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Os carros japoneses mais emblemáticos de todos os tempos – parte 2

Há alguns dias, perguntamos aos leitores quais eram os carros japoneses mais emblemáticos de todos os tempos – uma pergunta difícil, considerando a quantidade de automóveis verdadeiramente memoráveis feitos no Japão nas últimas décadas. A primeira parte da lista com as respostas você pode conferir aqui. A segunda, vamos conhecer agora!

 

Nissan S30

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Sugerido por: Marcelo Augusto

Na primeira parte da lista mencionamos o Toyota 2000GT. O belíssimo grand tourer inspirado no Jaguar E-Type havia sido projetado originalmente para a Nissan em 1964, mas foi recusado. A Toyota abraçou a causa e, vendo seu sucesso, a Nissan correu atrás para dar uma resposta à altura.

A receita é clássica: motor naturalmente aspirado, câmbio manual e tração traseira envoltos por uma carroceria de capô longo e traseira curta. O motor, um seis-em-linha de 2,4 litros com comando no cabeçote, entrega 151 cv e fica bem recuado no cofre para melhorar a distribuição de peso. A suspensão é independente nas quatro rodas (McPherson na dianteira e Chapman Struts na traseira) e o peso não passa muito dos 1.000 kg, conferindo agilidade e dinâmica afiada.

Só que o Nissan S30 (que era vendido como Nissan Fairlady Z no Japão e Datsun 240Z nos EUA) tinha uma vantagem em relação ao Toyota 2000GT: ele era um carro barato, feito sob medida para quem queria diversão a um custo baixo. E fez tanto sucesso que a linhagem permanece até hoje – e seu representante atual, o 370Z, foi lançado em 2008 e segue sendo produzido.

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A primeira geração conquistou muita popularidade entre preparadores e customizadores, culminando no projeto FuguZ de Sung Kang, o Han Lue de “Velozes e Furiosos”. Foi carro de corrida e astro do anime/mangá Wangan Midnight. E também é um dos melhores carros que já aceleramos. Precisa falar mais?

 

Nissan GT-R

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Sugerido por: Nós mesmos!

O Skyline GT-R R34 deixou de ser produzido em 2002, sendo a evolução final de um projeto apresentado em 1989. Seu sucessor, lançado em 2007, perdeu o nome Skyline e passou a ser chamado apenas de Nissan GT-R.

A maior herança do Skyline presente no GT-R é o sistema de tração integral ATTESA, que gerencia eletronicamente a distribuição do torque entre as rodas e traz enormes benefícios à estabilidade e se beneficia de quase 30 anos de avanços tecnológicos. O resto da receita, porém, é bem diferente: um V6 de 3,8 litros em vez de um seis-em-linha de 2,6 litros; a carroceria esbelta e até elegante deu lugar a algo muito mais robusto e futurista, e um trabalho eletrônico de primeira foi necessário para transformar um leviatã de 1.700 kg em um monstro no asfalto.

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Hoje em dia, o VR38DETT entrega mais de 600 cv no GT-R Nismo. É um motor que faz bonito na arrancada, sendo capaz de levar os 1.740 kg de carro até os 100 km/h em menos de três segundo; e também na pista – basta lembrar de todos os recorde de Nürburgring Nordschleife que o GT-R quebrou desde que foi lançado, há nove anos.

Agora o GT-R está em vias de ser substituído, e é bem provável que seu sucessor seja híbrido. Será uma mudança radical, e fará com que o atual Godzilla seja lembrado não apenas por aniquilar os rivais ocidentais, mas também por ser o último da linhagem a ser movido apenas por combustão interna.

 

Honda NSX

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Sugerido por: Dudu69

Se os japoneses fizessem uma Ferrari, ela provavelmente seria idêntica ao Honda NSX. O esportivo lançado em 1990 mirava na Ferrari 348 e se inspirava nela, mas trazia mudanças tipicamente nipônicas ao projeto. Em vez de um V8 central-traseiro, um V6, mais econômico e moderno. A traseira tinha espaço para um porta-malas, o interior era tão confortável quanto o de um Civic e não economizava nas amenidades. A mecânica era confiável, tudo funcionava direito, e o NSX ainda era capaz de andar na frente da 348 em um autódromo.

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A carroceria em formato de cunha, baixa e esguia, ficou meio datada, mas é inegavelmente atraente – especialmente com os faróis escamoteáveis e pintura vermelha, como um dos exemplares que Ayrton Senna (que participou ativamente do processo de desenvolvimento, como você já deve saber) ganhou da fabricante. Ele era muito próximo da Honda, que fornecia motores para a McLaren em sua época de ouro com a equipe.

