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Stellantis fecha histórica fábrica da Vauxhall em Luton
“Blinded by the Light” chama o filme. É uma história real; foi inspirado no livro autobiográfico do jornalista inglês Sarfraz Manzoor de 2007: “Greetings from Bury Park: Race, Religion and Rock N’ Roll”. Manzoor é filho de paquistaneses imigrantes, que moravam na cidade de Luton, a 60 km ao norte de Londres, nos anos 1980. Seu pai, em certa altura da história, perde o emprego na fábrica da Vauxhall, então parte da GM. E a vida piora. O garoto então descobre uma saída para sua tristeza nas músicas de Bruce Springsteen. Sim, um paquistanês-inglês ouvindo música para trabalhador americano.
O filme me pegou de jeito. Por conhecer as rúínas de uma antiga GM de perto em duas cidades, por saber o que é ser demitido com mais de 50 anos de idade (da mesma empresa!), por ser absolutamente apaixonado, como o protagonista, pela música de Springsteen, quando era jovem. Mesmo que você não se identifique pessoalmente, é uma história magnifica do mundo moderno. Vale a pena ver.
E qual o motivo de dizer isso? Bom, porque a fábrica de Luton, lar da Vauxhall desde tempos imemoriais, vai finalmente fechar de vez. A Vauxhall nem é mais da GM; agora é parte da Stellantis, mas a tendência de baixa não arrefeceu desde os anos 1980, aparentemente. Assista o filme, e você vai aprender a ligar para Luton, e todo lugar onde empregos assim são perdidos, e não voltam mais. A Vauxhall se instalou lá em 1905, antes da GM comprar a marca em 1925, e foi em Luton que foi fabricado talvez o maior dos Vauxhall: o 30-98.
Vauxhall, a marca que foi Bugatti, Porsche e Bentley antes delas
A Stellantis começará a fechar a fábrica de Luton da Vauxhall em abril, com a produção no local totalmente encerrada em junho, confirmou a gigante automobilística à Autocar. Em novembro de 2024, já tinha sido anunciada a decisão de fechar a histórica fábrica de veículos comerciais, com todas as operações da Vauxhall no Reino Unido transferidas para Ellesmere Port. A produção das operações realocadas começará na fábrica de Merseyside em outubro. Eram produzidos em Luton a Van Vauxhall Vivaro, além dos irmãos Peugeot Expert, Citroën Jumpy e Fiat Scudo.
A decisão de fechar Luton colocou 1100 empregos em risco, com apenas algumas centenas de funções garantidas para serem transferidas para Ellesmere Port, disse a Stellantis. Após o anúncio de novembro, os chefes sindicais pediram à Stellantis que revertesse sua decisão, já que ela foi tomada poucos dias antes da renúncia chocante de Tavares. Mas parece que não vai rolar. Is a dream a lie if it don’t come true? Or is it something worse? (MAO)
Lancia pode reviver o Fulvia
A Lancia está de volta, com o recente lançamento no mercado do Ypsilon abrindo caminho para um novo crossover Gamma em 2026 e o tão aguardado renascimento do Delta em 2028. No entanto, um recente registro de marca registrada pela Stellantis na Europa reacendeu as discussões sobre outro modelo descontinuado – o Fulvia.
A história do carro começa em 1963, quando a Lancia foi um dos pioneiros da revolução de tração dianteira na Europa, com o Flavia: sedã e cupê com sofisticada suspensão dianteira por duplo A sobreposto, e um minúsculo e compacto V4 a 13°, agora com dois comandos no cabeçote e válvulas opostas, e câmara hemisférica. Inicialmente 72 x 67 mm, para um total de 1091 cm3 e 58 cv a 5800 rpm, evoluiria para um dos maiores vencedores de rali da história, o cupê Fulvia HF. Um incrível cupezinho de 1,584 cm3 e 890 kg, que equipado com dois Solex C42DDHF duplos, produzia os mais nervosos e vocais 115 cv a 6000rpm que você já ouviu.
O Fulvia é diferente; pequeno tração dianteira, fechado, mas ainda assim um carro esporte de verdade. Há como revivê-lo hoje? De acordo com o Escritório de Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO), a Stellantis renovou o direito do nome Fulvia em “veículos motorizados para uso em terra”. O novo pedido foi protocolado em 30 de janeiro, e a marca registrada está ativa desde 5 de fevereiro. É algo comum, que acontece regularmente, feito para proteger propriedade intelectual. Mas boatos persistem.
