FlatOut!
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Zero a 300

O último Tucson CAOA a venda | O Dacia Duster pelado | O NSX-R a venda e mais!

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CAOA leiloa Hyundai Tucson especial

Existe colecionador de Hyundai já? Se você bateu três vezes na madeira e disse “Isola!”, não precisa continuar nesta nota; pode pular para a próxima. Se disse “Já não era sem tempo!”, veja que interessante: após o anúncio da “entrega” da marca Hyundai para os coreanos pela CAOA, um acordo financeiro que finalmente acabou com marca dividida em duas por aqui, a CAOA está vendendo o último Tucson de primeira geração feito no Brasil.

O carro tinha sido guardado pela empresa, sem emplacar e zero km (na verdade, com 52 km, o “delivery mileage”), mas agora será leiloado. O dinheiro da venda será doado ao Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo. O preço pedido é “de colecionador”; lance inicial de R$ 100 mil; a tabela FIPE para um Tucson 2018/2019 deste tipo (há um modelo mais moderno à venda) é de R$ 89.515,00.

Este Tucson sempre fez grande sucesso por aqui, principalmente por seu preço em conta na categoria. Não tem problemas crônicos de manutenção, é bem equipado, e, claro, é um “SUV”, como todo carro em breve será. Vem com um motor quatro cilindros aspirado 2.0 16v flex, com 142/146 cv e 19/19,6 mkgf de torque, ligado ao câmbio automático de quatro marchas.

Sim, é um marco histórico, mas um de pequena importância; parece mesmo bom por ser um carro feito em 2018, perfeitamente usável ainda e novinho. Parece triste mantê-lo sem uso, mas seu valor histórico só continuará se mantido como está. É como aqueles carros de 30 anos mantidos zero-km: se usar, perde valor, se não usar vira samambaia decorativa. Carro só tem valor se pode ser usado, ou alguns devem ser preservados estáticos? Mesmo Hyundais?

Muitas perguntas aqui, que não tem resposta na verdade. O fato é que já há lances para ele, então vendido será. Os lances podem ser dados no site Superbid Exchange, que está fazendo o leilão online, até o dia 05 de abril, 11h. O site aceita lances em incrementos de R$ 1 mil.

Há um ditado no meio do carro antigo que diz que “carro parado não tem história para contar”, mas é inegável que este tem, mesmo hoje, sem placa e sem nunca ter saído da fábrica que o criou. É claro que este tipo de coisa tem apelo para muita gente, mas particularmente, acho que há algo de triste em um carro que nunca andou por aí, fazendo o trabalho para o qual foi criado originalmente. E você, o que acha? (MAO)

 

Mercedes-Benz no novo filme dos Ghostbusters

O Ectomobile, a ambulância Cadillac Miller-Meteor 1959 dos Ghostbusters no filme homônimo de 1984, é um dos mais famosos carros cinematográficos da história. Totalmente branca e com a figura de um fantasma dentro do símbolo de proibido na porta, e com sua característica sirene, imediatamente ficou impresso na cabeça de todos que assistiram o filme original. É parte indivisível da equipe de caça-fantasmas, e uma criação extremamente icônica.

O que torna a mais recente excursão da Mercedes-Benz no campo de product-placement cinematográfico pra o novo filme da franquia, algo bem meh. Sim: um Mercedes-Benz Sprinter estrela como Ecto-Z no novo filme Ghostbusters: Frozen Empire (“Ghostbusters: Apocalipse de Gelo”), que será lançado em 22 de março.

O Sprinter Ecto-Z se diferencia graças aos grandes logotipos dos Caça-Fantasmas que aparecem nas laterais e nas portas traseiras. A van também tem pintura preta com rodas de aço combinando. As portas traseiras têm um rack carregado com as mochilas-armas de prótons, armadilhas para fantasmas e “purificadores de múons”. O Sprinter americano vem com um quatro em linha turbodiesel de 211 cv; a ambulância Cadillac 1959 convertida em Ecto-1 tinha um V8 OHV aspirado e carburado, com 345 cv.

Pode ficar tranquilo: o Ecto-1 ainda é a estrela principal aqui, e aparecerá no filme com destaque, claro, como apareceu no anterior Ghostbusters: Afterlife (“Ghostbusters: Mais Além”) de 2021.

Arquivamos esta como mais uma oportunidade perdida para a Cadillac e a GM: o Ecto-Z podia muito bem ser um novo Escalade-V pintado de branco. Ou, aqui sonhando mais além, um CT5-V convertido em ambulância-caça-fantasma. Mas enfim… (MAO)

 

O Dacia Duster ganha versão mais barata e simples

A marca romena Dacia, famosa no passado por fazer Renault R12 “comunista”, e mais recentemente, por ter criado o nosso Sandero e família, continua sendo um case de sucesso na Europa. Num mundo onde as marcas se movem mais para o luxo e sofisticação, mesmo em carros como o Golf ou o Peugeot 208, a Dacia tem sucesso com o oposto: simplicidade e baixo preço relativo.

