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Zero a 300

O novo Dacia Spring | A volta do Scirocco | Hennessey promete mais de 480 km/h e mais!

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Conheça o novo Dacia Spring

O Renault Kwid acaba de ficar mais bonito. Não aqui; na Europa, onde é 100% elétrico, e usa a marca de baixo preço romena, a Dacia. É o novo Dacia Spring.

Não é um carro novo, apesar do desenho bem diferente: é ainda o mesmo Kwid que conhecemos aqui, com uma aparência externa e interna bem diferentes, alinhada com os novos Dacia, como o novo Duster. Desde o seu lançamento em 2022, o Spring elétrico é um sucesso por lá: um dos poucos elétricos realmente acessíveis, vendeu já mais de 140.000 unidades.

Mudanças substanciais foram implementadas no interior, onde há um painel totalmente novo. O cluster é digital de sete polegadas, e faz par com a indefectível tela sensível ao toque de 10 polegadas. O volante agora tem ajuste de altura, e é novo também.

Este Kwid elétrico romeno vem com 45 cv elétricos, dando tração nas rodas dianteiras. Opcionalmente, há versão mais potente de 65 cv, este último capaz de atingir desempenho de carro pequeno dos anos 1980: 0-100 km/h em menos de 14 segundos; o de 45 cv tem desempenho que faz inveja apenas à Fusca 1300: 20 segundos no 0-100 km/h.

A pequena bateria de 26,8 kWh tem autonomia para mais de 220 km e leva 45 minutos para carregar de 20 a 80%, se você tiver um carregador DC de 30 kW. Com um carregador CA de 7 kW, você terá que esperar quase 11 horas para que a bateria passe de 20 a 100%. Agora ele suporta carregamento bidirecional.

A Dacia diz que isso é mais que suficiente para o usuário típico do Spring, de acordo com sua pesquisa: os proprietários dirigem seus carros cerca de 37 km por dia, e cerca de 90% de todas as viagens têm menos de 70 km. Os dados da marca também mostraram que o Spring é conduzido a uma velocidade média de 37 km/h e que 75% dos proprietários carregam os carros em casa, somente.

A empresa tem justo orgulho de um dado: o Spring é o único carro 100% elétrico disponível na Europa que pesa menos de 1.000 kg. Embora a nova versão tenha mais equipamentos e melhor tecnologia de assistência ao motorista para atender aos regulamentos da União Europeia, ganhou apenas seis kg. A versão mais equipada, topo de linha, ainda assim pesa 984 kg.

Se considerarmos que a vocação do elétrico é este tipo de uso, diário e com itinerário fixo, preferencialmente com um carro a gasolina extra na garagem para ser usado em viagens maiores, o Dacia Spring pode ser o mais inteligente elétrico que existe. Inclusive no preço: deve ficar ainda abaixo dos € 20.000 (R$ 106.400). Para um elétrico, barato. (MAO)

 

Hennessey pronta para superar os 300 mph (483 km/h)

A Bugatti, depois de mostrar à que veio em seu renascimento, fazendo seu Veyron chegar a mais de 400 km/h, diz agora que abandonou a competição para ser o carro de produção normal mais veloz do mundo. Não vê necessidade de passar de 483 km/h, a barreira dos 300 mph. Claro: já mostrou quem é, não precisa mais provar nada, né?

Já a Hennessey texana, empresa de preparação que virou produtora de supercarros, está em outro ponto de sua história. Diz que ainda está em busca de conquistar o título. John Henessey, o fundador e CEO, foi ao YouTube para contar algumas histórias sobre seu passado e como planeja passar dos 300 mph em breve.

O Hennessey Venom F5 já mostrou ser capaz de chegar a 271,6 mph (437 km/h) em um teste durante 2022. Agora Hennessey diz: “Qual é o primeiro carro de rua de produção normal que pode atingir uma média de velocidade bidirecional de mais de 480 km/h? É exatamente para isso que estamos trabalhando. Este é o ano que vamos descobrir”.

Diz também que a empresa já tem o carro de teste específico quase pronto, já escolheu um piloto e, também, preparou uma equipe específica para o projeto. Resta um grande problema: o lugar para realizar o teste.

Não se sabe onde fazê-lo neste ponto; parece que a quase 500 km/h, quando apenas 7,2 segundos são necessários para percorrer um km, qualquer reta acaba rápido de verdade. A Hennessey espera conseguir autorização do governo do Texas para fazer o teste em uma rodovia fechada. Isso já foi feito no passado com outros carros, então é plausível que isso possa acontecer novamente. Hennessey diz que é uma corrida contra o tempo: Rimac e Koenigsegg são os rivais em potencial para a quebra da mítica barreira de 300 mph. Esperamos ansiosos! (MAO)

 

A volta do VW Scirocco

De acordo com a Autocar inglesa, a Volkswagen está estudando propostas internas de design, engenharia e fabricação para o retorno do Scirocco coupé. O carro, você se lembra, é um cupê baseado no Golf originalmente, lançado em 1974. Em 1982, ganhou uma segunda geração, que morreu em 1992. Voltou novamente em 2008, mas não foi um sucesso, e morreu novamente em 2017. Sempre foi um Golf cupê, nessas três encarnações anteriores.

