FlatOut!
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Zero a 300

O Lancia Ypsilon | O hipercarro Red Bull | Senna na Netflix e mais!

Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!

 

Lancia de volta: conheça o Ypsilon

Aqui no Brasil a marca Lancia é quase totalmente desconhecida. Nunca foi regularmente importada para cá, e a conhecemos bem vagamente, via fotos e reportagens, e um ou outro carro raro exposto em algum museu ou evento. Não deveríamos nos importar se ela vive ou morre como marca, mas nos importamos: o portfolio passado dela é simplesmente inimitável. Fundada pelo piloto Vicenzo Lancia em 1906, sempre teve uma tradição sensacional de engenharia, e vitórias em rali e pista; foi somente nos anos 1990 que começou a se reduzir a quase nada, e acaba vendendo apenas carros pequenos de luxo na Itália.

Mas não chegou a morrer, e a Stellantis prometeu reanimá-la. Logo a Stellantis que dificilmente precisa de mais uma marca para gerenciar; mas não vamos reclamar. Agora mostrou imagens do novo Ypsilon, primeiro carro desta nova fase, que deve ser apresentado oficialmente em 14 de fevereiro. Não deixa de ser um anticlímax, numa empresa que já fez o psicodélico e sensacional Stratos.

É um hatch pequeno, na categoria europeia chamada de “supermini”, a mesma do Peugeot 208 também da Stellantis. Foi apresentado no acabamento Cassina de edição limitada, exclusivo para a versão elétrica, como algo especial de lançamento. A Lancia prevê fabricar 1.906 “unidades numeradas e certificadas” em homenagem ao ano de fundação da marca. Depois virão os carros normais.

Além do anticlímax de ser um “208” da Lancia, não é que seu desenho seja surpresa, também. Já estamos bastante familiarizados com sua aparência em várias imagens vazadas durante o último ano, possivelmente vazadas pela própria empresa para criar interesse. Mas o fato é que é mais uma versão do Peugeot 208/Opel Corsa.

O novo Ypsilon vai inaugurar o sistema de infoentretenimento SALA (Sound Air Light Augmentation) da Lancia, que chegará a toda a gama futura. O cockpit digital tem um layout de tela dupla, enquanto um orbe iluminado na parte superior do painel provavelmente serve como um assistente virtual “aprimorado por inteligência artificial”. Uma Alexa italiana, que provavelmente discutirá acaloradamente as escolhas do motorista? Deve render boas piadas.

A Lancia não divulgou as especificações técnicas do novo Ypsilon. O único número oficial fornecido é o alcance WLTP, que é de 403 km com uma única carga. Esta autonomia é provavelmente alcançada através do uso de uma bateria de 54 kWh, que é compartilhada entre vários elétricos da Stellantis do mesmo tamanho e plataforma. O hatchback elétrico será seguido por uma versão híbrida, que deverá herdar o motor de três cilindros turboalimentado de 1,2 litros mild hybrid que já é conhecido na Europa em outros produtos do conglomerado.

É um começo. Na verdade, um re-começo. Mas se puder dar uma sugestão à marca, vamos levar isso à sério de verdade se um desses Ypsilon der luz à uma bravíssima versão Integrale para homologação de rali, e uma equipe oficial com as cores da Martini. É só uma sugestão. Se puder combinar um turbo e um compressor mecânico no mesmo motor, melhor ainda. (MAO)

 

Adrian Newey dá detalhes do hipercarro Red Bull

O RB16 e o RB18 são carros de fórmula 1 da equipe Red Bull. Cadê o RB17, você pergunta? O número foi reservado para um projeto diferente: o hipercarro da marca de bebida energética transformada em fábrica de carro. Um carro de rua da Red Bull? Não exatamente: será algo para uso em pistas somente, não homologado para as ruas. O carro de track day mais extremo que você pode imaginar.

Será obra da Red Bull Advanced Technologies, braço de engenharia do Red Bull Racing Group. Parece que é um bom negócio esse: lembre-se que já existe o Mercedes-AMG One e o Aston Martin Valkyrie nessa vibe de “F1 de rua”. Que não é de rua de verdade, neste caso. Se você lembra, o Valkyrie é idéia inicial do projetista de F1 Adrian Newey; este aqui também. Newey recentemente deu mais detalhes em uma entrevista de podcast.

