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O novo IPI, até agora

O novo IPI é uma boa notícia? Difícil de medir ainda, neste momento. Redução de imposto é sempre bom por princípio, mas as notícias ainda são confusas no mundo real. O objetivo final é ter preços menores ao consumidor, claro, mas parece que um tempo será necessário para que as novas regras sejam digeridas pela indústria, e no fim dessa digestão, recebamos o resultado aqui fora no mundo real. Juro que a metáfora saiu assim sem querer.
Vou abrir um parêntese aqui se me permitirem, antes de continuar. O que nos deixa tristes é que ainda não há um plano de verdade para a indústria nacional. Desde que a abertura das importações e o imposto menor para os 1.0 criou um impulso gigante nela em 1990, nada mais aconteceu de verdade. Protecionismo só é bom como uma fase, uma ferramenta para proteger uma fase crucial de crescimento. Mas parece que é só o que temos desde então.

O Brasil tem que decidir se quer crescer como a China (que em 1990 era muito menor que a gente na produção de automóveis) ou vai abandonar a indústria como a Austrália, para ilustrar as duas possibilidades extremas. Precisamos de um plano a longo prazo; como estamos não é bom nem para indústria, nem para o consumidor. Apenas o governo mantem uma galinha de ovos de ouro, embolsando uma fábula de dinheiro a cada carro novo vendido.
Mas voltando à notícia. Tentando explicar rapidamente a base do novo IPI: um veículo seja considerado sustentável e receba o benefício da alíquota zero de IPI, ele deverá cumprir quatro requisitos: emitir menos de 83g de CO₂ por quilômetro; utilizar ao menos 80% de materiais recicláveis ou reutilizáveis; realizar etapas essenciais de produção no Brasil, como estampagem, soldagem, pintura, fabricação do motor e montagem; e se enquadrar em uma das seguintes categorias: subcompacto, compacto, utilitário esportivo compacto ou picape compacta.

Além disso, há uma tabela multiplicadora da alíquota baseada na potência do carro. Menos potente, menos imposto, é a lógica ilógica. E não, não dá para mentir a potência como era nos anos 1980; agora é tudo homologado, e assim era mesmo antes do novo IPI. Como em emissões, há de se provar a potência divulgada, antes de divulgar, para satisfazer a burocracia estatal. Por isso, certamente em breve teremos carros 1.0 de 74,7 cv: é a faixa mais baixa de imposto. Hoje é fácil: é só “capar” eletronicamente na calibração do motor. Mas é custo extra para os fabricantes, de engenharia até certificação. Abaixo está a tabela completa, que adiciona ou remove pontos percentuais da alíquota-base de 6,3%, baseada em potência.

E como isso está andando? Bom, para sabermos é necessário algum tempo ainda. VW, GM, Renault, Hyundai e Fiat já enviaram ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços o pedido de credenciamento de seus modelos de entrada mais baratos. Mas teve gente que recebeu anúncios de concessionárias como este abaixo, sendo ele já imposto a menos mesmo ou desconto fantasiado.

Por outro lado, a GM divulgou dados técnicos do Tracker 2026: o carro 1.0 turbo teve potência reduzida de 121 cv para 115,5 cv, para cair em faixa mais favorável do IPI verde. A recalibração garantiu desempenho igual, segundo a GM. Mas o preço reduziu então? Não, ainda começa nos PcD-friendly R$ 119.990. Neste caso, muito barulho (e dinheiro e tempo gastos) por nada.

Certamente teremos muitas mudanças e alguns carros devem baixar preço sim, especialmente os mais baratos. O que é algo bom, e deve impulsionar muita gente de volta às lojas. Por outro lado, mais uma vez é mudança emergencial e paliativa que continuará sabe-se lá por quanto tempo, usada para manter vivo um paciente que vive “com auxílio de aparelhos” já há mais tempo que devia. Já passou da hora de conversarmos sério sobre este paciente. (MAO)
VW promove visitas à sua fábrica e museu

A fábrica da VW na via Anchieta, em São Bernardo do Campo, faz parte da história da indústria automotiva no Brasil. Enorme, antiga, e com uma rica história, ainda assim permanece em funcionamento, modernizada e eficiente.

Reconhecendo esta importância além da empresarial, a Volkswagen vai abrir as suas portas para visitas guiadas do público. O tour poderá acompanhar de perto etapas como estamparia, armação e montagem final de modelos como Polo Track, Virtus, Saveiro e Nivus, além de visitar a Garagem Volkswagen, o museu da marca que fica nas dependências da planta Anchieta, também.

A visita tem caráter institucional, ou seja, não é técnica: não inclui palestras, conversas com engenheiros ou test-drives. Também não dá para visitar a Garagem separadamente. Tudo faz parte de um circuito único que dura cerca de 2h30. Para quem quiser registrar tudo, fotos e vídeos só são permitidos apenas no museu “Garagem Volkswagen”.