O primeiro Scirocco, 1974

Mas agora, será um pouco diferente. Se voltar, será um carro elétrico. Parece que o estilo fará referência ao desenho de Giugiaro, das duas primeiras gerações, com fortes tons de 1970.  O Scirocco R topo de linha, segundo a Autocar, pode ter dois motores e tração nas quatro rodas. Scirocco de dois motores, o leitor do FlatOut sabe, já existiu no passado, por sinal.

O lendário VW Scirocco de dois motores

Mas a tradição de base Golf seria mantida: o hatchback ID 3 de segunda geração, que deve adotar o nome Golf em 2027, seria a base deste novo Scirocco. A ideia parece ser um carro elétrico esportivo que seria usado por várias marcas: um Porsche Boxster/Cayman de quarta geração, o Cupra Dark Rebel cupê e um Audi TT de quarta geração, além do novo Scirocco. A revista diz que o VW poderia ser lançado até 2028, se for aprovado.

Segunda geração, 1982

A revista diz que espera-se que o Scirocco comece com cerca de 300 cv, e culmine com mais de 400 cv na versão de motor duplo. As propostas iniciais de design para um Scirocco de quarta geração foram desenvolvidas no início do ano passado, logo após a chegada de Andreas Mindt como chefe de design da Volkswagen. Mindt, que anteriormente liderou o design da Bentley, referiu-se frequentemente ao Scirocco original de Giorgetto Giugiaro de 1974 ao explicar a sua visão para o visual da próxima geração de modelos Volkswagen.

O Porsche Boxster é hoje fabricado na Karmann em Osnabruck; exatamente o lugar onde o Scirocco original, de primeira e segunda gerações, eram fabricados. Seria uma interessante volta para casa, não? Bom, exceto a coisa toda de eletrificação; não se pode ganhar todas. (MAO)

 

Eletrificação dos automóveis recebe críticas nos EUA e na Europa

Ainda é cedo para se ter certeza de mudança; o investimento e a legislação que obriga a eletrificação da frota, nos EUA e principalmente na Europa, ainda está intacta. Mas alguns indícios de que nem tudo são rosas continuam a aparecer.

Luca de Meo

Esta semana, na revista inglesa Autocar, o presidente da Renault, Luca de Meo, escreveu um extenso artigo em que pede para que todos, governo e povo, prestem atenção no que acontece com a eletrificação e aumento de legislações em geral em cima do automóvel. Carros mais sofisticados, maiores, mais caros, fazendo cada vez menos pessoas om acesso a eles; o resultado é menor volume de produção, frota envelhecendo, e indústria europeia em perigo. E dá números para mostrar que sem a indústria do automóvel, a economia europeia vai para o buraco.

E a ameaça não é só legislação movendo preço para cima, segundo De Meo: a concorrência da Tesla e da China parece impossível de transpor, também. É um choro, sim, mas com base: muito é fácil de perceber há anos aqui de fora, mas é bom ouvir uma pessoa importante concordar publicamente.

Nos EUA, as políticas da administração federal atual, que empurra a adoção dos elétricos, parece também em cheque. Chega de lá a notícia de que o governo dos EUA deve adiar os planos de introdução de uma legislação rigorosa sobre emissões que aceleraria a adoção dos elétricos.

Os novos regulamentos da EPA deveriam entrar em vigor no ano-modelo 2027. Garantiriam que dois terços de todos os novos veículos leves vendidos até o ano 2032 fossem elétricos, os chamados “emissão zero”. No entanto, o crescimento da procura de carros eléctricos abrandou recentemente e está muito aquém das previsões anteriores. Os elétricos representaram apenas 7% das vendas no ano passado, e os revendedores de automóveis americanos imploraram a Joe Biden que diminuísse o impulso aos carros elétricos.

Hey Joe, I heard you shot your mama down

O fato é que os elétricos estão se empilhando em concessionários americanos, invendáveis nos volumes esperados pelo governo e indústria. E é pior com os usados: esses, são basicamente à prova de venda, e sem o giro dos usados, não há venda de novos. Os concessionários, longe dos escritórios blindados em torres de marfim dos capitães da indústria, onde a realidade aparece apenas em slides de powerpoint, sentem isso na pele. Estão apavorados, para dizer o mínimo.

Biden e sua equipe, segundo reportagem do New York Times, escutaram essa choradeira generalizada. O NYT diz que o governo deverá anunciar mudanças na legislação, que relaxariam as metas de emissões. Os detalhes de como e de que forma isso acontecerá ainda são desconhecidos.

Em dezembro, os republicanos aprovaram um projeto de lei para bloquear a regulamentação de emissões propostos pela administração Biden, acusando o governo de negar aos compradores de automóveis o direito de escolher o combustível que funciona melhor para eles e, potencialmente, de entregar empregos e dinheiro à indústria chinesa de automóveis.

Pois é: a transição elétrica parece que será tudo, menos pacífica e tranquila. Aguardem os próximos eletrizantes capítulos. (MAO)