Em 2003, a Lancia mostrou um carro-conceito chamado Fulvia Coupe basicamente reeditando o desenho antigo na língua de design moderna. Bom, moderna de 20 anos atrás, mas tá valendo. A resposta do público e da imprensa foi entusiasmada na época, mas como sabemos, não deu em nada.
O protótipo de 2003 seria fácil de ser feito: era baseado no Fiat Barchetta, equipado com um motor de 4 cilindros de 1,8 litro aspirado. A esperança é a última que morre, mas se voltar o nome Fulvia hoje, as maiores chances atendem pelo nome de SUV e elétrico. Que situação…(MAO)
O triste fim do Jaguar I-Pace
O Jaguar I-Pace deveria ser um divisor de águas, um “crossover” elétrico premium que chegou ao mercado anos antes de seus rivais europeus, ganhando o prestigioso título de Carro Mundial do Ano em 2019. Com seu design elegante e vantagem de ser pioneiro, ele tinha todos os ingredientes para ser um sucesso. Na cabeça de seus criadores, claro: aqui fora, ninguém ligou muito.
As vendas nunca decolaram, e o I-Pace rapidamente ganhou um tipo diferente de reputação: uma repleta de inúmeros recalls, problemas de confiabilidade e até incêndios. Agora, um número crescente desses carros está indo para ferro velho. Sim, já. O carro foi lançado em 2018, e já está no lixo.
Ao longo dos anos, o I-Pace foi recolhido em vários mercados pelo menos cinco vezes por falhas de bateria e, no final do ano passado, a Jaguar anunciou que compraria de volta quase 2.800 exemplares de proprietários nos Estados Unidos. Programas de recompra semelhantes foram lançados em outros lugares do mundo, incluindo o Reino Unido, onde esses I-Paces em particular parecem ter acabado.
Essas fotos foram tiradas recentemente em um ferro-velho no Reino Unido, mostrando pelo menos algumas dúzias de Jaguar I-Pace empilhados um ao lado do outro. É uma visão triste de se ver.
Problemas relacionados à bateria atormentam o I-Pace há vários anos. Dizem que as baterias, fornecidas pela LG, são propensas a sobrecarga térmica e podem pegar fogo. Embora a Jaguar tenha tentado várias correções de software, incluindo dados de diagnóstico para identificar pacotes com risco de combustão espontânea, o fabricante basicamente jogou a toalha ao oferecer recompras em vários países.
Lembro bem gente me dizendo, lá quando apareceu pela primeira vez em nossas bandas brasileiras, que o carro era o futuro, e quem não mudasse e abraçasse a nova tecnologia, seria um dinossauro. Dinossauro, indeed. Só errou quem era o tal dinossauro. (MAO)
VW mostra teaser de seu elétrico de “€ 20.000”
Há dois anos, a Volkswagen revelou o conceito ID.2all um carro elétrico que prometia cuatar € 25.000, “barato”. A VW agora revelou teasers deste carro barato, que promete produzir somente no ano que vem. A revelação completa ocorrerá no início de março.
A VW promete agora que o carro terá um preço inicial de aproximadamente € 20.000 (R$ 119.665) quando for colocado à venda em 2027. Parece que o carro de produção se chamará ID.1. O teaser mostra que… bem, vai ser parecido a todo outro VW que existe, já que a marca não é forte em diferenciação estilística de seus modelos, como sabemos.
A Volkswagen pretendia co-desenvolver o ID.1 com a Renault, mas as duas acabaram decidindo se separar no ano passado. Os franceses já fizeram uma prévia do Twingo renascido, um carro elétrico urbano programado para ser colocado à venda em 2026, cerca de um ano antes do ID.1. Em maio de 2024, o CEO da Renault, Luca de Meo, descreveu a colaboração fracassada como uma “oportunidade perdida”. Assim como o pequeno EV da VW, o novo Twingo custará cerca de € 20.000. Realmente, oportunidade perdida.
O ID.1 será mecanicamente relacionado ao ID.2 ao rodar na plataforma MEB Small e terá tração dianteira. O CEO da empresa, Thomas Schäfer, não perdeu a oportunidade de promover o carro: “Um Volkswagen elétrico acessível, de alta qualidade e lucrativo da Europa para a Europa — essa é a Liga dos Campeões da engenharia automotiva!” Veremos! (MAO)