Fora tudo isto, o NSX faz parte do panteão de esportivos japoneses clássicos da década de 1990, que foram apresentados à atual geração através de jogos de videogame e vídeos da Best Motoring International.

 

Toyota AE86

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Sugerido por: Dudu69

Ao falar em impacto cultural é impossível não citar o Toyota AE86, código que se refere à quinta geração do Corolla – a última a oferecer tração traseira. No papel de esportivos da família, o Corolla Levin e o Sprinter Trueno (a única diferença entre ambos eram os faróis, escamoteáveis no Trueno e comuns no Levin) recebiam um motor litro 1,6 litro com injeção eletrônica, duplo comando de válvulas com admissão variável, suficnentes para 130 cv de potência e 14 kgfm de torque.

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Claro, não parece muito, mas o AE86 era um carro leve, com algo entre 900 kg e 1.000 kg. A força era transmitida ao eixo traseiro pelo câmbio manual de cinco marchas, que poderia ser combinado a um diferencial de deslizamento limitado como opcional. Os freios a disco recebiam ventilação, e a suspensão era McPherson independente na frente e four-link com eixo rígido (live axle) atrás, ambas com barras estabilizadoras.

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O arranjo mecânico e a configuração da carroceria, somados ao baixo preço e à facilidade de manutenção e preparação, transformaram rapidamente o AE86 no queridinho dos entusiastas. Em especial, aos praticantes do drift, especialmente porque o maior nome da modalidade, Keiichi Tsuchiya, mantém-se fiel a seu Hachiroku há anos. Seu carro é uma verdadeira ode ao equilíbio perfeito entre dinâmica, leveza e potência.

Ou seja: não é à toa que Takumi Fujiwara, o entregador de tofu que, nas horas vagas, disputa corridas em touges nas montanhas do Japão, pilota um Hachiroku.

 

Mitsubishi Lancer Evolution X

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Sugerido por: Renato Abreu

Antes de qualquer coisa, é evidente que todas as gerações do Mitsubishi Lancer Evolution, lançado em 1992, são icônicas. Sua rivalidade com o Subaru WRX STi, suas conquistas no WRC e toda a evolução técnica que aconteceu ao longo de dez gerações são argumentos incontestáveis. Você pode acompanhar toda a história do Evo nesta série especial de posts.

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Escolhemos a décima geração para representá-lo nesta lista porque, bem ela é a última. Prova de sua excelência técnica é sua longevidade: lançado em 2007, o Evo X continua equipado com o mesmo quatro-cilindros de dois litros com turbo e 280 cv acoplado a uma caixa de dupla embreagem e seis marchas ou manual de cinco marchas, além do sistema de tração integral com diferencial eletrônico. Mesmo seu visual mudou muito pouco desde o início. E a gente não se importa.

Isto porque estamos falando apenas do modelo mais comum, e nem nos aprofundamos nas versões especiais como o FQ-440 MR, que tinha potência aumentada para absurdos 450 cv e era capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 3,5 segundos. Ele é considerado o carro produzido em série com a maior potência específica de todos os tempos, com nada menos que 225 cv/L!

Sentiremos bastante a falta do Evo X, pois a Mitsubishi não planeja um sucessor.

 

Mazda MX-5 Miata

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Sugerido por: Sir_V8_Head

O Mazda MX-5 Miata é um exemplo perfeito de que, quando comprometidos com uma causa, os japoneses fazem de tudo para defendê-la. A proposta do Mazda MX-5 Miata foi, desde o início, criar um carro divertido nos moldes dos roadsters britânicos da década de 1960. Para isto, o princípio básico era a conexão do homem com a máquina, o que resultou em um conversível pequeno, de dois lugares, com motor de quatro cilindros, tração traseira e suspensão independente nas quatro rodas.

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A potência do motor 1.6 16v com comando duplo no cabeçote era de singelos 116 cv mas, acredite, com apenas 940 kg para mover, era o suficiente: o 0-100 km/h era cumprido em saudáveis 8,1 segundos, enquanto a velocidade máxima era de 203 km/h.

Ainda que o visual mude e os motores evoluam, a receita básica seguida por toda geração do Miata (foram quatro até agora) é a mesma. Na verdade, a atual geração, lançada em 2015, conseguiu ficar mais leve do que a anterior, e foi elogiada pela imprensa exatamente por não trazer mudanças radicais ao que o Miata sempre foi.

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Agora fica fácil entender porque o Miata ganhou o mundo – nos EUA, no Japão e na Europa, ele é sinônimo de carro barato com tração traseira e alto nível de diversão.