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Conheça o Dodge Charger Daytona EV de produção
O futuro da Dodge foi finalmente revelado ontem. Depois de um renascimento sensacional nos últimos 20 anos, impulsionado pelo Charger de 4 portas e o Challenger de duas, e um V8 aspirado e OHV novo, com potências crescentes e eventualmente um supercharger, culminando em mais de 1000 cv, a marca americana revela um novo Dodge.
É na verdade uma linha de automóveis. O primeiro é o Dodge Charger Daytona EV, um duas portas elétrico; mas o futuro próximo verá o aparecimento de uma versão de quatro portas para substituir o Charger, e versões com o seis em linha biturbo de 3 litros da Stellantis, o mesmo já presente em Jeeps com o nome de “Hurricane”. Será chamado de “Sixpack” no carro Dodge.
Uma novidade é que, seja ele elétrico ou com o seis em linha biturbo, todo Dodge agora vai ter tração nas quatro rodas permanente. A ideia da Dodge é que os compradores não vejam carros elétricos ou a gasolina aqui: um muscle car, independentemente de como a potência é produzida. Tá bom, dona Dodge.
Em 2024, a única opção é elétrica. Vem em duas variantes, ambas em uma arquitetura de 400 volts. Primeiro, o R/T de 503 cv (496 hp) ou Scat Pack de 679 cv (670 hp). As versões seis em linha terão opções de 420 cv ou 550 cv. No lançamento, o Charger Daytona mais rápido fa 0-96 km/h em 3,3 segundos e faz 11,5 segundos no quarto de milha. A empresa chama ele de “o muscle car mais rápido e potente do mundo”.
É um carro pesado, claro: pesa 2648 kg, o mesmo que alguns SUV elétricos de sete lugares. É um carro grande, bem próximo das dimensões do antigo Charger V8: mede 5245 mm num entre-eixos de 3073 mm. Mas mesmo o mais pesado dos Charger não chegava a 2 toneladas. Os pneus têm seção 305 na frente, e 325 atrás; continua grande, potente e ameaçador.
A Dodge diz que não focou em autonomia, e sim em desempenho; isso significa que um Scat Pack pode andar até 418 km com uma carga completa, diz a Dodge. A bateria vai de 20% a 80% de carga em pouco mais de 27 minutos em um carregador rápido de 350 kW.
Sabemos que todos os Charger Daytona EVs apresentarão uma nota de escapamento sintetizada chamada Fratzonic Chambered Exhaust (nós merecemos). Uma versão desse som demonstrada ao público em fevereiro de 2023 parece muito com um V-8. Dodge diz que isso fornece feedback ao motorista e “melhora a sensação envolvente do carro”.
Exite mais uma versão a ser lançada em breve: o mais potente dos Charger, o substituto dos vários Hellcat anteriores. Será chamada de Banshee, e será elétrico agora, numa arquitetura exclusiva de 800 volts.
Estas primeiras versões do carro devem começar a ser produzidas no meio do ano. Sedãs de quatro portas, modelos movidos a gasolina, EVs de potencia mais baixa, e estas versões de extrema potência são esperadas no primeiro trimestre de 2025. (MAO)
BYD começa obras em Camaçari
Você lembra dessa história: saem os americanos com o rabo entre as pernas, chegam os chineses cheios de novas esperanças e estranhos carrinhos elétricos ainda mais estranhamente populares. A BYD vai produzir elétricos no Brasil, na antiga fábrica da Ford em Camaçari.
Oito meses depois de anunciar o investimento de R$ 3 bilhões para instalar esta fábrica, a BYD finalmente inicia as obras no complexo em Camaçari. A nova planta renovada deverá ficar pronta e operacional entre o fim de 2024 e início de 2025. Terá capacidade de quase 150 mil unidades por ano, e produzirá os BYD Dolphin, Dolphin Mini, Yuan Plus e Song Plus.
Serão 26 novas instalações, com galpões, pista de teste e outras estruturas. O fabricante afirma que não utilizará os prédios que eram da Ford, que serão destinados para os fornecedores se instalarem no local.
