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Conheça o novo Citroën C3 Aircross
Como não poderia deixar de ser, o novo Citroën C3 é o feliz papai de mais um bebê SUV recém-nascido. O rebento é a cara do pai, fico feliz em reportar, ele mesmo um compacto suviforme como parece ser a tendência atual. Parabéns ao orgulhoso papai C3, e à mamãe Dona Stellantis de Resende!
É o Citroën C3 Aircross 2024, um SUV compacto que terá, pasme, uma variante de 7 lugares. Foi apresentado quase que simultaneamente na Índia e no Brasil, os dois augustos países de segunda linha responsáveis por seu desenvolvimento. Será vendido no segundo semestre, e produzido na cidade de Porto Real, no estado do Rio de Janeiro, um antigo distrito da cidade de Resende, e colado a ela.
O novo Aircross é diferente do C3; parece mais largo visualmente em fotos, algo que lhe fez bem em termos de aparência; certamente é mais bonito que o pai. O conjunto ótico é o mesmo visto no hatch, com uma linha em LED para iluminação diurna na parte superior. Mas a carroceria é mais volumosa na região das caixas de roda, o que faz com que o C3 Aircross pareça bem menos uma caixinha alta com rodinhas. Que, efetivamente, é.
Por dentro, é um C3 hatch. A mesma central multimídia de 10 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, mesmo painel, tudo igual, fora um detalhe ou outro. As versões mais caras vem com um cluster digital de 7 polegadas atrás do volante.
Na segunda fileira, existem saídas de ar-condicionado no teto, com controle separado de intensidade de ventilação. Os bancos 60/40% da segunda fileira correm em trilhos, o que facilita o acesso à terceira fileira, que tem dois lugares extras. Os bancos desta terceira fileira parece que são mais apertados que os já apertados bancos de terceira fileira costumam ser; parece que são só para crianças. O que faria dele um 5+2 então.
Esse terceiro banco será opcional, o que fará o porta-malas da versão de 5 lugares generoso; a , empresa declara 489 litros de capacidade neste caso. Mas os bancos da terceira fileira são removíveis facilmente, segundo a empresa, e pesam só 8 kg, então a capacidade máxima de carga é a mesma entre as duas versões. Bancos removíveis são uma ótima ideia para aumentar a versatilidade; mas sempre geram um outro problema inesperado, principalmente em garagem de prédio: onde deixar esses bancos fora do carro.
Tanto o entre-eixos quanto o comprimento total são maiores que os do Hatch: agora são 4320 mm num entre-eixos de 2670 mm. Ligeiramente menor que a Chevrolet Spin, seu maior concorrente, que mede 4360 mm, mas num entre eixos maior: a Spin mede 2620 mm. Ou seja, dois carros de tamanho equivalente, na prática. O vão livre do C3 Aircross é de 200 mm. Muito se fala sobre “DNA” de marca hoje em dia, e a maioria do que se fala é baboseira de aparência; mas entre eixos longo é característica clássica de Citroën.
Nada além da aparência e o interior foi revelado oficialmente, mas a Citroën adianta que o modelo nacional terá duas opções de motores. As apostas são claras: o 1.6 aspirado de 120 cv, disponível com câmbio manual de 5 marchas ou automático de 6. No topo, mui provavelmente o 1.0 turbo da Fiat, de 130 cv, com CVT. Parece que essas versões topo de linha terão rodas de 17 polegadas; um exagero para carros deste porte, e um que deve reduzir o desempenho e economia; mas algo totalmente esperado.
Não há informação de preço também. Mas olhe uma Spin, que você não vai errar o chute por muito. Ou seja, o equivalente a algo entre 100 a 130 mil reais hoje. Mas lembre-se: segundo semestre. Do jeito que as coisas vão, vai saber se isso não é preço de Mobi em agosto… (MAO)
GM se prepara para lançar Bolt EUV no Brasil. E descontinuar sua produção.
Eu lembro muito bem de 2017, e de como éramos ingênuos. Quando a GM lançou o primeiro Chevrolet Bolt, achamos que era o fim da Tesla: um carro elétrico tão bom quanto os do tio Elon, apenas um pouco menos veloz, e muito mais barato. MUITO mais barato. E de uma empresa de mais de 100 anos de tradição. Ah, a inocência!
