FlatOut!
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Os pilotos do cinema e da TV favoritos dos nossos leitores

Se você é um fã de carros e corridas, é bem provável que tenha alguns ídolos no mundo automotivo da vida real. Contudo, há um universo de pilotos na ficção que, certamente, te inspiram, divertem ou simplesmente agem de uma maneira com a qual você se identifica. Perguntamos a nossos leitores quais eram seus pilotos favoritos do cinema ou da TV, e estes foram os mais votados.

Cole Trickle – Dias de Trovão (Days of Thunder, 1990)

“Dias de Trovão” conta a história de Cole Trickle (sim, seu nome é uma homenagem a Dick Trickle), piloto da NASCAR, e a rivalidade com Rowdy Burns (Michael Rooker) — os dois chegam a tirar as diferenças em uma corrida de rua usando carros alugados, na cena mais épica do filme (acima). Trickle, vindo das corridas de monopostos, não tem muita experiência, mas treina com dedicação até se tornar um dos melhores pilotos.

“Days of Thunder” foi homenageado no ano passado pelo piloto Kurt Busch, que correu com um Camaro usando a mesma pintura do City Chevrolet #46 de Tom Cruise em julho de 2013.

The Stig – Top Gear

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Há quem diga que aquilo não é um capacete, é sua cabeça. Outros dizem que, na verdade, ele não é um só: é uma legião de pilotos (e algumas “pilotas”) que vestem aquele uniforme branco — o Stig com uniforme preto morreu em um “acidente” terrível. Outros, ainda, acham que, mesmo com o trio incrível formado por James May, Jeremy Clarkson e Richard Hammond, Top Gear não seria tão legal sem seu piloto adestrado que não diz uma palavra, mas é protagonista de algumas das sequências mais engraçadas do programa.

Takumi Fujiwara — Initial D

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Initial D surgiu como um mangá, lançado em 1995, que teve seu último exemplar publicado em 2013. Foram 719 capítulos, divididos em 48 volumes. Neste meio tempo, a história foi adaptada para a TV, com o anime homônimo. A história contada é de Takumi Fujiwara, que entre uma entrega e outra de tofu, faz de tudo para ser o piloto de drift mais rápido no circuito de corridas de rua da região de Kanto, no Japão. O que Takumi não sabe é que seu pai, Bunta Fujiwara, o colocou para entregar tofu com seu Toyota AE86 Sprinter Trueno preto e branco justamente para que ele desenvolvesse suas habilidades ao volante — o próprio Bunta foi um dos melhores pilotos em seu tempo.

A série animada estreou em 1998 e teve cinco temporadas (chamadas de Stages) até maio de 2013. A próxima temporada, Final Stage, tem estreia prevista para meados deste ano. Também foi produzido um filme em live action em 2005.

Asakura Akio — Wangan Midnight

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Initial D ficou mais famoso, mas Wangan Midnight veio antes: a série protagonizada por Asakura Akio e seu Nissan 240Z começou a ser publicada em 1990. Akio é um jovem piloto de rua que destrói seu Nissan 300ZX em um racha contra o famoso BlackBird, um Porsche 964 Turbo. Na busca por um novo carro, ele desiste de um 300ZX para ficar com um 240Z “Midnight Blue” que, segundo o dono do ferro velho que o vendeu, é amaldiçoado, tendo matado todos os seus donos anteriores. Akio descobre que um deles tinha os mesmos nome e sobrenome que os seus e morreu em um acidente na estrada de Wangan, onde ele costuma correr. A fama macabra rende ao carro o apelido de “The Devil Z”.

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Nada disso o assusta, porém — ele também descobre que o seis-em-linha L28 foi preparado, com cilindrada aumentada para 3,1 litros e dois turbos, fazendo do Devil Z um carro absurdamente rápido e assustadoramente arisco, se comportando na pista como se estivesse tentando matar quem o pilota. Akio segue em frente, aprendendo a dominar o carro ao longo da série. O último volume de Wangan Midnight foi publicado em 2008 e, assim como Initial D, a série também virou anime, que teve 26 episódios transmitidos entre 2007 e 2008.

Dominic Toretto e Brian O’Conner — “Velozes e Furiosos” (The Fast and the Furious, 2001)

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Dom Toretto (Vin Diesel) e Brian O’Conner (Paul Walker) apareceram em quase todos os filmes da série “Velozes e Furiosos”, mas foi logo no primeiro filme, lançado há 13 anos (pois é…) que os dois se tornaram ídolos de toda uma geração de novos entusiastas. Brian conhece Dom enquanto opera como policial à paisana para investigar uma quadrilha de roubo de caminhões, que também estaria envolvida com a cena de corridas de rua de Los Angeles. Apaixonados por carros, os dois acabam ficando amigos, e no fim do filme (você não vai reclamar de spoilers de um filme de 2001, vai?), Brian ajuda Dom a não ser preso.

