Depois do nosso glossário especial com os significados dos nomes das fabricantes de automóveis, chegou a hora de falar dos nomes dos carros!
Demos prioridade aos nomes que fossem palavras interessantes, de modelos mais icônicos – caso contrário, esta lista não ficaria pronta nunca. E, como você deve ter deduzido, haverá mais partes!
Accord: o Accord é um dos carros da Honda cujo nome é inspirado pela música (acorde, em inglês). Acorde é um conjunto de três ou mais notas tocadas simultaneamente. Outro exemplo é o Honda Ballade.
Agera: o nome do supercarro sueco significa “agir”, no sentido de fazer algo ou de atuar, como em um teatro, em seu idioma natal.
Astra: vem do grego aster ou do latim astrus – que, em ambos os casos, significa “estrela”. O nome Astra foi usado pela primeira vez pela Vauxhall, que batizou assim o Opel Kadett D — uma geração anterior ao Kadett que tivemos por aqui.
Avantime: a mistura de minivan e grand tourer com motor V6 da Renault foi batizada com um trocadilho entre as palavras avant (que significa “à frente” em francês) e time (“tempo” em inglês), pois a fabricante o considerava à frente de seu tempo.
Aventador: como diversos Lamborghini, o Aventador leva o nome de um touro – neste caso, um animal famoso nas touradas espanholas no início da década de 1990.
Boxster: o Porsche Boxster tem motor boxer e é um roadster. Simples assim.
Bora: o supercarro lançado em 1971 que é considerado um dos maiores clássicos da Maserati foi projetado pelo estúdio Italdesign Giugiaro e batizado pelo vento Bora, que sopra no Mar Adriático e em diversos países do leste europeu.
É exatamente este o significado de outro Bora, o sedã da Volkswagen – como é chamado o Jetta em alguns mercados. Aliás, há outros Volkswagen batizados segundo esta convenção, como o Passat (que significa vento alísio, um tipo de vento que sopra dos trópicos para o Equador), o Vento (que é auto-explicativo).
Camaro: de acordo com a história, o nome camaro é uma gíria francesa para “amigo” ou “camarada”, e que a ideia do Chevrolet Camaro era criar um carro que fosse um amigo fiel de seu dono. Na ocasião do lançamento do muscle car, porém, quando questionada sobre o nome do novo modelo, a Chevrolet teria dito que “camaro é um pequeno animal que devora Mustangs.”
Carrera (nome/modelo): carrera significa “corrida” em espanhol. A Porsche já usou este nome para o 356, o 911 e no supercarro Carrera GT e a inspiração veio da Carrera Panamericana, uma corrida de estrada de longa duração realizada no México (semelhante à Targa Florio e à Mille Miglia). Embora a Porsche jamais tenha vencido uma edição da lendária corrida nas estradas mexicanas, o 550 Spyder foi o vencedor de sua categoria na corrida de 1953. O Porsche Panamera é outro modelo que homenageia a Carrera Panamericana.
Cayman: o caiman é um réptil da família dos jacarés e crocodilos que habita as Américas Central e do Sul. O Porsche Cayman tem este nome por causa dele, e não das ilhas Cayman, ao sul da Flórida – que também receberam este nome por causa do caiman. Quando os primeiros exemplares do Porsche Cayman chegaram às concessionárias, a fabricante adotou quatro caimans no zoológico de Stuttgart.
Celica: a Toyota buscou inspiração na palavra coelica, que no antigo Latin significa “celestial”.
Civic: quando a Honda lançou o Civic, em 1972, a ideia era criar “um carro para todas as pessoas, para o mundo todo”, de acordo com a própria fabricante. “Civic” vem de “civil”.
Corvette: “corvette” é o nome de um dos menores tipos de navios de guerra que existem. A palavra foi escolhida para batizar o Chevrolet Corvette porque o carro seria um esportivo compacto e ágil, assim como o navio.
Countach: ainda que os Lamborghini costumem ser batizados com nomes de touros, o Countach é exceção. No dialeto piemontês, falado no nordeste da Itália, countach! é uma exclamação usada para demonstrar surpresa, co como “caramba!”. E, de fato, o Countach surpreendeu ao mundo em 1974 com suas linhas retas e agressivas, de autoria de Marcello Gandini (leia mais aqui!).
Diablo: por outro lado, o Diablo tem o nome de um touro. Mais precisamente, um touro criado pelo Duque de Verágua no século 19, famoso por lutar contra o toureiro El Chicorro em Madrid no dia 11 de julho de 1869.
Elise: em 1996, o empresário italiano Romano Artioli era o presidente da Lotus, que havia comprado em 1993. O Elise, lançado naquele ano, foi batizado em homenagem à neta de Artioli, que se chama Elisa.
Enzo Ferrari: as Ferrari com nomes numéricos costumam ser batizadas de acordo com o deslocamento, o número de cilindros e o número de válvulas, em diferentes combinações. De vez em quando, porém, a fabricante italiana decide variar. A Ferrari Enzo na verdade se chama Ferrari Enzo Ferrari, em homenagem ao fundador da companhia.
Esprit: o superesportivo da Lotus, projetado por Giorgetto Giugiaro, seria batizado de “Kiwi” mas, felizmente, um comitê decidiu que a palavra francesa para “espírito” seria mais apropriada – até porque seguia a tradição da Lotus, cuja maioria dos modelos começa com “E”.
Fiero: o esportivo com carroceria de fibra de vidro e motor central-traseiro da Pontiac é um ícone dos anos 1980, e seu nome tem dois significados: “muito orgulhoso” em italiano e “feroz” ou “selvagem” em espanhol.
Firebird: irmão do Chevrolet Camaro, o Pontiac Firebird (“pássaro de fogo”, como você deve ter deduzido) aproveita o nome de uma família de conceitos apresentada pela General Motors na virada dos anos 1950 para os anos 1960 pois seu nome originalmente proposto, Banshee, foi vetado pela fabricante. Firebird é um nome inglês para o pássaro mitológico que conhecemos como fênix — o pássaro que morre queimado e renasce de suas cinzas. Ainda há um outro pássaro de fogo na mitologia eslava: trata-se de um pássaro com penas brilhantes que conversa com humanos para aconselhá-los e orientá-los. Contudo, o pássaro de fogo russo costuma enganar as pessoas que não considera dignas.
Gallardo: o primeiro supercarro com motor V10 da Lamborghini não recebeu seu nome por causa de um touro espanhol, mas sim por causa de uma raça de touros – assim como o Jalpa e o Urraco.
Ghibli: o Bora não é o único Maserati a ser batizado com o nome de um vento: o Ghibli, que hoje é um sedã de luxo mas na década de 1970 foi um grand tourer, também. Ghibli é o nome de um vento quente que sopra no deserto da Líbia.
GT40: GT, como você deve saber, significa Grand Touring. O GT40 tem este nome porque, do chão ao teto, tinha apenas 40 polegadas (101,6 cm) de altura. O supercarro lançado em 2005, inspirado nele, também se chamaria GT40 mas, além de não ter exatas 40 polegadas de altura, não pôde ser chamado assim porque uma companhia britânica que fabricava réplicas do GT40 na década de 1980 havia comprado os direitos sobre o nome, e se recusou a vendê-lo de volta à Ford.