FlatOut!
Image default
Zero a 300

Polestar no Brasil, a volta do Cappuccino e do Freelander, e uma reação contra elétricos nos EUA

Bom dia, FlatOuters! Bem-vindos a mais uma edição do Zero a 300, nossa seleção diária com tudo o que está rolando de mais importante no universo automobilístico para você não ficar rodando por aí atrás do que interessa de verdade. Gire a chave e acelere com a gente!


Ainda não é assinante do FlatOut? Considere fazê-lo: além de nos ajudar a manter o site e o nosso canal funcionando, você terá acesso a uma série de matérias exclusivas para assinantes – como conteúdos técnicos, histórias de carros e pilotos, avaliações e muito mais!

FLATOUTER

O plano mais especial. Convite para o nosso grupo secreto no Facebook, com interação direta com todos da equipe FlatOut. Convites para encontros exclusivos em SP. Acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Direito a expor ou anunciar até sete carros no GT402 e descontos em oficinas e lojas parceiras*!

R$ 26,90 / mês

ou

Ganhe R$ 53,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

*Benefícios sujeitos ao único e exclusivo critério do FlatOut, bem como a eventual disponibilidade do parceiro. Todo e qualquer benefício poderá ser alterado ou extinto, sem que seja necessário qualquer aviso prévio.

CLÁSSICO

Plano de assinatura básico, voltado somente ao conteúdo1. Com o Clássico, você terá acesso livre a todas as matérias da revista digital FlatOut, incluindo vídeos e podcasts exclusivos a assinantes. Além disso, você poderá expor ou anunciar até três carros no GT402.

R$ 14,90 / mês

ou

Ganhe R$ 29,80 de
desconto no plano anual
(pague só 10 dos 12 meses)

1Não há convite para participar do grupo secreto do FlatOut nem há descontos em oficinas ou lojas parceiras.
2A quantidade de carros veiculados poderá ser alterada a qualquer momento pelo FlatOut, ao seu único e exclusivo critério.

 

Polestar virá ao Brasil em 2025

A Polestar, que um dia foi divisão esportiva da Volvo e virou marca depois da aquisição pela Geely e da eletrificação da linha pelos chineses, chegará ao Brasil em 2025. A informação foi divulgada pela própria Polestar em um comunicado à imprensa onde mencionava a expansão da marca para novos mercados.

Na lista de países, constam França, Alemanha, Eslováquia, República Tcheca, Polônia, Tailândia e Brasil. O mercado brasileiro raramente é equiparado aos europeus, mas, aparentemente, o sucesso de vendas dos modelos elétricos da BYD e da Volvo no Brasil podem ter levado a Geely a apostar na oferta da Polestar por aqui.

O comunicado não mencionou modelos ou preços, mas a linha Polestar tem apenas três modelos em produção e outros dois previstos para 2025 e 2026. Acho pouco provável que a marca chegue aqui já com um lançamento global que será seu novo topo-de-linha. Ainda desconhecida pela maioria — e sendo oferecida por meio de uma parceria de distribuição — ela dificilmente seria competitiva frente a marcas mais estabelecidas em uma mesma faixa de preço.

O Polestar 2 é o mais antigo e também um bom candidato. É uma mistura de sedã e crossover, algo como era o antigo S60 Cross Country, e embora seja baseado na plataforma CMA — a mesma do EC40 e XC40 — por ser uma marca com foco no desempenho, ele poderia ser posicionado muito próximo do EC40, atualmente na faixa dos R$ 360.000.

O Polestar 4, modelo intermediário lançado no ano passado, também é um bom candidato. Já baseado na nova plataforma SEA (a mesma do atual EX30), ele tem opção de motorização simples de 276 cv ou dupla de 574 cv — esta última seria a mais interessante por se distanciar dos EX30 da Volvo, e poderia chegar na faixa dos R$ 400.000 a R$ 450.000.

