É impossível não admirar o nível de potência, tecnologia e desempenho dos chamados hipercarros. Porsche 918 Spyder, Ferrari LaFerrari e, claro, McLaren P1 impressionam com seus quase 1.000 cv, sua capacidade de chegar aos 100 km/h em menos de três segundos e o fato de serem tão velozes quanto muitos carros de corrida.
Só que ainda fica uma pergunta no ar: como eles seriam se fossem movidos puramente a combustão? É mais ou menos o que Chris Harris responde ao testar o McLaren 675LT. Para ele, o mais novo supercarro de Woking é praticamente um P1 sem os motores elétricos. Será mesmo?
Sem dúvida um dos melhores palcos para responder tal pergunta é o circuito britânico de Silverstone, onde a McLaren promoveu o evento de lançamento para seu 675LT. Como Harris explica (e você provavelmente já sabe, se acompanha o FlatOut) o 675LT homenageia, em seu nome, o McLaren F1 Long Tail, que tinha a traseira mais longa para gerar mais downforce na pista. Contudo, no caso do 675, o “LT” é uma licença poética, pois o carro não é mais longo, e sob a carroceria, ele é consideravelmente diferente do 650S sobre o qual é feito. E muito, muito veloz.
Harris começa dizendo que o 675LT está para o 650S como a Ferrari 458 Speciale está para a 458 Italia: é um carro mais leve, mais potente, e feito para se dar ainda melhor no circuito. Estamos falando de 675 cv a 7.100 rpm e 71,2 mkgf de torque a 5.500 rpm. São 25 cv e quase 2,5 mkgf de torque a mais, e a McLaren faz questão de deixar claro que não foi apenas uma recalibragem no módulo eletrônico do motor. O V8 de 3,8 litros teve 50% dos componentes substituídos, incluindo os dois turbos, cabeçotes redesenhados, novos comandos de válvulas e até uma bomba de combustível mais eficiente. A transmissão, por outro lado, continua sendo a mesma caixa de dupla embreagem e sete marchas.
Acontece que o motor é só o começo: diversos componentes espalhados pelo carro, como o freio aerodinâmico de fibra de carbono, os parafusos das rodas e o sistema de escape de titânio, e até mesmo as bielas do motor, foram pensados para reduzir peso. Ao todo, o 675LT é cerca de 100 kg mais leve que o 650S, pesando 1.468 kg. Mais potência, menos peso: a fórmula mágica para ser mais veloz. Colin Chapman vive. E o 675LT é capaz de chegar aos 100 km/h em apenas 2,9 segundos; aos 200 km/h em 7,9 segundos; e continuar acelerando até os 330 km/h.
É na pista, porém, acelerando e fazendo curvas, que se sente como o 675LT é mais próximo do P1 (especialmente se você já teve a chance de dirigir um P1…): tudo é imediato e violento, as trocas de marcha são sensivelmente mais rápidas que no 650S e, mesmo no modo “normal”, a suspensão é claramente mais rígida e a carroceria rola muito menos. Fala-se em molas 27% e 63% mais rígidas, na dianteira e na traseira, respectivamente.
Além disso, há dois modos de condução extras além de “normal”, “sport” e “track”. O primeiro é o “Dynamic ESP”, que torna o controle de estabilidade bem mais permissivo. O segundo simplesmente desliga tudo e deixa que você controle o 675LT no braço.
Chris Harris repete algumas vezes durante o vídeo a expressão “ridiculamente rápido”, e dá para perceber que ele realmente não consegue expressar melhor de outra forma.
Na verdade, o britânico acredita que o 675LT certamente andaria mais rápido que a 458 Speciale, por exemplo. E, apesar da óbvia desvantagem nas retas, também daria trabalho ao próprio McLaren P1 em um circuito mais técnico. Em termos de emoção, certamente é comparável. Não é à toa que todos os exemplares já estão esgotados…