Como aconteceu no caso do Volt, um híbrido bem mais inteligente que os Prius, e um pioneiro plug-in, ninguém ligou para o Chevrolet. Parece que não basta salvar o mundo: todo mundo tem que saber que você está salvando o mundo. Diga que tem um Prius ou um Tesla nos EUA, e sua virtude está estabelecida; se seu Chevrolet é elétrico, vai ter que explicar um bocado. E ninguém, na verdade, está interessado no seu Chevrolet. Andando na rua, é só mais um treco antigo de uma empresa antiga. Conhecem a expressão Virtue Signalling? Google it!
Existem mais fatores para este fracasso da Chevrolet, claro, mas este sem dúvida é um deles. E um dos motivos que várias empresas avidamente anunciam ser 100% elétricas em breve. Ninguém quer ser confundido com algo antigo, Deus nos livre. São as famosas seguidoras: vão fazer exatamente o mesmo que quem os obrigou a repensar sua vida fez, esperando assim alguma migalha deste almoço. E, muitas vezes, há uma vida a ser ganha nessas migalhas. Às vezes, cai até uns pedaços de bolo, e a vida vai bem até. O que? Humilhante? Vamos mudar de assunto.
Mas enfim, o fato é que o Bolt EV é vendido desde o ano passado aqui no Brasil, com preço que começa nos R$ 329.000. Já o Bolt EUV, sua versão SUV (que Deus nos ajude), está com lançamento nacional programado para os próximos dias.
Ei, espera um pouco. Chegou outra notícia aqui, sobre o mesmo assunto! Diz ela: “A produção dos carros elétricos Chevrolet Bolt EV e Bolt EUV na fábrica em Orion Township, Michigan, terminará no final de 2023. A CEO da General Motors, Mary Barra, anunciou a notícia durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre da empresa.” Ein?
Pois é. Não dá para entender mesmo. A GM se prepara para lançar também o Chevrolet Equinox EV e o Blazer EV aqui no Brasil logo em seguida à estreia norte-americana, e já existem carros aqui em teste. Essa de lançar agora um carro que será descontinuado em dezembro é de ficar pasmo.
Se é para gastar dinheiro em bobagem, traz meia dúzia de Corvette Z06 para a gente, ô GM! Vamos falar sério, nem fã de carro elétrico está esperando o Bolt. Garanto que a imagem será muito mais turbinada com um Corvette. Vai dar até no plantão do JN! O quê? Ninguém sabe mais o que é o Plantão do JN? Vamos mudar de assunto. (MAO)
Um Range-Rover Restomod, mas diferente
Sempre adorou os Range-Rover, mas não consegue de jeito nenhum engolir o moderno desenho de bagre ensaboado do carro atual? Gosta mesmo do desenho clássico do Range-Rover original, mas está preocupadíssimo que o mundo vai acabar numa bola de fogo gerada pelo aquecimento global? Quer fazer sua parte mas não seria pego nem morto dentro de um Tesla? Gosta de alto desempenho, mas nunca vai usá-lo realmente? Não tema, meu caro amigo cheio de problemas de primeiro mundo: seus probremas se acabaram-se.
Behold! O Range Rover Classic by Inverted. É tecnicamente um Restomod: um carro antigo com mecânica moderna, e totalmente reconstruído para ser literalmente novo de novo. Mas nesse caso, o inglês recebeu a mecânica californiana da Tesla.
O sistema foi literalmente retirado de um Tesla pouco rodado. Inclui uma bateria de 80 quilowatts-hora e uma unidade de acionamento. O motor é acoplado ao sistema de transmissão original do carro e tem potência máxima de 450 cv e 62 mkgf de torque. Assim equipado, este Rangie pode fazer o 0-100 km/h em apenas 5 segundos.
Como apenas o motor foi alterado, o veículo mantém sua capacidade de tração integral e seus eixos originais, que foram totalmente restaurados e reforçados para aguentar sua nova fonte de força. Também são novos os freios Alcon, bem como um pacote opcional de suspensão com amortecedores ajustáveis, barras estabilizadoras e molas 25% mais rígidas.
A empresa promete autonomia de 320 km com uma carga de bateria. Há um carregador integrado de 6,6 kW e também há uma porta CCS que fornece até 100 kW de carregamento rápido, fornecendo 20 a 80% de carga em cerca de 35 minutos.
