho futuro; agora, no salão de Munique, a VW mostra esse caminho futuro: o GTI será, em breve, elétrico.

Ainda é um conceito: o VW Golf ID. GTI Concept. Mas todos sabemos que é realmente uma olhadela no futuro da marca. Afinal de contas, é baseado VW ID. 2all Concept que estreou no início deste ano: o elétrico “barato” da VW. O conceito nada mais é que o ID. 2all com o tratamento GTI. As rodas, por exemplo, são inspiradas no Mk1 GTI, e a empresa parece que vai pegar forte na nostalgia do design para não chatear demais os fiéis do logotipo tão amado.

Por enquanto, a VW não tem nada a dizer sobre como será exatamente este GTI, além de “um trem de força monomotor e de alto desempenho que possui bloqueio eletrônico de diferencial nas rodas dianteiras”. Mas diz que ele vai oferecer uma ampla gama de personalização por meio de simulações e ambientes: é o GTI Experience Control, que pode ajustar tudo, desde a suspensão até a sensação da direção, som e aparentemente até mesmo criar pontos de mudança de marcha simulados para imitar os GTIs de décadas passadas. Não me pergunte como isso funciona, e não faço ideia qual sua utilidade.

Se vocês lembram bem, o painel do 2all era reconfigurável até com instrumentos retrô simulados na tela; aqui podes conjurar o GTI de todas as gerações. Se o futuro não é interessante, simulemos o passado na tela digital, parece ser a ideia. Aparentemente um display heads up o ajudará em pista, mostrando um trajeto ideal, entre outras informações, e o passageiro também terá sua própria tela de informações de pista no para-brisa.

O carro deve aparecer em produção algum tempo depois de sua base, o ID. 2all, lá pelo ano de 2026. Ano-modelo 2027 parece uma boa aposta. (MAO)

 

Ingleses se revoltam com o crescimento da Zona de Emissões Ultrabaixas (ULEZ) de Londres

A revolta do povo inglês a respeito da expansão da Zona de Emissões Ultrabaixas (ULEZ) de Londres atingiu novos patamares, com alguns motoristas agora resolvendo o problema por conta própria. A Polícia Metropolitana relata que centenas de câmeras que leem placas foram danificadas, desativadas ou roubadas.

O ULEZ foi introduzido pela primeira vez no centro de Londres em 2019, antes de ser expandido em 2021 para os subúrbios internos da cidade. Mas a partir da próxima semana, cobrirá toda a Grande Londres – que inclui os subúrbios que abrigam mais da metade dos habitantes de da metrópole.

Os residentes não terão outra escolha senão pagar a taxa ULEZ de £12,50 (aproximadamente R$ 78) todos os dias que desejarem conduzir o seu veículo, se ele não estiver em conformidade com rigorosos limites de emissões. A maioria dos carros movidos a gasolina fabricados antes de 2006 e a diesel construídos antes de 2015 não se qualificam para isenção, e serão cobrados diariamente. Para piorar a situação, a taxa é cobrada além da Taxa de Congestionamento se um carro entrar no centro de Londres durante os horários de pico. Sim, um inferno total. Se você achou o rodízio de São Paulo uma desgraça suficiente para se mudar da capital, imagine isso.

O conflito político é grande para a implantação desta nova zona expandida; reflete a opinião da população, também dividida. Enquanto isso, apareceu até um grupo que se autodenomina “The Blade Runners”, que posta imagens nas redes sociais cortando fios e danificando caixas ULEZ. Até 1º de agosto, 288 crimes dessa natureza foram registrados pela polícia.

“As câmeras continuarão caindo”, disse Nick Arlet, um ativista que organizou protestos contra o esquema. Em declarações à ABC News, se abstém de responsabilidade pessoal pelo vandalismo, mas justifica tudo: “as pessoas estão com raiva”, diz ele. A rede de TV mostrou uma mãe que depende de seu carro a diesel de 15 anos para levar os filhos à escola e ao trabalho, dizendo que “Não tenho dinheiro para pagar as multas, não tenho dinheiro para trocar meu carro.” A vida cada vez mais difícil dos indivíduos mundo afora parece cada vez menos importante para os grandes planos políticos mundiais.

O debate sobre a ULEZ irá provavelmente continuar. Apenas um prenúncio do que está por vir: o banimento da venda dos carros à combustão em 2030, que o governo conservador inglês do primeiro-ministro Sunak parece não estar muito confortável, apesar de afirmar o contrário. Veremos. (MAO)

 

Seal: o elétrico de luxo da BYD no Brasil

Quer um elétrico modernoso cheio de telas coloridas e bling, para impressionar os vizinhos e passar imagem de gente prafrentex e atunada às novas tendências mundiais em tecnologia? Queria mesmo um Porsche Taycan, mas apesar de bem de vida, não consegue esticar as parcelas mensais de um carro que não custa menos de R$ 630.000 hoje aqui no Brasil? Não se importa que o seu carro tenha um nome esquisito, talvez “foca” em inglês, pois nem você nem a galera do clube de beach-tennis fala inglês? Não se aflija caro aspirante ao Big Brother Brasil 2024: seus pobremas se acabaram-se.

