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Car Culture

Os melhores hot hatches do universo: Volvo C30 Polestar

A menos que você seja muito fanático pela Volvo, você dificilmente pensará nela quando falamos em hot hatches. Isso por que até bem pouco tempo atrás ela nunca havia feito um carro nos moldes daquilo que consideramos um hatchback esportivo.

Claro, houve o Volvo 480, produzido entre 1985 e 1994, que apesar de ser vendido como coupé era, na prática, um hatchback. Mas ele não era hot nem mesmo em sua versão topo de linha, que usava um motor 1.7 turbo de 120 cv para empurrar quase 1.150 kg daquela engenharia sueca focada na segurança e na robustez em vez de desempenho.

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As coisas começaram a mudar em Gotemburgo em 2006, quando a Volvo renovou a família S40 e, além dos já existentes sedã (S40) e perua (V50), também criou um hatchback derivado da plataforma, o C30. Ele foi inspirado no conceito SSC de 2002, que trazia soluções de segurança, como as colunas A vazadas para eliminar pontos cegos, e uma estética mais moderna e contemporânea. No lugar das linhas retas e do formato “caixote sobre rodas”, agora havia curvas e elementos ousados como a traseira de vidro inspirada nos clássicos P1800ES e 480ES.

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As opções de motorização eram várias, começando com um 1.6 a gasolina de 100 cv, e chegando ao topo da linha com um 2.5 turbo de cinco cilindros e 220 cv. Mais conhecido como T5, foi este o motor que deu ao C30 o tempero ideal para que ele pudesse se tornar um hot hatch. Mais tarde, a Volvo fez algumas atualizações no motor e extraiu outros 10 cv, chegando a 230 cv.

Só isso já seria suficiente para fazer um hatch com pretensões esportivas bastante interessantes. Com o motor T5 o hatch é capaz de ir aos 100 km/h em 7,2 segundos e chegar a 240 km/h — desempenho que o coloca à altura dos hot hatches mais tradicionais da Europa, como o Golf GTI e o Focus ST. Mas ainda não era o bastante.

Então, em 2010, a Volvo chamou sua divisão de performance e automobilismo, a Polestar, que já havia construído um C30 para as pistas do Campeonato de Turismo Escandinavo (STCC) e usou esse conhecimento para desenvolver uma versão ainda mais radical para o C30. Ele mantinha o mesmo motor 2.5, mas a turbina foi substituída por uma KKK 26 de maior capacidade, e os pistões, bielas e o comando de válvulas da admissão foram modificados. Com as mudanças, o motor passou a produzir impressionantes 405 cv e 51,8 mkgf e o C30 passou a atingir os 100 km/h em apenas 4,9 segundos.

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Mas a preparação não parou por aí: o C30 Polestar ganhou um sistema de tração integral Haldex com diferencial mecânico Quaife, amortecedores e molas Öhlins, freios Brembo com pinças de seis pistões na frente e quatro pistões na traseira, roas BBS FI de 19 polegadas com pneus Pirelli P Zero 235/35. Por dentro, ele recebeu bancos concha com couro Ternjsö e cintos de quatro pontos.

Infelizmente, em algum momento da história a Volvo decidiu que não seria viável construir este carro, mesmo em edição limitada, e mesmo que fosse transformado pela Polestar em uma operação independente, e assim o C30 Polestar Prototype não passou da fase de conceito.

Contudo o engavetamento do projeto não significou o fim das possibilidades de vermos um hot hatch da Volvo. Diferentemente da AMG ou da M, a Polestar não produz modelos em série — ela apenas oferece kits de preparação que são instalados após a venda do carro, como se fosse um opcional de concessionária, e que mantém a garantia original. Mas para o C30 eles abriram uma exceção — na verdade o mínimo que poderiam fazer depois de mostrar um hot hatch de 405 cv.

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Assim, em 2012, a Volvo lançou o C30 Polestar como edição limitada para o mercado americano — que não tinha a opção de comprar os kits nas lojas. Ele não tinha mais o interior exclusivo do protótipo, com bancos de corrida e camurça natural, mas recebeu o kit R-Design, que inclui um bodykit aerodinâmico com saias laterais e para-choques mais agressivos em termos visuais, suspensão 10 mm mais baixa, rodas de 18 polegadas, ponteiras de escape cromadas de 90 mm (ou 3,5 polegadas), pedais de alumínio, instrumentos com fundo azul e grade R-Design com padrão em colmeia.

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Quanto ao motor, ele vinha de fábrica com a preparação feita pela Polestar — um remapeamento da ECU que deu ao 2.5 turbo 23 cv extras e outros 5,1 mkgf, chegando a 253 cv de potência e 36,6 mkgf de torque. A tração voltou a ser apenas dianteira, mas ao menos o câmbio era manual de seis marchas. Com o fôlego renovado o C30 Polestar passou a acelerar de zero a 100 km/h em 6,2 segundos, e a velocidade máxima chegou perto dos 250 km/h.

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Foram feitas apenas 250 unidades do C30 Polestar, que se diferencia visualmente do T5 R-Design pelo emblema quadrado e azul na traseira do hatch.

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O C30 deixou de ser produzido em 2013, e foi substituído pelo V40, que já ganhou uma versão T5, embora com um motor 2.0 turbo de cinco cilindros e 210 cv. Há boatos de que ele também ganhará uma versão Polestar. Enquanto isso não acontece, o C30 Polestar é o único Volvo da nossa lista de melhores hot hatches do universo.