Estamos em 2018, o que significa que o PlayStation 2 foi lançado 18 anos atrás. Para marcar a “maioridade” do console (e também porque eu precisava de um pretexto), perguntei aos leitores qual era seu game de corrida favorito no PS2. Esta é a lista com as respostas de vocês!
Minha sugestão foi Gran Turismo 4, levando em consideração o perfeito equilíbrio entre arcade e simulação, os gráficos impecáveis, a bela trilha sonora, a variedade de carros e pistas (Nürburgring Nordschleife!) e até mesmo por causa do design dos menus. Até perdoo o ronco de aspirador dos carros e o sistema de colisão apenas suficiente.
As sugestões de vocês foram bem variadas, e focaram-se tanto nos “simularcades” quanto nos arcades puros, e isto é ótimo. Vamos conferir!
Need for Speed: Underground 2
Sugerido por: V12 for Life
Este foi um dos mais lembrados e mais votados e, não me surpreendeu: NFSU2, de 2004 (mesmo ano de GT4, aliás) trazia tudo o que fez do primeiro Underground um sucesso e mais. Ou seja: tinha corridas à noite na cidade, carros que iam de populares a superesportivo, centenas de opções de customização e uma trilha sonora marcante, além de gráficos muito bons para a época, exatamente como NFSU, mas adicionava um mapa de mundo aberto. Com isto, era ainda mais fácil dar asas à imaginação e fantasiar com uma bem sucedida carreira de piloto de rua.
Em vez de selecionar as corridas em um menu, era preciso ir até determinado local na cidade (que era uma versão estilizada de Los Angeles, que era o pano de fundo dos dois primeiros “Velozes e Furiosos” – coincidência?). Isto fazia toda a diferença para o pré-adolescente que eu era.
Need for Speed: Most Wanted
Sugerido por: Daniel Gmrs
Need for Speed: Most Wanted foi a sequência de Underground e Underground 2, porém trouxe uma abordagem mais “séria”, com elementos do clássico Hot Pursuit: o jogo agora acontecia de dia, em uma cidade ainda maior, e havia perseguições policiais bastante empolgantes. A customização ainda estava bastante presente, porém não era tão detalhada e não tinha papel importante na hora de vencer os oponentes (nos dois Underground, você podia até modificar o formato dos aparatos aerodinâmicos e ganhar pontos pela extravagância do seu possante).
Os gráficos eram sensacionais (sim, eram) e o BMW M3 CSL com pintura prata e azul marcou toda uma geração. Há quem diga que a EA Games perdeu a mão da fórmula com o títulos seguintes, embora Need for Speed: Carbon, o título seguinte (que manteve a mesma mecânica de jogo, porém se passava à noite e tinha corridas de drift nas montanhas) também tenha sido bem recebido. Mas foi Most Wanted que ganhou um remake em 2012…
Burnout 3: Takedown
Sugerido por: Kenji555
A premissa de todo game da série Burnout é muito simples: corridas no trânsito frenético da cidade grande, com direito a pontos extras a cada colisão, seja com os carros ou objetos do cenário. Os dois primeiros títulos da franquia foram lançados para PlayStation 2 pela Criterion Games, que depois disto foi comprada pela Electronic Arts – a desenvolvedora e distrubuidora de Need for Speed.
O resultado foi grana extra para Burnout 3: Takedown, que foi lançado em 2004 – teria sido aquele o melhor ano para os donos de PS2? O game tinha gráficos muito melhores, uma trilha sonora impecável (44 canções licenciadas, de bandas como Ramones, Rise Against, Ash, Franz Ferdinand, Fall Out Boy e Pennywise) e detalhes como uma barra de boost que era preenchida a cada colisão intencional. E daí que os carros não eram licenciados? Em sensação de velocidade, variedade de jogo, gráficos, música e fator replay, Burnout 3: Takedown era quase imbatível.
Mas não era só isto: quando você sofria um acidente (o que não era exatamente incomum), rolava um replay de vários ângulos e o carro ficava destruído de forma bastante realista. Quem gosta de games de corrida sabe a diferença que um bom sistema de colisão, com destroços e amassados plausíveis, faz na percepção que se tem de um jogo.
