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Zero a 300

O Mitsuoka Himiko | Um Jaguar XKSS de 57 milhões | Argentinos abandonados e mais!

Bom dia, caros leitores! Bem-vindos ao Zero a 300, a nossa rica mistura das principais notícias automotivas do Brasil e de todo o mundo. Assim, você não fica destracionando por aí atrás do que é importante. Gire a chave, aperte o cinto e acelere com a gente!

 

Conheça o novo Mitsuoka Himiko

Mitsuoka, aquela pequena marca japonesa famosa por suas reestilizações de temas diversos (mas, principalmente, ingleses) em carros japoneses, recentemente alcançou alguma fama devido ao mais recente especial do Top Gear Grand Tour, Eurocrash. Nele, Jeremy Clarkson dirige um Mitsuoka Le-Seyde, um carro baseado no Nissan Silvia S13, que lembra muito os Zimmer e outros “neoclássicos” americanos. Não o confundir com o Le-Seyde Dore, um conversível baseado, por incrível que pareça, no Mustang Fox-Body.

Enfim, a agora semi-famosa Mitsuoka lançou uma versão atualizada do seu popular modelo Himiko. Para quem não sabe (todo mundo) o Himiko é o tratamento Mitsuoka num Mazda MX-5 Miata. Limitado a apenas 10 unidades, o Mitsuoka Himiko 2024 vem só em uma versão, em sete cores diferentes.

O carro ganhou estofamento em couro, emblemas nos paralamas dianteiros e um logotipo em Cloisonné na grade dianteira. O equipamento básico do Himiko inclui assentos aquecidos, cruise control, reconhecimento de sinais de trânsito, navegação e um CD/DVD player. CD/DVD player em 2023? Pois é, retrô é retrô.

O Himiko é substancialmente maior do que o Mazda. Mede 4580 mm de comprimento, 665 mm mais longo que o Miata. O entre-eixos é aumentado, uma modificação realmente extensa: agora mede 2910 mm, contra 2310 mm do carro de que deriva.

O motor oferecido é o que equipa o Miata básico no Japão: um quatro em linha de 1,5 litro e 130 cv a gasolina, aqui com a transmissão automática de seis velocidades, claro. Custa ¥ 6.787.000 (R$ 230.758), ou o equivalente a mais ou menos o dobro do que vale um Miata básico por lá. (MAO)

 

Um Jaguar XKSS será leiloado em agosto

De um pseudo-retrô que se imagina um inglês dos anos 1950, para um inglês de verdade dos anos 1950, mas que se imagina no século XXI de Buck Rogers. A famosa casa de leilão RM Sotheby’s anunciou que no Monterey Car Week em agosto deste ano, vai leiloar um dos raríssimos Jaguar XKSS originais. A expectativa é que o seu valor ultrapasse 12 milhões de dólares, ou 57 milhões de reais. Barrabás.

O XKSS tem uma história interessante, muito conhecida, mas vai aqui o TL;DR: Depois de ganhar repetidas vezes as 24 horas de Le Mans com o ultra-aerodinâmico Jaguar D-type, o dono da Jaguar, Sir William Lyons, notório pão-duro, resolve abandonar as competições por não ter mais nada a provar nelas.

Mas isso deixou um monte de D-types, sofisticados e caríssimos carros de corrida no topo da tecnologia da época, sem uso. Lyons, claro, resolve isso fazendo mais algum: os transforma em carros de rua. Sim, vencedores de Le Mans convertidos para rua e vendidos pela Jaguar. Fazia 0-100 km/h em 5 segundos e chegava a mais de 270 km/h, em 1956! Um incêndio na fábrica, porém, faz com que apenas 16 deles tenham sobrevivido, os fazendo ainda mais raros e cobiçados.

Jaguar, 1957: uma bola de fogo visível da estratosfera

O carro a ser leiloado é famoso: originalmente pintado de creme sobre couro vermelho, o XKSS número de chassi 707 foi comprado por Lou Brero Sr., que morreu em um acidente de corrida antes que pudesse receber a entrega. Em vez disso, o carro foi vendido para Sammy Weiss, proprietário da Oxford Motors em Sacramento, Califórnia, que o vendeu para Sidney Colberg. O carro permaneceu na coleção de Colberg até que ele o vendeu para Lord Anthony Bamford (dos tratores JCB) em 1975.

Lord Bamford, o vendeu para Geoffrey Marsh, que o recondicionou antes de vende-lo de novo para a I.G. Campbell McLaren. Foi a McLaren que repintou o XKSS 707 em azul metálico e o registrou com as placas personalizadas do JAG 1 que ele usa hoje. O carro permaneceu com McLaren por anos, competindo em eventos históricos como o LeMans Classic, e foi destaque em várias revistas inglesas de carros clássicos.

