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Zero a 300

O fim do Troller, Mustang perde 10 cv para as leis de emissões, o Corvette híbrido e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere conosco.

O Zero a 300 é um oferecimento do Autoline, o site de compra e venda de veículos do Bradesco Financiamentos. Nesta parceria, o FlatOut também apresentará avaliações de diversos carros no canal de YouTube do Autoline – então, clique aqui e se inscreva agora mesmo (e não esqueça de ativar o sininho)!

 

Mustang vai perder 10 cv para a legislação de emissões

Se os preços dos carros parecem nos levar de volta a 1987, as notícias sobre os motores parecem voltar mais dez anos no tempo, diretamente para o fim dos anos 1970, quando tudo era estrangulado para economizar e não poluir. Lembra dos V8 de 170 cv que os americanos produziram? Pois é disso que estou falando.

Em 2022, graças à vigência da nova fase do programa de baixas emissões da Califórnia (LEVIII), o Mustang GT e o Mach 1 — os dois modelos com motor V8 5.0 — perderão 10 cv e 1,4 kgfm para atender as novas regras. Com isso, o Mustang GT passará de 466 cv para 456 cv e o Mach 1 terá 476 cv em vez de 486 cv. Apesar da mudança, as marcas de consumo de combustível permanecem inalteradas.

Além disso, o Mustang terá duas novas versões para 2022: o Stealth Edition e o California Special. O primeiro será uma versão com elementos estéticos escurecidos, equipado com o motor 2.3 turbo, asa traseira e lanternas de LED do Mustang Ice White. O segundo, o California Special, será um modelo híbrido com motor 1.5 turbo vendido exclusivamente como única opção para castigar os habitantes daquele estado  um GT Performance Package com faixas de corrida na lateral, rodas de 19 polegadas e spoiler traseiro. E com 10 cv a menos, claro.

Ao que tudo indica, o V8 5.2 do GT500 não será afetado e continuará com 760 cv e 86,2 kgfm. Os pedidos dos novos Mustang com 10 cv a menos começam a ser feitos no fim do ano. Como o Mustang é trazido em lotes para o Brasil, acredito que ainda deveremos ter o Mustang 2021 até o início de 2022. Depois disso, só o modelo menos potente. (Leo Contesini)

 

Será este o Corvette híbrido “E-Ray”?

Com a supercarrização do Corvette, era de se esperar que ele fosse adotar a propulsão híbrida em algum momento do ciclo de produto desta geração. E ao que tudo indica, esse momento está próximo — talvez até influenciado pelo LEVIII da Califórnia.

Um protótipo sutilmente diferente do Corvette foi flagrado próximo a Nürburgring com camuflagem razoavelmente carregada e sempre próximo ao futuro Z06. O protótipo é intrigante, pois traz diferenças claras quando comparado ao irmão esportista, o que nos leva a crer que não se trata de uma variação com asa baixa do Z06.

Note as saídas de escape, que no Z06 são quatro, alinhadas na parte central da traseira, enquanto neste outro protótipo elas são agrupadas duas a duas nas extremidades. Note também os freios, que não parecem ser de carbono cerâmica como no Z06. Além disso, ele tem pneus Michelin Cup 2R no Z06 e Pilot Sport neste outro.

Isso tudo parece deixar claro que se trata de uma nova versão do Corvette, e não uma variação do Z06. Além disso, o que já foi dito sobre o futuro E-Ray (e-hey!), parece bater com estas características percebidas até agora.

É claro que o E-Ray (errei?) não será voltado para as pistas — afinal, o Z06 é quem vai fazer isso. Mas ele também não será um modelo amansado para satisfazer a turma da Califórnia. Espera-se que ele tenha 650 cv produzidos pelo V8 LT2 de 6,2 litros combinado a um motor elétrico que, talvez, seja posicionado na dianteira, o que faria deste Corvette híbrido o primeiro Corvette de tração integral. Contudo, é possível que ele tenha um motor de 48V instalado na saída do motor, como os híbridos leves. Isso resultaria em um E-Ray (irei?) mais leve e mais adequado à proposta supercárrica do atual Corvette, e ainda assim permitiria que ele rodasse somente no modo elétrico por alguns quilômetros.

