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Car Culture

Os melhores hot hatches do universo: Ford Focus ST e RS

O Focus, atual “anti-Golf” da Ford, está por aí desde 1998, quando foi lançado na Europa. Catorze anos e três gerações depois, o Focus já acumulou um número razoável de versões esportivas para lá de interessantes dos dois lados do Atlântico — EUA e Europa. É hoje o dia em que você as conhecerá melhor!

Lançado em 1998 na Europa e oferecido nos EUA a partir do ano seguinte, o Focus foi um dos primeiros Ford a adotarem a linguagem de design New Edge, com linhas retas e ângulos marcantes. Se o design da primeira geração dividiu opiniões, a excelente impressão que seu comportamento dinâmico deixava era unânime — graças, em boa parte, à suspensão traseira multilink, primazia no segmento (hoje é padrão). A Ford acertou na receita, e o Focus tem tudo para ser um dos nomes mais longevos da história da marca do oval azul.

Agora, será que esta longevidade seria a mesma sem boas versões esportivas? Somos inclinados a dizer que não — não só porque as versões eram esportivas, mas porque eram boas mesmo. Existem muitos fãs que jamais trocariam seus ST, SVT e RS por GTI algum. Mas por quê? Talvez, conhecendo cada uma delas mais detalhadamente, você consiga entender.

 

Focus SVT/ST170

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Embora a Europa seja o mercado mais tradicionalmente associado aos hatchbacks — incluindo suas versões apimentadas —, a primeira versão esportiva do Ford Focus foi lançada antes nos Estados Unidos, e não no Velho Mundo. Isto pode ser considerado um reflexo do sucesso do Focus entre os americanos, algo que surpreendeu até mesmo a Ford, que raramente conseguia emplacar um modelo europeu nos EUA.

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De qualquer forma, o que importa é que o Focus SVT, lançado em 2001, tinha este nome porque suas modificações eram realizadas pelo Special Vehicle Team, divisão da Ford que já desenvolveu versões especiais do Mustang, da Ford F-150 e foi fundamental no desenvolvimento do Ford GT. No Focus, as alterações incluíam novos para-choques, saias laterais, faróis auxiliares e rodas, que tinham 17 polegadas e eram calçadas com pneus 215/45. O visual ficava extremamente agradável (mesmo com os para-choques mais longos exigidos no mercado americano).

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Agora, o que realmente importava estava debaixo do capô: uma versão do motor Zetec 2.0 16v modificada pela Cosworth, que dava a ele um novo cabeçote de alumínio com maior fluxo, pistões ultra-resistentes e bielas forjadas, comando de válvulas de admissão variável, coletor de admissão de dois estágios e escapamento 4x2x1. Com um aumento na taxa de compressão, o resultado era um salto de 130 para 173 cv. A força era moderada por uma transmissão manual de seis marchas da Getrag, idêntica à do Mini Cooper S. O conjunto era capaz de acelerar até os 100 km/h em 7,9 segundos.

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Na Europa, seu equivalente apareceu um ano depois: Focus ST170. Seu nome vinha da potência do motor — o mesmo do Focus SVT, que também era acoplado à mesma transmissão Getrag de seis marchas, e trazia modificações estéticas semelhantes, porém na carroceria reestilizada, que tinha um visual mais agressivo. O carro era fabricado na Alemanha, mas o motor vinha do México.

Além do visual, outra coisa nos faz preferir o Focus ST170:

Ford Focus ST170.

Sim, sabemos que este é um especial sobre hot hatches, mas como não gostar de uma perua esportiva do Ford Focus?

 

Focus RS/RS 500

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O SVT/ST170 podia até ser um hatch mais apimentado, mas a coisa começava a ficar séria de verdade com o Focus RS. Para quem não sabe, a sigla RS, de Rallye Sport, tem um significado muito importante para os fãs da Ford na Europa — significado que se materializa no Escort RS Cosworth. Para retomar uma nomenclatura desse calibre, a Ford precisava fazer um carro matador.

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E fez: turbinando o Duratec de dois litros e modificando pistões, válvulas e escapamento, a Ford conseguiu extrair dele 215 cv e 31,6 mkgf de torque, que desta vez eram moderados por uma caixa de manual de cinco marchas. Agora, o Focus podia chegar aos 100 km/h em 6,4 segundos. Mas não era só isso: além do motor mais potente, o carro tinha uma dinâmica absurdamente boa graças à suspensão e ao diferencial Quaife, que distribuía o torque entre as rodas dianteiras automaticamente. Além disso, a bitola dianteira era 65mm mais larga, e a direção tinha relação mais rápida, como no ST170.

Os freios eram Brembo, com discos de 324 mm e pinças de quatro pistões na dianteira, e discos de 280 mm e pinças de um pistão na traseira. Eram calçados por rodas de 18 polegadas da OZ Racing — herança dos ralis. Completando o pacote, visual com para-lamas mais largos e para-choques exclusivos, e uma única cor: o azul metálico Imperial Blue. Por dentro, bancos Sparco e forração em couro preto e azul e Alcantara.

