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VW mostra o Polo Robust
O carro apareceu sem muito alarde e detalhes, e deve ser mostrado oficialmente no evento Expodireto Cotrijal, que vai de hoje até 8 de março. Mas é uma notícia no mínimo interessante: um Polo criado para uso profissional e rural, mais barato que o Track, até ontem o mais barato dos Polo.
Sim, você ouviu corretamente: o carro tem potencial para ser mais barato que os R$ 87.990 cobrados pelo Polo Track no varejo. Ainda que seja de uma maneira meio tangencial: não é exatamente por ter menos conteúdo, e sim, por ser um modelo exclusivo para empresas, venda direta. É o Polo Robust, sobrenome já usado antes na Saveiro “de trabalho”.
Quando andei numa “RAM” monobloco em 2002. E outros projetos que vi morrer.
Na verdade, este nome paira pela VW há muito tempo. Em Resende nos anos 2000 era uma ideia de se fazer uma picape VW média; acaba saindo de lá para ser projetada na Alemanha e virar uma picape tradicional com chassi chamada Amarok. Só depois vira submodelo da Saveiro, o nome aí pela primeira vez divulgado para o público fora da empresa. O nome significa algo realmente forte e barato, para uso pesado, na língua VW.
Não sabemos exatamente o conteúdo completo do carro, somente as diferenças adicionadas ao Polo Track; muito provavelmente o nível de equipamento será similar ao Track, com direção assistida, ar-condicionado, som, tudo de fábrica; mas não muito mais que isso. O motor é o mesmo tricilíndrico aspirado de um litro, 84 cv e 6.450 rpm e 10,3 kgfm a 3.000 rpm, sempre combinado ao transeixo manual de 5 marchas. Confesso que é o Polo que mais gosto, básico: simplicidade de uma alavanca de freio, câmbio manual e uma chave com buraco para ficar, é rara hoje em dia.
E o que muda? Basicamente pedido de frotistas que trabalham com agricultura: suspensão mais alta é o principal. Além disso, dois pacotes de acabamento: O primeiro com bancos em vinil, revestimento para o assoalho de borracha e protetor de grade frontal. Opcionalmente, some-se tapete de borracha no porta-malas e engate para reboque. Espera-se que depois da estreia da feira hoje, tenha-se mais detalhes dele.
Um modelo mais barato e de funcionalidade ampliada é raro hoje, tempo em que automóvel parece ter virado um artigo de luxo cada vez mais caro. Mas parece que ainda continua necessário, e com um mercado a ser explorado: esta é a prova disso. (MAO)
Um BMW série 7 fora de estrada. Sério.
O BMW série 7 E65, corrente de 2001 até 2008, para muitos foi o primeiro sinal de que algo estava diferente na casa que outrora fazia os “The Ultimate Driving Machine”. Estranho em design, com uma traseira saliente e proeminente que hoje conhecemos como Bangle-Butt (homenagem a Chris Bangle, o designer), com um irritante comando rotativo no console para controlar menus eletrônicos diversos, e com uma alavanca de câmbio automático na coluna, era tudo menos a elegância e atleticismo da anterior E38. Mas vendeu bem pacas, e validou então a experiência toda.
Todo mundo esqueceu hoje da E65, mas não E38, o que quer que isso venha a significar. Mas um sujeito da República Tcheca resolveu tornar o seu E65 pessoal em algo muito diferente e criativo. Ei-lo.
Sim, é um BMW série 7 fora de estrada. “Overlander”. E pintado no tema dos famosos Porsche patrocinados pela Rothmans, uma marca de cigarros inglesa, nos anos 1980. Sim, você ouviu corretamente.
Antes era um carro de serviço diplomático: um 730d de entre-eixos longo. O atual e terceiro proprietário comprou-o com 540.000 km no hodômetro e uma transmissão quebrada, então provavelmente fez um ótimo negócio.
Além da conversão off-road e a pintura Rothmans, outros detalhes visuais incluem a instalação de uma tenda montada no teto e quatro faróis adicionais posicionados em frente à grade. O carro tem um novo conjunto de rodas de liga leve inspiradas em ralis, envoltas em enormes pneus fora de estrada Yokohama Geolander.
O carro é mais alto do que o original em 50 mm. A suspensão dianteira tem buchas de poliuretano, enquanto os suportes superiores foram ajustados para corrigir os problemas de alinhamento causados pela maior distância ao solo. O próximo passo será a instalação de uma suspensão coilover de longo curso feita sob medida.
O motor turbodiesel de 3,0 litros permanece quase todo original, mas o sistema de controle de emissões foi removido e a potência foi aumentada dos 231 cv originais para 286 cv, cortesia de um remapeamento da ECU. A transmissão foi totalmente reconstruída, recebendo novos solenóides e software xHP stage 2 no processo. A potência é transmitida ao eixo traseiro com a ajuda de um diferencial de deslizamento limitado, embora o proprietário planeje atualizá-lo para um Quaife Torsen LSD no futuro.
