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Zero a 300

O primeiro Aston Martin | O ferro-velho mais valioso do mundo e mais!

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O ferro-velho mais valioso do mundo vai à leilão

Você pode ser desculpado em imaginar que, in this day and age, onde todo carro antigo importante é disputado à tapas e pescoções pelos colecionadores endinheirados, e que qualquer escombro (ou número de chassi válido) de Ferrari vale tanto dinheiro que faz adulto chorar de pé, nada mais resta para ser descoberto.

Mas este é um dos muitos exemplos de que há muita coisa ainda escondida por aí, esperando vir ao sol. Neste caso, esperando justamente debaixo do sol. A RM Sotheby´s anunciou um leilão que se chama “O Ferro-velho: A coleção Rudi Klein”. E que coisa impressionante ela é.

Rudi Klein era um imigrante alemão que chegou à América do Norte no final dos anos 1950. Ele começou como açougueiro, mas em 1967 fundou um negócio de ferro-velho em Los Angeles que se tornaria conhecido como Porche Foreign Auto, assim mesmo, com Porsche grafado de forma errada. Era um ferro-velho que lidava com carros então meio sem valor e esquecidos, mas que de alguma forma Rudi sabia valer a pena guardar. Porsche 356, velhos Mercedes-Benz, coisas do tipo.

Se tornou uma lenda em Los Angeles, pois sua coleção de carros permanecia escondida dentro do ferro velho, inacessível. Nunca foi aberta ao público, e pouquíssimas pessoas a viram. Entre os entusiastas, lendas sussurradas a boca miúda contavam histórias de Carreras, 300 SL, e outras raridades mantidas lá sem cuidado algum. Mesmo após a morte de Klein em 2001, seus dois filhos mantiveram os olhares curiosos longe. Até agora.

A RM Sotheby’s descreve a coleção de Klein como “o maior tesouro automotivo secreto do mundo” e usa palavras como ‘lendário’ e ‘mítico’ para descrever seu conteúdo. Que inclui o Mercedes-Benz 500K ‘Caracciola’ Special Coupe de 1935, um dos mais famosos Mercedes do pré-guerra, e um carro que por muito tempo foi considerado perdido.

Também inclui um Mercedes-Benz 300 SL cupê Gullwing 1955 de competição, com carroceria em alumínio. Um dos apenas 29 já construídos, um carro originalmente em preto que foi propriedade do lendário piloto e importador americano da Ferrari, Luigi Chinetti.

Há também o único Horch 855 sobrevivente, um Special Roadster de 1939. O único Iso Grifo roadster de fábrica, outro carro que se presumia perdido para sempre, está lá também. Nas fotos dá para ver pelo menos três Lamborghini Miura, Ferrari 365 GTC, e um Facel Vega. Também dá para ver Porsches e Mercedes empilhados até onde a vista alcança. Nunca pensei que escreveria uma frase assim.

A casa de leilão ainda não deu a lista completa dos carros, mas promete isso para setembro. O leilão está prometido para outubro de 2024. Dá vontade de ir lá nem que seja só para sentir o cheiro de tanto carro realmente bom. (MAO)

 

Aston Martin está procurando seu primeiro carro

Como já contamos aqui no FlatOut, em 1913, a empresa Bamford & Martin era criada em Londres para revender veículos Singer, GWK e Calthorpe. Lionel Martin, um dos fundadores, era um jovem bem-nascido de uma família cuja fortuna vinha da mineração de argila para a indústria de porcelana inglesa. Era muito bem relacionado com a sociedade da época, e era habitué do circuito de Brooklands, onde se reunia a parcela dessa alta sociedade mais ligada aos automóveis. Martin era também ávido piloto amador, e suas peripécias no seu pequeno Singer Special (um Singer Ten de 1,1 litro modificado para competição) ficaram famosas nesse influente meio.

Quando ganhou a prova de subida de montanha de Aston Clinton em 1913, Lionel Martin ficou famoso no meio. Um monte de amigos lhe pediu para fazer um special como o dele; uma cópia do carro de Martin que ganhou em Aston; um Aston-Martin. Para isso, pega o chassi pequeno e leve de um carro extremamente influente: o Isotta Fraschini tipo FE de competição para voiturette, e com ele cria o primeiro Aston Martin.

Isotta Fraschini: a importância da marca “azarão” do WEC

Acelere agora 111 anos e vemos a Aston Martin, hoje uma cruza de Ferrari e Bentley de sucesso, mantendo uma divisão chamada “Aston Martin Heritage Trust”, que pretende preservar e cultuar a incrível e variada história da marca. O Santo Graal de qualquer organização assim é o primeiro carro da marca, seu ponto de partida; mas neste caso, o paradeiro do primeiro Aston Martin é totalmente desconhecido.