Ao todo, mais de 70% dos componentes eram novos em relação ao Focus comum. Há relatos de que a Ford perdia £ 4.000 (pouco mais de R$ 15.000) a cada Focus RS vendido tamanho o custo de produção das pouco mais de 4.500 unidades — cerca de 2.100 delas vendidas no EUA, enquanto o restante foi dividido entre vários países da Europa. Apesar disso, o Focus RS tinha sido, sem dúvida, um sucesso, e a Ford fez questão de preparar seu sucessor na segunda geração do modelo, lançada em 2004.

Nos EUA o Focus seguiu por um caminho diferente — a segunda geração estava mais para um facelift extenso da primeira, enquanto na Europa era uma segunda geração de fato, maior e visivelmente mais evoluída.

Em 2005, a segunda geração do Focus ST170, agora chamada simplesmente de ST, foi lançada no Velho Mundo. Seu maior atrativo era o motor Duratec 2.5 turbo de cinco cilindros, capaz de entregar 228 cv — desenvolvido em parceria com a Volvo, que fazia parte do grupo Ford na época. De fato, um esportivo de respeito até mesmo para os padrões de hoje. Na Austrália e Nova Zelândia, seu nome era Focus XR5 Turbo. Detalhe:

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Contudo, a versão RS continuou se mostrando a estrela da linha esportiva do Focus, ainda que tenha levado quatro anos para chegar. Lançado em 2009, o Focus RS de segunda geração levou o desempenho do Focus a um novo patamar e fez com que o mercado e o público entusiasta repensassem qual era o limite prático de potência e torque para carros de tração dianteira.

A Ford confirmou em 2007 que um novo Focus RS seria lançado dali a dois anos. Então, em 2008, apresentou o primeiro conceito funcional, que surpreendeu com os 305 cv do motor Duratec 2.5 turbo, graças a um turbo Börg-Warner K16 maior, operando a 1,3 bar. Deduziu-se, então, que o Focus ganharia tração integral — porém, surpresa de novo: ele saiu apenas com tração dianteira. Por sorte, graças ao diferencial de deslizamento limitado Quaife e a um bom trabalho na suspensão dianteira McPherson, a dinâmica não foi comprometida — pelo contrário: era uma das melhores, e a Ford garantia que era o mais próximo de um carro de rali do WRC que alguém poderia chegar com um Focus de rua.

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O 0 a 100 km/h vinha em 5,9 segundos, com máxima de 263 km/h. Incrível, mas a Ford queria mais. Talvez para provar a excelência do conjunto, a Ford lançou em abril de 2010 a edição limitada Focus RS500, que permanece como o Focus de rua mais extremo lançado até agora.

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O motor Duratec 2.5 recebeu um intercooler maior, bomba de combustível mais eficiente e um novo sistema de escapamento, além de uma recalibragem no módulo de controle do motor. O resultado: 350 cv a 6.000 rpm e 46,9 mkgf de torque entre 2.500 e 4.500 rpm, força suficiente para atingir os 100 km/h em 5,4 segundos com máxima de 266 km/h.

O suficiente para que ele tenha desempenho comparável ao de um Subaru WRX STi

Mas o que conquista de verdade no RS500 é seu visual totalmente badass: todas as 500 unidades fabricadas foram pintadas de preto Panther Black e envelopadas com um filme especial para conseguir o efeito fosco, que também foi reproduzido nas rodas de 18 polegadas. Os faróis de máscara negra, as entradas de ar no capô e as janelas traseiras escurecidas selam a cara invocada do hot hatch, que só foi oferecida naquele ano.

 

E hoje em dia?

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A terceira e atual geração do Ford Focus passou recentemente por um facelift e ganhou faróis mais estreitos, uma grade menos avantajada e o resultado é um visual ainda mais agressivo. A versão ST foi a última a mudar de visual, mas o motor é o mesmo da época de quando foi trazida de volta, em 2012: o EcoBoost de dois litros turbinado capaz de entregar 250 cv  e 36,2 mkgf de torque — o suficiente para acelerar até os 100 km/h em 6,5 segundos, com máxima de 247 km/h. Fala-se muito sobre sua chegada ao Brasil entre 2014 e 2015, mas nada ainda foi confirmado.

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Esperado para o ano que vem como modelo 2016, o Focus RS começou a ser flagrado em testes pela Europa, e até agora especula-se que seu motor será o mesmo Ecoboost turbo de 2,3 litros e 340 cv que deverá encontrar espaço debaixo do capô do Mustang. Quanto à tração, se será dianteira ou integral, isto ainda é um mistério. Mas nós não precisamos dizer que estamos ansiosos demais, não é?