A amizade dos dois e seus carros — especialmente a clássica dupla formada pelo Dodge Charger 1970 de Dom e o Toyota Supra laranja de Brian — se tornaram pilares da franquia. O sétimo filme não terá todas as cenas planejadas por Paul Walker, que morreu em um acidente durante uma pausa nas gravações, mas todos os outros filmes estão aí para quem quiser vê-los em ação.

Mr. Bean

Diz aí: quantos pilotos você conhece que são capazes de dirigir sentados em uma poltrona no teto do carro? A gente sabe que a resposta é só um: Mr. Bean (Rowan Atkinson). Ele comete a proeza atravessando uma corda por dentro do carro, amarrando no volante e a usando como guia enquanto se senta confortavelmente em uma poltrona no teto de seu Mini amarelo. Para acelerar, ele usa uma lata de tinta e um esfregão. Obviamente, se tratando de Mr. Bean, nem tudo dá certo.

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Por sorte, Atkinson não estava tentando a mesma coisa em seu McLaren F1 quando bateu o supercarro em agosto de 2011 — talvez o estrago fosse bem maior, e ele teria que pagar bem mais do que £ 910 mil — mais de R$ 3,5 milhões. Ou não.

Tobey Marshall — “Need For Speed — O Filme” (Need For Speed, 2014)

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Need For Speed, que estreou no Brasil na última quinta-feira (13), não foi muito bem aceito pela crítica e dividiu o público. Mas quem já assistiu garante: Aaron Paul (o Jesse Pinkman de Breaking Bad) consegue cativar como Tobey Marshall, o tipo de cara que todo gearhead gostaria de ser: um mecânico que é preso injustamente e atravessa o EUA para participar de um circuito de rachas com supercarros.

Bem, ninguém quer ser preso injustamente, mas todo mundo quer pilotar um McLaren P1, um Lamborghini Veneno ou um Shelby GT500, não é?

Jim Douglas — “Se Meu Fusca Falasse” (The Love Bug, 1968)

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Dean Jones interpretou Jim Douglas, piloto de Herbie, o Fusca mais famoso do mundo, em alguns filmes da série, mas o primeiro filme é inesquecível: Douglas é um piloto em fim de carreira que compete em corridas de demolição que fica sem carro depois de uma corrida particularmente dramática. Ele e seu amigo e mecânico Tennessee saem em busca de um carro barato quando encontram Herbie e são praticamente obrigados pelo dono da concessionária a comprá-lo.

O que ninguém sabia era que Herbie tinha sentimentos e era absurdamente rápido. Jim então toma a decisão mais lógica possível: o coloca para correr. Como não gostar de um cara com esta atitude?

Frank Martin — “Carga Explosiva” (The Transporter, 2002)

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Jason Statham é um badass por excelência — ator, produtor e lutador profissional — e interpreta Frank Martin que, ao volante de um BMW 735i (que, nos dois filmes seguintes, dá lugar a um Audi A8 W12), trabalha como motorista, transportando qualquer coisa,  sem fazer perguntas, sem dizer nomes e sem olhar a encomenda — desde que se pague o preço certo. How cool is that?

Para a alegria de quem curte sedãs de luxo pretos e bons filmes de ação e perseguição, durante o Festival de Cannes de 2013 foi anunciada uma nova trilogia. Será que agora Frank Martin vai dirigir um Mercedes Classe S?

Elwood Blues — “Os Irmãos Cara-de-Pau” (The Blues Brothers, 1980)

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The Blues Brothers é uma banda de verdade, fundada por Dan Aykroyd e James Belushi como parte de um esquete musical para o programa Saturday Night Live. O quadro fez tanto sucesso que acabou dando origem ao filme, onde o clássico Bluesmobile, um Dodge Monaco 1974 comprado da polícia, escolhido pelo personagem de Dan Aykroyd porque era “o carro mais quente usado pela polícia na década de 70”. Elwood Blues, interpretado por Aykroyd, é o cara que dirige e realiza manobras impossíveis como saltos incrivelmente altos e longos, aterrissagens violentas e até fazer um backflip.

Ah, e ainda tem a clássica cena de perseguição no shopping, onde Elwood foge da polícia em um carro de polícia com uma frieza impressionante.

Max Rockatansky — “Mad Max” (1979)

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Como ser mais fodástico do que um patrulheiro da Polícia Central em um mundo pós apocalíptico, que dirige um Ford Falcon XB 1973 e zela por um mínimo de ordem em uma Austrália distópica, onde a lei e a ordem estão começando a ruir por causa da falta de petróleo e recursos naturais? Não dá. O personagem, interpretado por Mel Gibson na trilogia original, será feito por Tom Hardy em Mad Max: Fury Road, previsto para estrear em maio de 2015.

O motorista — “Drive” (2012)

Dublê e mecânico de dia e piloto de fuga para a Máfia à noite, o personagem interpretado por Ryan Gosling em “Drive”, baseado no livro homônimo de James Sallis, não é de muita conversa: ele leva seu cliente para onde ele precisa ir, dá cinco minutos para que ele faça o que tem que fazer  e vai embora — se a pessoa conseguiu voltar para o carro ou não, já é problema dela. Só um piloto excepcional poderia determinar estas condições.