A BYD é uma marca chinesa que mesmo assim se orgulha de ter um nome inglês que é acrônimo de Build Your Dreams. Espera que a chamemos de “bee-ai-dee”, e não Bid (ou bê-ipsilon-dê), o que é de novo estranho; você pode chamar uma BMW e uma VW como quiser, mas a gente pode sempre pensar que o certo é como no país de origem: Bê-em-vê, Fau-vê. A China não tem pudores de sair exportando com nomes em inglês. Sabe que a gente acha mais chique que qualquer outra coisa.

Mas divago; o fato é que a BYD lançou agora o Seal, seu sedã de luxo elétrico moderno, pela bagatela de R$ 296.800. A comparação com o Taycan não é só no fato de ser elétrico, e o design. O Seal (Babeeee, I compare you to a kiss from a rose on the grey) mede 4.800 mm em um entre-eixos de 2.920 mm; o Taycan tem 4,963 mm e 2900 mm. Eu diria que é a versão genérica chinesa do Taycan, mas isso não seria educado, nem justo.

Conquistou 5 estrelas nos testes de segurança Euro NCAP; tem autonomia WLTP de 530 km e 372 km pelo padrão Inmetro. O painel acomoda um quadro de instrumentos digital com tela de 10,25″ e tela central suspensa e giratória com 15,6″, para o infotainment.

A lista de equipamentos é extensa. Teto panorâmico grandão, heads up display, rodas de liga leve aro 19″, faróis de LEDs, banco do motorista com ajuste elétrico e memória, câmera 360º com imagem HD, retrovisores externos com aquecimento e rebatimento elétrico, bancos dianteiros com aquecimento e ventilação, conexão 4G, chave presencial, etc.

O carro tem dois motores elétricos e tração nas quatro rodas; são nada menos que 531 cv, e uma aceleração de 0-100 km/h em 3,8 segundos. A velocidade é limitada à 180 km/h, certamente para poupar bateria, que sempre sofre à estrada em alta velocidade. Não, não vai causar medo algum à um dono de Taycan; mas o povo no clube de beach-tennis não vai perceber a diferença. Eu colocaria badges Porsche feito um dono de Chamonix: sem vergonha.

O carro foi concebido, na verdade, diz a marca, para ser um concorrente direto para o Tesla Model 3. Já está disponível nas concessionárias e canais digitais da BYD, com início de entregas a partir de setembro. (MAO)

 

O Bizzarrini Giotto

Como os bilionários continuam comprando todo e qualquer supercarro de mais de milhão que apareça à venda, eles continuam a aparecer sem parar. Agora é a vez de ser exumado o cadáver revivida a marca que levava o sobrenome de Giotto Bizzarrini. Recentemente a empresa renasceu, criando algumas “continuações” do famoso 5300GT.

10 motivos para você querer saber mais sobre Giotto Bizzarrini

Agora é hora de um novo Bizzarrini: o Giotto. E a gente riu do Ferrari Enzo, por seu nome do fundador invertido; agora já temos um Pininfarina Battista e um Bizzarrini Giotto. Esperando aqui o Lamborghini Ferruccio, o Rolls-Royce Charles-Henry, o Porsche Ferry, e o VW Adolf. Tá parei.

O fato é que o Bizarrini moderno, tal qual os dos anos 1960, foram desenhados por Giugiaro. Desta vez os créditos são do pai e filho, já que Giorgietto está com 85 anos, e é sócio com o filho Fabrizio de uma nova casa, GFG Style, depois de saírem da Ital Design em 2015. O projeto se iniciou com os dois ícones de 85 anos de idade ainda vivos, mas um deles, Giotto Bizzarrini, tristemente nos deixou já.

Giotto, Giorgietto, e os novos Bizzarrini: moderno e antigo

Junto com novas fotos do carro, a Bizzarrini fornece detalhes adicionais sobre o motor V12 que estará na taseira: tem deslocamento de 6.626 cm³, e foi escolhido especificamente em homenagem à data de nascimento de Giotto Bizzarrini, 6 de junho de 1926. É aspirado, e desenhado pela Cosworth. Que deve, também, estar muito feliz com essa nova onda de carros para bilionários.

Outras especificações técnicas ainda não foram divulgadas, mas sabemos que a tração é traseira, via um transeixo automático de dupla embreagem e oito velocidades. A empresa diz  que a carroceria foi meticulosamente trabalhada para otimizar a aerodinâmica.

O carro deve começar a ser testado perto do final de 2024. Não deve ficar pronto antes do ano-modelo 2026. Não se sabe o preço final ainda, mas um 5300GT Corsa novo, um carro que não pode ser emplacado, custa US$ 2 milhões cada. (MAO)