Segundo a imprensa americana, a chegada do Corvette E-Ray pode acontecer em 2023, a tempo do aniversário de 70 anos do Corvette. (Leo Contesini)

 

O último Troller

Era inevitável e esperado, mas aqui está ela: a foto do último Troller produzido na fábrica da empresa em Horizonte, no Ceará. Fotos deste tipo são sempre melancólicas e tristes, mas esta é ainda mais. Não é apenas o fim de um carro, afinal de contas.

É o fim desta fábrica, e dos empregos das pessoas que o fizeram. Inclusive, muito provavelmente, também dos quatro funcionários que aparecem na foto. É o fim de uma marca brasileira, a Troller, que foi fundada em 1997, e sempre foi um sucesso, até o seu fim. É o fim do sonho de uma indústria automobilística no Ceará, e mais um passo para o fim das marcas brasileiras. E principalmente, é triste porque é um fim que não precisava acontecer.

Como sabemos bem, a Ford, dona da marca desde janeiro de 2007, ao encerrar suas atividades de manufatura no Brasil, ao contrário do que declarou inicialmente, resolveu que não mais deixaria ela sobreviver com outro dono eventual. Em agosto deste ano, declarou que quem comprasse a fábrica não poderia usar o desenho do carro atual ou a marca, efetivamente acabando com as esperanças dos 400 funcionários da Troller. Está realmente morta. Uma pena, pois o carro continuava com procura, a preços altos, como sempre. Uma morte natural é mais fácil de aceitar, mas não essa, matada: apenas por não se alinhar com os planos futuros da Ford.

A empresa declara que a produção de componentes continuará até o fim de novembro, e que as garantias serão honradas. ”A Ford continuará ativamente presente no Brasil, honrando todas as garantias e oferecendo um portfólio de vendas, serviços e peças de reposição para todos os clientes, incluindo os clientes da Troller. A rede de concessionárias não sofrerá nenhuma mudança e continuará a operar normalmente no Brasil. Mudanças futuras serão comunicadas com antecedência, com total transparência”- diz o fabricante. Por mais que gostaríamos de acreditar, Ford, é difícil. Especialmente neste caso, onde o histórico é dos piores. (MAO)

 

Próximo Audi A4 ainda terá motor a gasolina. E a Diesel!

A Audi, com todo seu ímpeto de eletrificação compartilhado por motivos políticos/legislatórios com toda indústria europeia, não parece disposta a abandonar a combustão interna ainda, pelo menos não em seu carro-chefe de vendas, o A4. Seria algo temerário; manter fichas em todos os jogos é o movimento certo aqui, ainda que aumente os custos da operação.

O novo A4, a ser lançado no próximo ano, será baseado na plataforma atual MBL, e continuará a oferecer uma versão perua. O carro é responsável por um quinto das vendas mundiais da Audi, um modelo ainda importantíssimo mesmo em tempos de SUV.

Deverá aparecer com vários tipos de propulsão, segundo reporta a revista Auto Express. A maioria deles virá com uma nova evolução do familiar motor a gasolina de quatro cilindros turboalimentado EA888, de 2.0 litros. Espera-se que venha com turbina de seção variável para melhor resposta a baixa carga e mais potência em alta, e injeção de altíssima pressão.

Mais opções de eletrificação estarão presentes: espera-se um sistema auxiliar híbrido baseado num sistema de 48v (o chamado mild-hybrid), e versões plug-in com uma bateria maior montada no eixo traseiro. Uma versão elétrica do A4 de próxima geração também é uma possibilidade.

Mas o mais interessante é que, mesmo depois de muitos fabricantes tentarem fugir dele, principalmente a VW (por motivos óbvios), parece que o novo A4 terá novamente versões turbodiesel. São vendas ainda muito expressivas para ficarem abandonadas. O executivo Oliver Hoffman diz que esses motores de nova geração diesel e gasolina serão “o melhor que já lançamos”. Amém! (MAO)