Inicialmente era para ter um motor V8 biturbo; agora um V10 naturalmente aspirado que chegará até 15.000 rpm. Este V10 deve dar coisa de 1000 cv, mas será complementado por 20% mais de potência via motor elétrico. Newey disse também que o peso deve ser “abaixo de 900 kg”, o que é deveras impressionante.

Aerodinâmica será a forma que a carroceria será desenhada, literalmente. Newey diz que deverá ter tempos de volta de carro de fórmula 1 de hoje.  Mencionou 1.700 kg de downforce a 241 km/h, o que é, de novo, impressionante. A 193 km/h o peso do carro é igualado pelo downforce; o que significa que poderia andar “no teto” de ponta cabeça, a 200 km/h.

A produção será limitada a 50 exemplares, mas tecnicamente apenas 49 unidades estarão disponíveis, já que Newey tem direito a um. Preço? Vai custar pelo menos £ 5 milhões, ou mais de R$ 31 milhões, na Inglaterra. (MAO)

 

Cinebiografia de Senna deve estrear na Netflix em 2024

Estamos em 2024, o que significa que já se passaram 30 anos da morte de Ayrton Senna. A Netflix vem preparando algo especial para os fãs este ano: uma cinebiografia. E agora deu mais alguns detalhes dela.

A série terá seis episódios, e foi gravada na Argentina, Brasil e Uruguai. Deve estrear ainda este ano, se espera, apesar de uma data ainda não estar definida. A produção é dirigida pelo brasileiro Vicente Amorim e o ator brasileiro Gabriel Leone fará o papel de Ayrton Senna.

Disse a Netflix: “Ao longo de seis episódios, Senna retratará, pela primeira vez, a jornada de superação de obstáculos, altos e baixos, alegrias e tristezas de Ayrton, explorando sua personalidade e relacionamentos pessoais. O ponto de partida será o início da carreira do tricampeão de Fórmula 1, quando se mudou para a Inglaterra para competir na Fórmula Ford, até o trágico acidente em Imola (Itália), durante o Grande Prêmio de San Marino.”

Grande parte das cenas de pista foram filmadas na Argentina, nos autódromos de Buenos Aires, Balcarce e San Cayetano, que foram transformados para recriar os vários circuitos internacionais onde Senna competiu. Também foram filmadas cenas no Autódromo El Pinar (Uruguai) e em São Paulo (SP). Os carros de corrida são réplicas construídas especialmente para a produção, em Balcarce, por Tulio Crespi. (MAO)

 

JeepHeritage faz restomod em Cherokee SJ

O Jeep Wagoneer da geração SJ lançada em 1963 é um clássico SUV; um dos primeiros no idioma moderno, aparecendo, por exemplo, muito antes que o Range Rover inglês. Era também bem mais luxuoso e confortável que as peruas Jeep de antes, que conhecemos aqui com o nome de Rural. Foi um grande sucesso e durou até 1991. Derivado do Wagoneer SJ, apareceu uma versão “esportiva”, na verdade duas portas, chamada “Cherokee”, em 1974.

E é um desses Cherokee que vemos aqui, modernizado pelo tratamento restomod, realizado pela empresa americana JeepHeritage. É um modelo 1980 com o deliciosamente datado pacote “Golden Hawk”, que tem aparência clássica, mas tem sua usabilidade muito expandida pelo restauro e modernização.

O interior tem uma aparência simples e clássica, em bege. O carro é todo novo, inclusive chicote elétrico e vedações; particularmente chama a atenção o painel de instrumentos de alumínio com acabamento virolado, feito um Bentley antigo.

As opções de motor são várias no catálogo da empresa, mas neste caso aqui optou-se por manter o V8 original da AMC, uma unidade de 360 polegadas cúbicas (5,9 litros). Mas totalmente restaurado, e com um sistema de injeção multiponto ao invés do carburador original. Há também um novo escapamento em aço inoxidável e freios a disco nas quatro rodas.

O motor, os eixos, a caixa de transferência e a transmissão foram todos reconstruídos, fazendo um carro novo de um velho. A carroceria tem moderna proteção antiferrugem, e deve durar para sempre, mesmo andando na neve e sal do inverno americano. Obviamente não é algo barato, com toda esta mão de obra envolvida, mas é um mercado que só cresce, indicando que muita gente acredita que valha a pena. Este carro em particular custou à seu dono US$ 195.000, ou o equivalente à R$ 971.100. (MAO)