Randall “Memphis” Raines — “60 Segundos” (Gone in Sixty Seconds, 2000)

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O remake do filme de 1974 mudou o nome do protagonista e algumas partes da história, mas a premissa é a mesma: uma quadrilha, liderada por Memphis Raines (Nicolas Cage), precisa roubar 50 carros em 72 horas para que o chefe de uma quadrilha rival poupe a vida do irmão de Memphis, Kip. A lista de 50 carros é dada, e o último deles é Eleanor, um Shelby GT500 customizado.

Memphis consegue cumprir o trato, dá um salto épico com Eleanor e ainda vai embora com Angelina Jolie. Um saldo ótimo, ainda mais para o Nicolas Cage…

Ricky Bobby — “Ricky Bobby – A Toda Velocidade” (Talladega Nights: The Ballad of Ricky Bobby, 2006)

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Se “Dias de Trovão” fosse uma comédia, seria “Ricky Bobby – A Toda Velocidade”. O filme também é ambientado na NASCAR e traz como protagonista o piloto Ricky Bobby (Will Ferrell), um estereótipo de piloto americano trapalhão da NASCAR elevado à décima potência: ele sofre um acidente e tira toda a roupa, ficando só de capacete e cueca, porque pensa que está pegando fogo, e depois dá uma facada na própria perna porque pensa que está paralisado — e isto é só o começo. Depois ele consegue dar a volta por cima.

Curiosidade: John C. Reily, que interpreta o melhor amigo de Rick Bobby, Cal Naughton Jr., também esteve em “Dias de Trovão”, no papel de chefe de equipe de Cole Trickle.

Pica-Pau, o Rachador (The Screwdriver, 1941)

É bem provável que, de todas as fases do Pica-Pau, sua menos favorita seja a primeira — conhecida como “Pica-Pau Biruta”. Ele tinha as pernas amarelas, olhos estrábicos e uma personalidade extremamente irritante, assim como sua voz. Contudo, o episódio “O Rachador” é um de seus favoritos, não é mesmo? Dificilmente um desenho onde um passarinho malandro engana um policial para andar acima da velocidade em um carro caindo aos pedaços seria produzido e iria ao ar hoje em dia, mas estamos falando do segundo episódio do Pica-Pau, que estreou há — tome fôlego — 73 anos.

Kowalski — “Corrida Contra o Destino” (Vanishing Point, 1971)

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Kowalski é um sério candidato a maior badass dos filmes com carros. Saca só a descrição do personagem, interpretado por Barry Newman: ex-piloto de corridas, ex-motoclista e policial afastado em retaliação por impedir seu parceiro de estuprar uma garota, ele é atormentado pela morte de sua namorada e aposta na adrenalina para seguir com sua vida. E de onde vem esta adrenalina? De seu novo emprego entregando carros para uma pequena oficina e apostando corridas sempre que vê a oportunidade. Tente superar isto.

Frank Bullitt — “Bullitt” (1968)

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O detetive Frank Bullitt (Steve McQueen) ganhou nosso respeito por nos fazer ter a impressão de que o filme que leva seu sobrenome é, na verdade, só uma desculpa para que a equipe pudesse filmar a épica perseguição de mais de dez minutos, nos momentos finais da história. A melhor parte: McQueen sabia mesmo pilotar o que significa que, em muitas das tomadas da sequência, o Frank Bullitt que está em uma batalha épica contra os criminosos no Dodge Charger é realmente Steve McQueen.

Stuntman Mike —”À Prova de Morte” (Death Proof, 2007)

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O último da lista é um clássico moderno. Se você acompanha o FlatOut!, deve saber que o diretor Quentin Tarantino tinha um código automotivo bem complexo em seus filmes. E não estamos falando apenas sobre a teoria de que todos os seus filmes se passam no mesmo universo, mas também nas referências que ele faz a outros clássicos, como “Bullitt” e “Vanishing Point”. A placa do Chevrolet Nova de Stuntman Mike, por exemplo, é JJZ-109 — a mesma do Mustang de Bullitt.

Sobre Mike, interpretado por Kurt Russell, dá para dizer que ele é um anti-herói, um serial killer que seduz e mata mulheres em seu Chevy Nova, chamado “Death Proof” — que, destruído durante um de seus assassinatos, é substituído por um Dodge Charger 1969. É este carro que ele usa para perseguir mais vítimas — que, não por acaso, estão fazendo um test drive em um Dodge Challenger 1970 branco, exatamente igual ao que aparece em “Corrida Contra o Destino”. Você pode ler mais sobre o código automotivo de Tarantino no especial que fizemos em duas partes (1 e 2).

Stuntman Mike não é um bom exemplo, mas é impossível não gostar dele. Não é esta uma das maiores armas dos psicopatas?