Há alguns dias postamos aqui uma disputa tète-a-tète entre dois dos hipercarros modernos mais rápidos do mundo: o McLaren P1 e o Porsche 918 Spyder. Agora, chegou a vez de saber como o P1 se compara à fera de Maranello: a LaFerrari.
O vídeo anterior foi feito pelos caras da Evo e foi cheio de impressões dinâmicas e tempos de volta. Para este comparativo, a revista Car preferiu uma abordagem diferente: levou os dois carros para uma estrada sinuosa na Itália e deixou que os motores fizessem o discurso. O resultado é de cair o queixo:
Provavelmente não há outro vídeo que te faça se sentir tão perto da LaFerrari e do McLaren P1. Enquanto pilotavam os dois hipercarros, Chris Chilton e Ben Barry rasgaram elogios a eles. Tanto o P1 quando a LaFerrari atacam com violência — o que é compreensível: o P1 pesa apenas 1.395 kg (seco) e tem um V8 biturbo de 3,8 litros e 737 cv e a ajuda de um motor elétrico que eleva a potência para 915 cv a 7.500 rpm, com torque de 91,8 mkgf a 4.000 rpm. A LaFerrari é mais leve (1.255 kg, também seco) e ainda mais potente, pois seu V12 aspirado entrega 800 cv e os motores elétricos mais 163 cv. Total: 963 cv a 9.000 rpm 98,8 mkgf de torque a 6.750 rpm — pura fúria italiana.
O P1 é mais barulhento: seu ronco parece mais alto e mais visceral, mesmo com o chiado dos turbocompressores — na verdade, eles tornam a experiência ainda mais intensa, e o auge acontece em altos 8.000 rpm. “O P1 definitivamente não desaponta no departamento sonoro”, comenta Chilton, que levou o carro de Maranello aos Alpes italianos. Isto não significa que a LaFerrari seja quieta — na verdade, o V12 de seis litros nunca para de berrar, ao contrário do que acontece no P1, que pode rodar por aí em silêncio absoluto, movido apenas por eletricidade (N.E.: há vários vídeos na internet que mostram a LaFerrari rodando somente no modo elétrico — funcionalidade bem limitada, incluída a pedido de alguns clientes, e não divulgada oficialmente pela fabricante).
É lógico, porém, que há muito mais nestes dois hipercarros que o ronco do motor. Durante o teste ambos compararam as qualidades dinâmicas dos dois carros e chegaram à conclusão de que seus acertos são bem parecidos, com forte tendência ao subesterço porém, ao mesmo tempo, a sensação de que você pode retomar a traseira e colocar o carro de volta no traçado com a força do pensamento.
Só que quando eles dizem “bem parecido”, significa que há algumas diferenças. E a impressão que fica é que a LaFerrari atingiu o equilíbrio perfeito e que o P1 está quase lá — embora ronque mais alto e mais selvagem, o V8 biturbo do P1 não entrega toda a sua força de forma tão imediata — algo que é especialmente sentido nas saídas de curvas mais lentas: o V8 leva um certo tempo para “encher” de novo e, quando o faz, é com um chute violento.
É divertido, mas não muito eficiente. O V12 aspirado da Ferrari transmite tanta força quanto o motor do P1, porém consegue fazê-lo de forma mais linear e suave, e ainda girando mais alto no processo. No fim das contas, o veredicto é dado em favor da LaFerrari — que ainda é maior e mais imponente, com um visual verdadeiramente futurista e desempenho mais equilibrado.
Para ambos os jornalistas, ambos os carros são, sem dúvida, o auge dos hipercarros hoje. Mas, entre eles, é a LaFerrari que te leva a se perguntar qual é o próximo passo na evolução. Agora só falta um comparativo entre P1, LaFerrari e 918 Spyder — aí a coisa vai ficar séria de verdade!