O programa é gratuito, podendo ser realizado em português ou inglês e acontece apenas em um dia na semana, sempre às quintas-feiras em horário comercial, com turmas pela manhã (8h30) ou à tarde (13h). É obrigatório ter 18 anos ou mais, apresentar documento com foto na recepção e fazer o agendamento prévio no site. Apenas 30 pessoas por passeio serão admitidas. (MAO)
Royal Enfield Guerrilla 450 no Brasil

Todo mundo lembra de quando a Honda CB450 tornou esta cilindrada popular no mercado brasileiro; quase uma CG maior, a CB 450 foi um imenso sucesso e ajudou a fixar a Honda como moto preferida em nosso país. Pois bem, a cilindrada agora está de volta numa moto de missão semelhante, mas não é uma Honda; na verdade nem de origem japonesa ela é. É uma Royal Enfield, a já famosa marca indiana de origem inglesa. É a Guerrilla 450.

A moto já foi apresentada lá fora e tem lançamento marcado para o Brasil em setembro deste ano. Agora, no recente festival Interlagos, a marca passou a aceitar encomendas, um processo que por algum motivo obscuro é chamado aqui no Brasil de hoje de “pré-venda”. Pré-venda semanticamente acontece antes da venda; uma encomenda é uma venda não? Sim, o sujeito pode desistir, mas até levando a moto para casa ele tem um tempo para desistir, não? Está no código do consumidor. Tá, parei.

O que interessa aqui é que a moto já pode ser encomendada. E é algo que dá vontade de fazer: parece realmente interessante. Não é uma moto retrô, tipo de coisa que fez a marca indiana famosa, mas tem um design interessante que imediatamente identifica a marca. Difícil de se conseguir, isso, mas a RE conseguiu.

A moto pode ser definida como uma nova Himalayan 450, mas em versão de rua. O motor é o mesmo monocilíndrico Sherpa 450, com 452 cm³ e arrefecimento líquido, que fornece ótimos 40 cv e 4,07 mkgf de torque. A transmissão é de seis marchas, com embreagem assistida e deslizante.

A Guerrilla 450 também utiliza o mesmo chassi perimetral da Himalayan, com o motor como parte estrutural da moto. As suspensões contam com garfo telescópico dianteiro com 140 mm de curso na dianteira, enquanto a traseira conta com amortecedor único de 150 mm de curso. As rodas são de 17 polegadas e calçam pneus sem câmara nas medidas 120/70 e 160/60, respectivamente. Há ABS de dois canais, com discos de 310 mm na dianteira e 270 mm na traseira. A moto pesa 184 kg em ordem de marcha, e o selim está a 780 mm do chão.

Há quatro opções de cores: Smoke Silver, Peix Bronze, Brava Blue e Yellow Ribbon. O preço ainda não foi divulgado. (MAO)
Koenigsegg Sadair’s Spear bate recorde em Goodwood

Lembram do novo Koenigsegg, o radical Sadair’s Spear nomeado em homenagem ao cavalo do pai de Christian Von Koenigsegg, o senhor Jesko Von Koenigsegg? Se não, é fácil explicar: esta é uma versão ainda mais radical do já radical Jesko. O carro, não o progenitor.
Pois bem, o Koenigsegg Sadair’s Spear estabeleceu um recorde durante o Goodwood Festival of Speed, a prova de subida de montanha realizada todo ano na frente da casa de sua majestade, Charles Gordon-Lennox, 11º Duque de Richmond. É agora o carro de produção em série, homologado para uso em vias públicas, mais rápido a negociar a entrada do castelo do Duque.

Ele completou o percurso em apenas 47,14 segundos, superando o recordista anterior, o Czinger 21C, por 1,68 segundos. O Czinger estabeleceu seu recorde no ano passado, roubando-o do Rimac Nevera, que completou o percurso em 49,32 segundos em 2023.
O Sadair’s Spear é uma versão ainda mais radical do Jesko, como já dissemos; mais especificamente uma versão mais radical da já radical versão Attack do Jesko. Ele usa o mesmo motor V-8 biturbo de 5,0 litros, mas pode gerar até 1.625 cv. É também 34 kg mais leve, pesando 1.360 kg a seco.
Os pneus são os Michelin Pilot Cup 2, medindo 275/35/20 na dianteira e 335/30/21 na traseira. Os compradores também podem optar por pneus Cup 2 R, ainda mais aderentes. O carro apresenta aerodinâmica revisada mais downforce em velocidades mais baixas e o fluxo de ar para o motor e os sistemas de arrefecimento.

O carro será feito em 30 unidades, todos já encomendados, a um preço não divulgado, mas que parece ser ao redor dos quatro milhões de dólares. Papai Koenigsegg deve estar radicalmente orgulhoso. (MAO)