Em 1992, foi comprado por Allen Lloyd, que descobriu que o carro não tinha mais o bloco do motor original. Lloyd conseguiu achar o bloco do motor original e o reuniu com o carro. O XKSS 707 permaneceu sob os cuidados dele por 19 anos.

A história é longa, mas todinha conhecida, o que aumenta a certeza de que não é uma falsificação. Sim, como em arte, isso é que dá o valor neste tipo de coisa. Com 25.535 milhas no hodômetro, tem tudo original e documentado: sua placa de número de série, número de chassi, motor e caixa de câmbio. Talvez o mais documentado de todos eles. Mas não o mais valioso: este com certeza é o chassi 713: o carro que foi de Steve McQueen. (MAO)

 

Mini mostra seu novo interior

A mini revelou fotos do interior de seu novo Mini Cooper EV 2024. Revela um desenho que é ao mesmo tempo evolutivo dos temas já tradicionais da Mini-BMW desde que apareceu em 2001 (o enorme mostrador central redondo, basicamente), e algo moderno e clean.

O elemento que mais chama atenção é o mostrador circular central, como sempre. Agora, o fabricante abandonou todos os instrumentos físicos em favor de uma tela circular enorme que abriga todas as funções de infoentretenimento, e aparentemente todas as outras informações para o motorista. Há também um HUD visível em frente ao motorista, mas no geral, é bem minimalista o interior.

O material do resto do painel do novo Mini Cooper elétrico parece bem diferente também. Parece ser envolto em tecido, mas tem luzes ambiente incorporadas. Os painéis de porta são simples e sem floreios estilísticos, como o resto do interior. Existem alguns interruptores logo abaixo da tela central, incluindo um interruptor para o seletor de marchas.

A Mini ainda não lançou o novo carro, mas confirmou que o Cooper E será equipado com uma bateria de 40,7 kWh e um motor elétrico com 181 cv. O Cooper SE mais esportivo recebe uma bateria maior de 54,2 kWh e um motor elétrico mais potente com 215 cv. Espera-se que os modelos tenham uma autonomia entre 300 e 400 km, respectivamente. (MAO)

 

Planta da VW em Taubaté em Layoff a partir de agosto

Aqui no Brasil, a crise parece que vem se tornando algo permanente. A Volkswagen confirmou layoff (suspensão temporária dos contratos de trabalho) na fábrica de Taubaté, São Paulo. A medida entrará em vigor a partir do dia 1º de agosto e poderá durar até cinco meses. A planta produz apenas um modelo: o mais barato VW, o Polo Track.

O motivo é o esperado: a empresa diz que é para “adequar o volume de produção à demanda atual do mercado”.  O lay-off era previsto para junho, mas foi adiado pelo pequeno võo de galinha do incentivo e redução de impostos do mês passado. A VW Taubaté não está sozinha: a planta de São José dos Pinhais, que produz o T-Cross, está com um turno em layoff desde 5 de junho. (MAO)

 

Artista fotografa carros abandonados em Buenos Aires

Existe algo em carros abandonados nas ruas que nos coloca a pensar. Tantas possibilidades, enterradas para sempre, à vista de todos, pela realidade fria financeira. Restaurá-los não vale a pena; seus donos não são conhecidos; a podridão do desuso se instala as vezes por décadas, piorando a situação. Ainda assim, a mente viaja, melancólica, nas possibilidades de fazer aquilo andar de novo e levar a gente para todo lado. Como um vira-lata abandonado irresistível, a gente quer adotar aquilo.

Gerardo Korn, um fotógrafo e artista alemão nascido em Buenos Aires, sentiu também esta compaixão por esses indefesos vira-latas de metal, e entre 2019 e 2021 caminhou pelas ruas de Buenos Aires à noite, em sua busca para transformar o abandono em arte.

Seu primeiro projeto “Revelações – Buenos Aires” foi declarado de interesse cultural pela Legislatura de Buenos Aires e exibido na Argentina e no exterior, em galerias de arte, centros culturais e representações diplomáticas argentinas. O projeto “Fierros en la noche” foi exibido pela primeira vez em 2020 na Cosmic Heart Gallery em Mumbai, que o representa na Índia e no Sudeste Asiático.

O site Motor 1 argentino entrevistou Korn sobre a obra e publicou as fotos. Para nós tem ainda mais interesse pela variedade da fauna que não temos por aqui, a diversa e diferente fauna argentina, que antes diferia tanto da nossa.  Reproduzimos elas aqui para que juntos possamos sentir a nostalgia de um futuro que não teremos; aquele imaginar pensativo de um resgate impossível. Mas que é claramente desejável.

Uma brincadeira aqui para vocês: quantos deles vocês conseguem identificar? E qual seria seu preferido para resgatar? (MAO)