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O fim de Clarkson, Hammond e May
É realmente o fim de uma era. Jeremy Clarkson, Richard Hammond e James May deixarão de atuar juntos e encerrarão sua empresa de produção de conteúdo, a W. Chump and Sons. A notícia foi apurada pelo jornal britânico Daily Mail.
O trio começou a se formar em 2002, quando o antigo programa Top Gear foi repaginado com um formato mais moderno e dinâmico pelo produtor Andy Wilman em parceria com Jeremy Clarkson. Na época, Richard Hammond e Jason Dawe foram os escolhidos para formar o trio com Clarkson em frente às câmeras. Ao final de 2002, Jason Dawe optou por não continuar o programa e foi substituído por James May, que já havia feito parte da equipe do programa antigo. Foi quando o programa se tornou popular e começou a revolucionar a forma de apresentar carros na TV.
Já havia rumores de que o especial de Grand Tour no Zimbábue seria o último com o Trio, que já há alguns anos viu produções individuais de seus integrantes, e agora, com a apuração e a confirmação da produtora, os rumores se mostraram verdadeiros.
Não houve brigas ou animosidade no fim da parceria. O próprio Clarkson já havia dito anos atrás que não se via como um sexagenário fazendo o programa (ele tem 64 anos) e, mais recentemente, Richard Hammond disse que o encerramento foi algo que o trio decidiu há muito tempo pois eles queriam controlar “quando, onde e como” essa fase da carreira seria encerrada.
Jeremy Clarkson continuará com seu outro programa de sucesso, o Clarkson’s Farm, enquanto James May, aparentemente, terá mais temporadas de “Our Man In…”, no qual faz imersões turísticas em diferentes países, com foco na cultura além dos carros. Ele também já fez um especial gastronômico de uma temporada para o Prime Video. Richard Hammond, por sua vez, fez o The Great Escapists com Tory Belleci, do antigo Mythbusters. Os três deverão continuar com seus spin-offs no Prime Video. (Leo Contesini)
Audi não faz mais cupês nem conversíveis
Há 48 anos, em 1976, a Cadillac solenemente produziu o “último conversível”. Era um imenso Eldorado de 8,2 litros e tração dianteira; o resto da indústria americana já tinha abandonado os até ali sempre populares conversíveis. Até o Corvette roadster tinha parado em 1974.
Os motivos? Nos anos 1970 tivemos a revolução legislatória, onde segurança passiva, economia de combustível, e emissões de poluentes, além de um zilhão de outras coisas como altura mínima de faróis, passaram a ser regra. A indústria investia montanhas de dinheiro para fazer sua linha atender requisitos, e não havia tempo nem dinheiro para frivolidades. O clima econômico e social era depressivo, também, e se acreditava que as legislações de segurança proibiriam conversíveis, o que graças a Deus no fim não aconteceu. Os conversíveis e as deliciosas “frivolidades” que fazem a vida valer a pena voltaram durante os anos 1980.
Por que conto isso? Bem, este ano, em meio a investimentos monstruosos para atender legislações futuras (agora carro elétrico), a Audi anunciou que não fará mais conversíveis nem cupês do A5. Sim, os A5, S5 e RS5, do jeito que conhecíamos, não existem mais. Agora são o que eram os A4 antes, apenas sedãs e peruas. Ainda ontem contamos sobre os novos A5; agora a Audi confirmou que não existirão mais as versões “frívolas” deles.
Isso significa efetivamente que a Audi não fabrica mais cupês e conversíveis. A linha A5 de nova geração compreende apenas dois membros: o A5 Sedan (tecnicamente, é um liftback) e o A5 Avant. Ambos já possuem versões S5, com um RS5 a seguir, mas nada de cupê ou conversível. Lembrem-se que já não há mais Audi TT, nem muito menos o R8. A Audi diz que podem voltar elétricos, o que não nos anima muito, mas é melhor que nada. É isso aí; os caras que nos deram um R8 roadster, não fazem mais nem R8, nem roadster.