Atualmente, o fabricante é o 10ª no ranking geral e é a líder tanto na comercialização de carros elétricos quanto híbridos. Certamente surfa na maré sempre favorável da novidade, e da promessa do futuro elétrico. Resta saber se esta maré dura, ou vira marola como no famoso caso do Jac J3 no início da década passada. Afinal de contas, a BYD ainda tem que enfrentar os problemas inerentes dos elétricos; mas tem produtos à combustão também, se esta primeira investida falhar. O investimento no país e a instalação da fábrica mostram que as intenções são sérias. (MAO)
VW e Porsche processadas pelo incêndio do Felicity Ace
Lembram do Felicity Ace? O navio cheio de carros de luxo zero- km que pegou fogo e acabou afundando a cerca de 350 km das ilhas portuguesas dos Açores, no meio do Oceano Atlântico, no início de 2022. O navio partiu de Emden, Alemanha, em 10 de fevereiro de 2022, transportando 3.965 carros do Grupo Volkswagen, incluindo modelos Audi, Porsche, Lamborghini e Bentley, que acabaram todos no fundo do mar.
Agora a Bloomberg relata que o Grupo VW foi processado duas vezes por alegações de que o incêndio começou em uma bateria de íons de lítio dentro de um Porsche que estava no navio.
Uma das ações judiciais foi movida em um tribunal de Stuttgart, onde fica a Porsche. A ação é liderada pela operadora do navio cargueiro, Mitsui OSK Lines, e pela seguradora do Felicity Ace, Allianz. Curiosamente, este processo foi aberto há mais de um ano, mas parou para uma tentativa de acordo depois da abertura de um segundo processo em um tribunal de Brunswick, localizado na Baixa Saxônia, Alemanha. Agora voltam aos tribunais.
A VW é acusada de reter informações sobre os riscos associados ao transporte desse tipo de automóvel. Além disso, a ação movida no tribunal de Estugarda alega que a VW não divulgou as precauções necessárias para o transporte seguro deles. A controladora VW confirmou os dois processos, enquanto Mitsui OSK Lines e a Allianz, se recusaram a comentar o assunto. (MAO)
Ferrari roubada de Gerhard Berger é recuperada 28 anos depois
Uma história para lá de maluca: um Ferrari roubado há 28 anos é finalmente recuperado. E mais: pertencia originalmente à um piloto de FI, o austríaco Gerhard Berger. O carro é um sensacional F512M, a última evolução do Testarossa, e do 12 cilindros contraposto traseiro da marca. O motor flat-12 dava 434 cv no F512M, e apenas 501 exemplares foram produzidos.
O carro foi recuperado pela polícia do Reino Unido, com uma pequena ajuda da Ferrari. Mas ainda mais impressionante do que a descoberta, são as circunstâncias em que o veículo foi inicialmente levado.
Em 1995, no Grande Prêmio de San Marino, Gerhard Berger foi uma das duas pessoas no grid que teve seus carros roubados: Jean Alesi também teve sua F355 roubada. Apesar disso, Berger e Alesi foram bem no Grande Prêmio de San Marino de 1995: Alesi ficou em segundo lugar e Berger em terceiro; Damon Hill venceu com a Williams. E aparentemente seu carro estava intacto depois da prova!
Na sua investigação, a polícia inglesa descobriu que este carro, o F512M de Berger, foi levado diretamente para o Japão. O carro ficou lá até 2023, quando foi enviado para o Reino Unido e um comprador americano se interessou por ele. O comprador verificou a procedência do veículo com a Ferrari, que imediatamente contatou a polícia.
O trabalho de investigação da Polícia Metropolitana de Londres não foi difícil então: foi fácil determinar que era o carro de Berger, com ajuda da Ferrari. Apenas quatro dias após o início da investigação, a polícia decidiu localizar o carro e confiscá-lo para evitar que saísse do país.
Estima-se que o carro valha cerca de £ 350.000 (R$ 2.198.000). A polícia acrescenta que embora tenha confiscado a Ferrari, a investigação está em andamento e ainda não foi feita nenhuma prisão no caso. E nenhuma notícia, ainda, do carro de Alesi. (MAO)