A notícia de hoje então é que o Aston Martin Heritage Trust está agora tentando encontrar o veículo desaparecido. Na verdade, parece ser um pedido de ajuda; colocando esta frase para o mundo, pode conseguir pistas que levem a sua descoberta.

O carro, na verdade um veículo de competição, foi registrado como Aston Martin somente em 1915. Era um protótipo mais do que qualquer outra coisa. A primeira Guerra Mundial interrompeu seu desenvolvimento; Bamford lutou na França e eventualmente deixou o negócio.

Os registros do carro, ainda de posse de empresa então, dizem que depois ele competiu no London to Edinburgh Trial em 1919. Depois o carro foi “constantemente testado e desenvolvido ao longo do início da década de 1920, competindo em Brooklands e sendo usado como um carro normal por todo o Reino Unido – frequentemente posando para fotos em suas paradas, incluindo uma viagem de pesca de salmão no Loch Awe, Escócia”.

Lionel Martin e Robert Bamford: os fundadores

Como era um protótipo sem especificação fixa, o carro mudou inúmeras vezes ao longo dos anos. Em particular, as fotos mostram que usou pelo menos dois tipos diferentes de para-lamas dianteiros, bem como uma variedade de faróis e buzinas. Não tinha logotipo ou qualquer identificação externa; mesmo identificá-lo deve ser difícil, supondo que ainda exista.

O que o futuro reserva para a Aston Martin?

Apesar de sua importância histórica, a Aston Martin vendeu o carro por £ 50 em 1924. O Trust diz que era uma “quantidade razoável de dinheiro em meados da década de 1920, então é improvável que o carro tenha sido descartado naquele momento, mas nada mais se sabe sobre suas atividades depois disso”. Pode reaparecer? Parece difícil, mas nada é impossível. Será que está pegando poeira em algum prédio abandonado por aí? Quem sabe? (MAO)

 

Araxá 2024 terá leilão de clássicos também

O mais chique evento de carros clássicos bo Brasil, a exposição de Araxá, este ano tem patrocínio da Kia, e se chama “Brazil Classics Kia Show 2024”. Em sua 25ª edição este ano, acontecerá de 4 a 8 de setembro, no Tauá Grande Hotel & Termas de Araxá, MG.  Realizado pelo Veteran Car Club de Minas Gerais e pela Federação Brasileira de Veículos Antigos, o evento estima receber este ano 250 carros clássicos e público superior a 20 mil visitantes.

Durante o evento, a Picelli realizará também um leilão de carros antigos e especiais. O catálogo parece bem interessante, com opções para todos os bolsos; mas chama a atenção um 911 Carrera RS 1975 importado novo para o Brasil; um aqui raro Porsche 924 Turbo, e especialmente um magnífico Aston Martin DB7 1997 com câmbio manual!

Mas não só esses caríssimos clássicos: Citroën 2CV, MGB GT, e vários clássicos nacionais fazem parte do catálogo. Para quem vai ao evento, uma oportunidade de voltar para casa com algo interessante além das lembranças da exposição.

A visita aos lotes está programada para os dias 04 e 05 de setembro das 9:30 as 18:00 e no dia 06 de setembro das 9:30 as 15:00, no hotel onde ocorre o evento. O leilão será somente no dia 06/09 (sexta) a partir das 16:00h, no mesmo lugar. Será também transmitido ao vivo através do canal do YouTube do Circuito de Leilões.

Para participar do leilão presencial será necessário comprar o ingresso ou estar inscrito do “Brazil Classics Kia Show 2024”. O telefone (Whatsapp) para contato e detalhes é (16) 9-9777-8030.  O catálogo dos carros do leilão já está disponível no site. (MAO)

 

Que tal transformar o M2 em uma homenagem ao M3 E30?

Desde que foi lançado, o atual BMW M2 (G87) vem recebendo retoques de preparadoras para, digamos, explorar melhor seu polêmico design. A BMW parece disposta a desagradar quem sempre gostou dos seus carros e o M2 entrou na lista de produtos que poderiam ter sido melhores se alguém tivesse bom-senso.

Ao mesmo tempo, a BMW não se furta de fazer referências ao passado em seus novos produtos e em seus carros conceito. No ano passado, por exemplo, eles passaram a usar o logotipo antigo da divisão M para comemorar seus 50 anos, e apesar de fazer um SUV como “sucessor” do M1, eles encontraram uma forma de colocar duas ou três referências ao supercarro — em um SUV!