Outras marcas alemãs continuam a ofertar conversíveis e cupês como o Mercedes-Benz CLE e o BMW Z4; mas seu futuro, neste momento, não parece totalmente seguro também. Será que em 2026, exatos 50 anos depois, vamos receber a notícia do “último conversível”? (MAO)
GM do Brasil terá somente elétricos até 2035
Multinacionais instaladas aqui antes eram bastante independentes, e livres para formarem suas próprias estratégias locais. A Fiat, em grande parte, e mesmo debaixo da Stellantis, ainda é, muito pelo fato de que tem mais sucesso financeiro que sua matriz. Seu sucesso aqui mostra que é um caminho interessante.
A GM também atingiu a liderança de vendas local com um produto local, o primeiro Onix. Mas no caso dela, americana, a independência não é mais possível. A matriz, empenhada em parecer “do bem” e seguir os mandatos oficiais governamentais não só no seu mercado, mas também mundo afora, tem que repetir estratégias de lá, aqui. Um exemplo: no mesmo mês em que o Onix original se tornou o líder de vendas, também recebeu zero estrelas no LatinNCAP; na imprensa americana Ralph Nader foi exumado para gritar: “uma vida brasileira é menos valiosa que uma americana?”. O resultado foi mudança na estratégia local, por influência externa, e não interna.
Nos EUA, a GM se comprometeu em fabricar apenas carros elétricos a partir de 2035. Não, pera, na verdade disse que fará isso “em todos os mercados em que produz”. Então o Brasil está no meio. Um executivo da marca acaba de confirmar isso, dizendo que a meta é ser 100% elétrica em 2035, inclusive no mercado brasileiro.
O executivo se chama Fábio Rua, e tem um título que é quase uma monografia: vice-presidente de Relações Governamentais, Comunicação e ESG da General Motors América do Sul. Rua falou com o site Motor 1 durante o evento para o anúncio do investimento de R$ 1,2 bilhão em Gravataí (RS).
Disse: “Nosso objetivo ainda é ser zero acidentes, zero emissões e zero congestionamentos em 2035, produzindo somente elétricos em todos os países, incluindo o Brasil. Mas estamos atentos às demandas dos clientes, que estão pedindo pelos híbridos”, explica o executivo. Ecoa discursos de outros executivos da marca, embora aqui venha com mais veemência.
Boa sorte com esses objetivos, GM. Dois desses zeros aí parecem tão impossíveis quanto o fim da guerra, da fome e pestilência. Milagres acontecem, suponho, mas se eu fosse apostar… (MAO)
Lanzante cria versão de rua do novo Porsche 935
Lembra da Lanzante? A empresa adquiriu um lote de motores V6 Turbo TAG-Porsche, usados na F1 dos anos 1980, e os montou na traseira de Porsche 911 Turbo “930”, criando um dos mais malucos restomods já vistos. Coisa de DJ sampleador amalucado, mas sensacional de qualquer forma.
Agora a empresa anunciou outro produto interessante: uma versão de rua do Porsche 935 moderno, um carro especial que a Porsche criou, mas não homologou para uso em rua, só em pista. A empresa britânica existe desde a década de 1970 e tem uma longa história no automobilismo. Mas não desconhece conversões deste tipo: ficou famosa entre os entusiastas quando começou a fazer versões de rua do McLaren P1 GTR.
A versão moderna do Porsche 935 foi construída em apenas 77 exemplares. Há cerca de 18 meses, dois proprietários abordaram a Lanzante para tornar os carros legais nas ruas. Ambos os exemplos foram apresentados no Goodwood Festival of Speed do último fim de semana.
A modificação mais óbvia feita no carro é na frente. Como o 935 original foi projetado exclusivamente para a pista, ele dispensa faróis. A Lanzante criou novos para-lamas dianteiros que incorporam um par de faróis fininhos e discretos. A empresa inglesa também instalou um novo freio de mão e fez “alguma mágica” no sistema eletrônico e na suspensão do carro para torná-lo mais adequado para uso na estrada, segundo publicações que viram o carro ao vivo.
O resto do carro continua igual; só foi mudado o necessário. O motor permanece o original de seis cilindros biturbo com 3,8 litros e 700 cv, e câmbio PDK de dupla embreagem e sete velocidades. Preço? Se você precisa perguntar… (MAO)