Não que os carros sejam antigos: são hoje veículos modernos, com atualizações constantes e periódicas; nada de Renault R12 produzido ad infinitum, barato só por ser antigo e com ferramental e engenharia “pagos”. Os Dacia modernos são modernos; apenas simples e baratos. Piadas como a famosa brincadeira de James May no Top Gear (Oh No! It’s the Dacia Sandero!) não alteraram em nada o sucesso disso.

E aqui está mais uma prova de que a arte de carros simples para pessoas simples ainda não morreu: a versão básica do novo Duster europeu. É o Duster Essential, que acaba de ser colocado à venda em mercados da Europa. Custa a partir de €19.690 (R$ 107.113).

É um carro que chega a ser bonito por sua simplicidade: os plásticos externos são todos sem pintura, e não há cromados decorativos. Foram retiradas também as luzes de neblina e os faróis são ligeiramente mais simples (embora ainda em LED).  As rodas são de 16 polegadas, em aço estampado, e pintadas de preto.

E mais: não há tela digital no painel, apenas instrumentos analógicos com ponteiros. Também não existe central multimídia: penas um suporte para celular e um tampão plástico onde em outras versões está o multimídia integrado.  Vidros traseiros tem que ser levantados por manivelinhas, ah, a pobreza!

Mas não é totalmente pelado: ar condicionado, piloto automático com reconhecimento de sinalização, assistência de manutenção de faixa, sensor de ré, acendimento automático dos faróis, sensor de pressão dos pneus, frenagem de emergência, 6 airbags, controle de estabilidade, assistência de subida em arranques, entre outros. O motor é o 1.0 turbo com 100 cv de potência, com um barato e leve câmbio manual. Inesperadamente não é careca: tem a imitação de rack de carga no teto.

Goste ou não é uma atitude louvável da marca de carro barato da Renault: há opções sofisticadas para quem deseja, e simples para quem assim quer seu carro de uso. Escolher como queremos nossos carros costumava ser algo universal; hoje chega a ser notícia de tão diferente! (MAO)

 

Honda NSX-R 1996 à venda nos EUA

Os carros japoneses dos anos 1990 e 2000 sempre foram amados pela imprensa especializada mundial desde novos. Sua fama ganhou, porém, incrível impulso com os filmes da franquia “Velozes e Furiosos” original, que fez eles serem praticamente endeusados mundialmente. E que deu notoriedade às raras versões “JDM”, Japanese Domestic Market, os carros só vendidos no mercado japonês.

Um dos carros que mais ganhou fama nessa onda foi a Honda NSX, a “Ferrari japonesa”. Quando era um carro novo nunca vendeu bem: a mistura de genes de Accord com o de Ferrari criou um sensacional carro esporte perfeitamente dócil, confiável, e possível de se usar diariamente. Um carro quase perfeito. Mas por mais que a imprensa o colocasse em um pedestal, os compradores de carros esporte nesse preço preferiam imperfeições mais excitantes como 911 arrefecido a ar e Ferraris. Mesmo sendo objetivamente “carros piores”.

O erro do Honda NSX

Mas as crianças criadas com as revistas da época hoje são adultos, e alguns deles tem muito dinheiro. O resultado é que o preço dos NSX hoje é alto no mercado de clássicos. E entre eles, nenhum é mais cultuado e desejado que a versão NSX-R. É um carro JDM, exclusivo para o Japão e com direção do “lado errado”, mas mesmo assim, disputado à tapas no ocidente.

Veja o caso deste carro colocado à venda pela RM Sotheby’s. É um legítimo Honda NSX-R 1996, completo com direção do lado direito, e importado do Japão para os EUA. O carro tem preço mínimo de US$ 450.000, lembrando que um NSX perfeito vale lá coisa de cem mil dólares. Infelizmente você não pode importá-lo para cá; tem que esperar até 2026, quando completa 30 anos de idade. Mas como não vendeu em leilão recentemente, talvez haja margem para se negociar.

E o que é um NSX-R? Engraçado você perguntar, ia mesmo contar isso. É uma tentativa de expurgar o Accord do carro, uma forma de se fazer dele algo cru e excitante como seus rivais europeus. É mais leve, com conchas Recaro substituindo os pesados bancos elétricos originais, volante esportivo sem airbag, e rodas Enkei especiais forjadas, entre outras reduções. Pesa 1,230 kg, uma redução de 120 kg.

O girador e delicioso V6 VTEC aspirado não precisou ser alterado, mas é montado à mão, balanceado e ainda mais suave e delicioso que o normal. A suspensão é recalibrada para uso mais focado em pista, e a relação final é reduzida para mais aceleração; fazia 0-100 km/h em 4,9 segundos e chegava a 270 km/h.

Apenas 483 carros foram feitos nessa série especial. Apesar da direção no lado errado do carro, é o melhor e mais excitante de todos os NSX, e um que realmente faz jus à sua fama; menos civilizado e mais bravo que o carro normal.

Este exemplar foi recentemente importado para os EUA com menos de 18.500 km rodados, e tanto o exterior como o interior parecem perfeitos. Meio milhão de dólares antes dos impostos de importação parece muito, claro; mas depois de tê-lo por um tempo, se resolver vender, terá certamente seu dinheiro de volta. Caro é um carro zero que perde 40% de seu preço em um ano, né? (MAO)