Mas o que a BMW parece não querer fazer é uma verdadeira homenagem a um carro do passado. Eu sei que eles fizeram o 3.0 CSL em 2022, com direito ao kit batmóvel e tal. Mas foi uma edição limitadíssima de 50 unidades que ninguém vê nas ruas — pode procurar fotos dele no Google: todas são de divulgação ou em estúdio, quando um deles aparece a venda. Um BMW com um toque retrô como os muscle cars americanos têm, não existe.

Então quem tem de fazer isso são as preparadoras independentes, que aproveitam o visual genérico do M2 para isso. É o caso da Zacoe, famosa por modificar modelos da Ferrari, Lamborghini e McLaren, que decidiu fazer um “M3 EVO DTM” moderno usando o M2 como base.

Batizado “Meister” em referência ao nome completo do DTM (Deutsche Tourenwagen Meisterschaft), o foco do projeto é o visual. O motor 3.0 biturbo de 480 cv foi mantido original, mas a carroceria ganhou novos paineis que dão a ele um visual de E30 EVO moderno.

O elemento que mais se destaca, claro, são os para-lamas salientes, com respiros integrados. Eles são conectados entre si por saias laterais como eram os carros do DTM nos anos 1980. E como os para-lamas ficaram mais largos, os para-choques também mudaram. O pacote é completado por um novo splitter frontal, um novo capô ventilado e um difusor traseiro combinado a uma asa traseira e um spoiler tipo duck tail — praticamente o mesmo pacote do BMW 3.0 CSL original.

Segundo a Zacoe, estes upgrades não são apenas estéticos: o splitter e o conjunto traseiro aumentam a downforce, enquanto o difusor exigiu um novo sistema de escape que tornou o ronco mais encorpado e agressivo.

Infelizmente o projeto ainda não tem fotos, apenas este conjunto de projeções digitais que ilustram esta nota. Também não há menção ao preço, mas a Zacoe diz que cada carro pode ser personalizado ao gosto do cliente, algo que, sem dúvida, pode resultar em variações drásticas do valor final. Não que seja um problema para quem procura esse tipo de serviço… (Leo Contesini)

 

Coreia quer proibir recargas completas de carros elétricos em locais públicos

Mais um dia, mais um desafio para esta tecnologia do futuro que são os carros elétricos. No começo de agosto, um Mercedes-Benz EQE pegou fogo enquanto estava estacionado em uma garagem fechada num condomínio residencial de Seul, dando início a um incêndio de proporção calamitosa que destruiu 880 veículos e deixou 1.600 pessoas sem água e luz por uma semana. Para evitar esse tipo de problema novamente, a prefeitura de Seul decidiu que é hora de intervir na questão do carro elétrico na cidade.

Entre as medidas, estão uma série de proibições e restrições aos veículos elétricos, que serão proibidos de atingir mais de 90% de carga em garagens subterrâneas, e também não poderão atingir mais de 80% nos carregadores rápidos espalhados pela capital coreana. Além disso, até mesmo os carregadores particulares poderão ter alguma limitação — que será feita pelo sistema dos carregadores.

As medidas podem entrar em vigor a partir de setembro, mas, não sem críticas, claro. Segundo o jornal local JoongAng Daily, especialistas em veículos elétricos contestam a decisão dizendo que não há evidências de que baterias cheias têm maior risco de incêndios. O professor Yoon Won-sub, da Universidade de Sungkyunkwan, disse que os elétricos são projetados para nunca atingir a carga máxima, ainda que o painel indique 100% de bateria. “Dizer que baterias cheias aumentam o risco de incêndio é algo não provado”, diz ele, que também é diretor de um laboratório de testes de baterias financiado pela Samsung.

Apesar do claro conflito de interesses do especialista entrevistado pelo jornal coreano, as estatísticas corroboram a ideia de que a bateria não é um risco como aparenta ser. Nos últimos três anos foram registrados 139 incêndios em veículos elétricos na Coréia do Sul, mas somente 26 aconteceram durante recargas. Como comparação, 68 incêndios começaram com o veículo em movimento e outros 36 com o veículo estacionado, mas não recarregando. É o caso do Mercedes EQE que deu início a esta discussão coreana.

Encerro com uma observação pessoal: o maior risco dos elétricos não está nas baterias em si, mas na rede local usada pelos carregadores. Há diferentes potências de recarga, porém nem todo carregador têm software de proteção para prevenir o uso de uma corrente elevada demais para uma determinada rede. Em resumo: usar a capacidade máxima dos carregadores sem que haja estrutura local, irá aquecer a fiação e, em último caso, causar o incêndio. Nos carregadores públicos é algo facilmente fiscalizável, mas como fica aquele seu vizinho que comprou um elétrico e instalou um carregador na sua garagem de 25 anos? (Leo Contesini)