Midnight Club 3 Dub Edition
Sugerido por: JKramar
Lançado em 2005, Midnight Club 3 pegou carona na onda dos “DUB” – vertente do tuning que apostava em um visual relativamente discreto se comparado a outros estilos, com body kits de linhas mais elegantes, cores chamativas rodas de 20” ou mais, quase sempre cromadas. O game foi feito em parceria com a revista DUB Magazine, o que ficava claro quando uma corrida dentro do jogo era patrocinada pela publicação, e quando um carro ganho por vencer uma corrida tinha aparecido em suas páginas no mundo real.
Apesar de datado hoje em dia, na época Midnight Club 3 agradou pelo amplo mundo aberto, que recriava as cidades americanas de Atlanta, Detroit e San Diego; pela boa seleção de carros e pela trilha sonora com 98 canções licenciadas de artistas de rap, rock alternativo e reggae. Além disso, havia um interessante modo de corrida não demarcada: em vez de percorrer um circuito pré-determinado, você deveria escolher entre diversos checkpoints espalhados por certa região para vencer a corrida.
FlatOut
Sugerido por: Ivan Douglas
FlatOut, além de ter o melhor nome de todos os jogos da lista, foi um dos títulos mais bacanas da década passada. Com corridas de demolição ao estilo clássico “o último a ser destruído vence”, FlatOut tinha uma engine física muito sofisticada: os carros se danificavam de forma diferente dependendo do tipo de colisão, do ângulo no qual o carro atingia os obstáculos na pista (ou outros carros…) e, claro, a velocidade do impacto. Em um game de quase 15 anos atrás, tal recurso era impressionante pois, neste quesito, outros títulos (como o primeiro Burnout, da Criterion Games) ficavam bem atrás.
Especialmente divertida era a presença de ragdoll physics, ou “física de boneca de pano” em uma tradução livre. Neste método de animação, os modelos na tela simulam o comportamento do corpo humano “solto” no ar de forma realista. As ragdoll physics foram empregadas nas animações dos pilotos quando atirados pelo para-brisa nas colisões mais violentas, e em certos modos de jogo, você podia acumular pontos fazendo com que o piloto voasse por uma distância específica, atingisse certa velocidade ou acertasse determinado obstáculo. Sim, era um negócio bem sangue no zói.
Toca Race Driver 3
Sugerido por: VinaumD2
Desenvolvido pela Codemasters, famosa pelo realismo de seus simuladores de Fórmula 1, TOCA Race Driver 3 estava meio que um nível acima de Gran Turismo 4. Era mais voltado ao automobilismo d mundo real, o jogo da Codemasters tinha licenças DTM, da V8 Supercars, Fórmula 1, Indy, Rallycross, Fórmula 3 e Fórmula 1. O modo carreira tinha nada menos que 150 campeonatos diferentes, que você disputava com os mais de 70 carros disponíveis no game.
Havia um caprichado sistema de colisão que permitia danos cosméticos nos carros, algo que Gran Turismo está devendo até hoje, e a imensa variedade de categorias, cada uma delas com sua mecânica e seus macetes específicos é uma das características que fazem de TOCA Race Driver 3 um título obrigatório até hoje. O negócio não era colecionar carros, e sim avançar na carreira e se tornar um piloto polivalente, competente em diversas categorias.
Auto Modellista
Sugerido por: Dalmo Hernandes
Lançado logo no início da sexta geração de consoles, Auto Modellista concorria com os já clássicos Gran Turismo 3: A-Spec, de 2001 e Need for Speed Underground, de 2003. No gameplay em si o jogo não inovava, mas havia um atrativo completamente diferente: os graáficos em cel shading. Eles eram tridimensionais, porém sem gradientes de cores e com contornos e sombras bastante marcados, dando a impressão de um desenho animado ou história em quadrinhos.
A jogabilidade era a de um arcade bastante direto e não muito mais do que isto. Apesar da possibilidade de alterar a dinâmica do carro com mudanças na suspensão, nos freios e na transmissão, as modificações causavam apenas alterações arbitrárias na dirigibilidade, o que acabava atrapalhando em vez de ajudar. No entanto, o visual diferente de qualquer outro game de corrida da época torna Auto Modellista uma bela experiência visual em games de corrida.