O estilo do carro permanece quase que totalmente intocado, exceto por alguns recursos modernos, como os faróis de LED. Dentro da cabine, a receita é semelhante, mas mesclada com materiais mais luxuosos. Os preços no Reino Unido começam no equivalente a R$ 1.399.500. A Inverted oferecerá conversões de duas e quatro portas, e os planos são de montar não mais que seis exemplares por ano. (MAO)
Twisted começará a modificar o Suzuki Jimny
Twisted. Para quem não conhece a marca, é uma casa inglesa acostumada a pegar Land Rover Defender zero km, e transformar em algo bem mais especial. Acabamentos luxuosos, interior totalmente refeito, suspensões mais parrudas e várias opções de motores, que iam dos originais, até monstros V8 com mais potência que prudente para um Land Rover desses. A empresa fazia um fluxo bom de grana com isso; coisa de 50 a 100 carros por ano, cobrando forte por eles. Nice.
Mas aí, aqueles irritantes engenheiros de Solihull resolvem fazer um… pera aí, um novo Defender que é totalmente diferente do antigo? Modificar o atual Defender não parece um negócio tão lucrativo como antes. Começaram a pegar carros usados para modificar, mas isso mudou um pouco o seu modelo de negócio. O que fazer?
Bem, agora parece que apareceu a resposta: o Suzuki Jimny. Esta é a primeira vez em seus 21 anos de história que a Twisted Automotive faz uma conversão completa de algo que não seja um Land Rover Defender. Charles Fawcett, o fundador, descreveu o Suzuki Jimny como “quase um Defender em miniatura, com arquitetura, transmissão e sensação analógica semelhantes”.
A empresa publicou uma prévia de sua versão dele, chamada de “Little Twisted”. Pode se-ver pneus e rodas diferentes e maiores, e algumas modificação de cores e estilo. Grade na cor da carroceria, para-lamas pintados de cinza e bagageiro de teto da grife especialista Front Runner, que fornecerá os acessórios off-road para o carro.
Detalhes específicos do modelo serão anunciados no final de 2023, mas Fawcett revelou que seu Jimny oferecerá “handling e entrega de potência mais envolventes, utilizando nosso pacote de rodas e pneus Twisted junto com suspensão melhorada. Ele se beneficiará de amplo isolamento acústico, interface de mídia atualizada, sistema de áudio e nosso interior personalizado exclusivo”. Segundo a empresa, será uma reconstrução total do carro.
Nem disse exatamente o que será o carro, mas já está aceitando encomendas; a produção é limitada e quem quer um deve correr. O preço começará nos £ 50.000, o equivalente hoje a R$ 311.000. É mais de três vezes o preço de entrada de um Jimny normal na Inglaterra. Mas olhe de outra forma: para quem regularmente pagava não menos de £ 225.000 (R$ 1.399.500) para ter um Defender Twisted (alguns chegavam até um milhão de libras, aparentemente), é realmente um negocião. (MAO)
Harley-Davidson X500 mostrada oficialmente em Xangai
O centro do mundo automobilístico e seu maior mercado não é mais os EUA e a Califórnia, como foi por tanto tempo. É hoje a China. E isso vale para tudo, até motocicletas, apesar da paixão e dedicação dos indianos para com este tipo de transporte.
Por isso, a Harley Davidson, que já tinha mostrado teasers dessa moto, escolheu lança-la no salão de Xangai. É a companheira da X350, a nova X500. Como já falamos no passado aqui, é mais uma colaboração ítalo-americana, mas dessa vez o matrimônio é facilitado pela alcoviteira Qianjiang, chinesa que é dona da marca Benelli. A X500 é nada mais que uma versão da Benelli Leoncino 500, alterada, e para o mercado chinês.
A moto é uma Benelli sem muita modificação fora detalhes estéticos. É uma moto com um bicilíndrico paralelo de 500 cm³, arrefecimento líquido, 47 cv e 4,6 mkgf de torque. A X500 usa rodas de liga leve de 17 polegadas na frente e atrás e é traz freios a disco duplos na dianteira e um único na traseira.
Por enquanto, é um modelo chinês apenas, irmã da X350 menor. O preço começa no equivalente a faixa dos R$ 25.000 para a X350, e R$ 33.000 para a X500. Poderia ser uma forma de popularizar a marca por aqui, certamente, se ela desejasse explorar nosso mercado com a dupla. Mas a marca é “premium” no Brasil; não há como prever como seria recebida, ou que efeito teria na sua clientela tradicional. Mesmo que essa clientela ande diminuindo de tamanho por aqui, a olhos vistos. (MAO)