Este “E65 Overland” já foi até o círculo polar ártico no fim do ano passado foi posto à prova em dezembro de 2023, parte de uma viagem para a Suécia e a Noruega. Apenas o início de suas aventuras, parece; você pode vê-las no perfil do Instagram @E65Overland . (MAO)
Campeonato Mundial de Rali abandona Híbridos
O WRC abandonará os motores híbridos para a sua principal categoria, Rally1, a partir do próximo ano, em uma tentativa de reduzir custos. O esporte introduziu motores híbridos na série Rally1 em 2022.
Para o ano que vem, porém, desistiu da coisa toda: agora somente com motores a combustão novamente, os carros serão movidos à “combustíveis sustentáveis” e dispensarão o motor elétrico de 100 cv. O comunicado a respeito disso é da FIA, oficial.
O novo regulamento para a temporada de 2026 exige que todos os veículos usem uma célula de segurança comum para reduzir custos e complexidade, e as equipes poderão desenvolver carrocerias com base em qualquer um de seus carros, inclusive SUVs compactos, que vamos falar a verdade, são os Hatch modernos.
Os veículos serão limitados a aproximadamente 330 cv e o custo de cada carro será limitado a €400.000, significativamente menos do que os atuais, que custam cerca de 1 milhão de euros cada um.
Embora o Rally1 se afaste da eletrificação, a FIA revelou que está a trabalhar para estabelecer uma “categoria elétrica” dedicada a ser introduzida no Campeonato Mundial de Rally “na primeira oportunidade”. Estes carros poderão utilizar a mesma célula de segurança que os veículos de Rally1 e alcançarão a paridade de desempenho com os seus homólogos movidos a combustão. Na verdade, acreditamos que esse comunicado diz: se precisar por lei, esses novos carros podem virar elétricos. Se não, ficam assim.
Toyota, Hyundai e M-Sport Ford são as únicas equipes que competem atualmente no Rally1. Em conversa com a Autocar, o chefe da equipe Toyota WRC, Jari-Matti Latvala, disse estar esperançoso: “Os custos são muito altos e os carros são muito caros”, disse ele. “Com os carros Rally1, perdemos todos os competidores privados que tínhamos com os World Rally Cars, porque os custos são muito elevados. Acho que retirar o híbrido e focar nos e-fuel ou no hidrogênio é o caminho a seguir para reduzir custos.”
Quando hidrogênio é uma forma de reduzir custo, sabemos que a situação é realmente ruim. (MAO)
CAOA e Hyundai fazem novo acordo e unificam lojas
A relação entre a Hyundai e a CAOA braileira tem contornos de novela, como bem sabemos. Quando a Hyundai decidiu vir ela mesmo ao Brasil, enfrentou os advogados da CAOA, e em 2021, eles venceram uma disputa na justiça internacional para que pudessem renovar o contrato com a Hyundai, podendo produzir e importar veículos da marca sul-coreana por mais 10 anos.
Agora, as duas partes parecem ter se acertado: a Hyundai passa a ter o controle completo da operação no Brasil, podendo importar e distribuir todos os seus carros, além de unificar as concessionárias. O Grupo Caoa receberá uma parte da venda dos importados e pela produção de veículos em Anápolis (GO).
A Hyundai e a CAOA anunciaram esta nova parceria, e explicaram as várias mudanças. A rede de concessionárias será unificada, algo importante para a Hyundai e que era uma grande confusão para os clientes. Existiam, se você não percebeu, efetivamente duas Hyundai por aqui. Agora, todas as concessionárias terão os mesmos automóveis disponíveis. O Grupo CAOA segue como concessionário, com 46 das 250 lojas da marca. É a parte que muda de verdade para o cliente aqui fora: só uma Hyundai finalmente.
O contrato anterior determinava que só a Caoa poderia importar os veículos da marca sul-coreana, limitando a Hyundai a comercializar somente os carros feitos no Brasil: HB20, HB20S e Creta. Agora a Hyundai irá decidir o que importar e cuidará de toda esta operação; CAOA receberá uma porcentagem de cada venda. E a fábrica de Goiás, da CAOA, pode continuar a fabricar carros da marca, aparentemente num esquema caso a caso: se valer a pena para ambos.
A Hyundai, certamente feliz por ter resolvido o problema (cedendo para o grupo brasileiro, claro), já marcou um evento para o dia 6 de março para apresentar alguns dos carros que serão importados nesta nova fase. Uma bagunça jurídica bonita essa, que parece finalmente resolvida. (MAO)