 

Novas regras de emissões dos EUA enfrentam resistência

Todo conflito, por mais brando que seja, irá chegar a um ponto onde ele se tornará insustentável. Não existe “guerra fria” que dure para sempre. A guerra a que me refiro neste caso, é travada entre dois grupos de interesse e pressão: de um lado, o grupo que está pressionando por regulações de emissões cada vez mais estreitas, em nome da salvação climática. Do outro, estão os produtores de automóveis e combustíveis, em nome da salvação econômica.

Até agora, o conflito foi brando: as regulações de emissões foram apertando e as fabricantes foram se adequando. Mas parece que estamos chegando a um ponto no qual o avanço de um dos lados desta briga irá aumentar a tensão entre as duas partes. E uma evidência disso é a reação às novas regras de emissões impostas pela Agência de Protecão Ambiental dos EUA (EPA é a sigla original).

Segundo a nova regulação, 68% dos novos veículos de passageiros e 43% das novas picapes e utilitários médios deverão ser elétricos até 2032. É uma decisão controversa pois ela não visa apenas controlar emissões, mas impõe a obrigatoriedade de eletrificação.

Diante disso a Associação Nacional dos Cultivadores de Milho, a Federação Americana de Agências Agrícolas, o Instituto Americano do Petróleo e seis grandes grupos de concessionárias de automóveis uniram-se para protocolar uma ação contra as novas regras da EPA. Segundo a coalizão, a agência “excedeu sua autoridade ao optar por apenas uma ferramenta para combater as mudanças climáticas”.

O presidente da associação dos cultivadores, Harold Wolle, disse que “concentrar-se apenas em veículos elétricos ignora os benefícios comprovados do etanol de milho na redução de emissões de gases do efeito estufa” e que “é possível que leve décadas para se obter veículos elétricos suficientes para reduzir as emissões indesejadas”.

Além disso, o grupo menciona que esta regra final da EPA irá, de fato, banir os carros de combustão elétrica em menos de oito anos, e ainda cita efeitos colaterais como “impactos adversos na economia”, “ameaça potencial à segurança nacional” e “possibilidade de tornar a energia elétrica menos confiável no sentido de disponibilidade e dependência”.

Esta ação protocolada pelo grupo não foi a única a enfrentar a EPA. Além dela, a Associação dos Combustíveis Renováveis (RFA) e a União Nacional dos Agricultores (NPU) também protocolaram uma ação contra a agência e sua nova regulação. Nesta ação mais recente, iniciada há dois dias, as duas entidades acusam a EPA de não ter autoridade para impor a regulação, porque ela, na prática, exige a produção de veículos elétricos enquanto ignora outras tecnologias como os motores flexíveis em combustível, que podem usar etanol para reduzir as emissões.

Segundo o presidente da Associação dos Combustíveis, “a EPA excedeu sua autoridade ao encerrar a regulação que, efetivamente, obriga a produção de veículos elétricos enquanto exclui descaradamente a capacidade de veículos flexíveis em usar etanol e combustíveis renováveis de alta ocanagem para atingir reduções significativas de emissões”.

Ele ainda completou dizendo que a regulação se baseia “na falsa premissa de que os veículos elétricos têm “emissão zero” e nenhum impacto no clima”, e que ela efetivamente “obriga os fabricantes a aumentar drasticamente a produção de veículos elétricos e a eliminar gradualmente os veículos movidos a combustíveis que podem, na prática, obter reduções de emissões iguais ou superiores às dos veículos elétricos”

Já o presidente da união dos agricultores, apontou que a EPA “perdeu uma oportunidade importante de reconhecer os benefícios significativos das misturas de etanol em sua regulação mais recente” e que “ao concentrar-se nos veículos elétricos, a agência ignora as vantagens comprovadas do etanol”.

Os próximos capítulos desta história serão interessantes: a Califórnia e a União Europeia ainda mantêm seu banimento de veículos de combustão interna em nome do combate às mudanças climáticas. Já vimos em diversas ocasiões ao longo dos últimos seis anos que o carro elétrico como padrão global de mobilidade e transporte ainda enfrenta desafios que podem ser intransponíveis, ou, no mínimo, difíceis de se resolver no prazo determinado pelos governantes. Pode ser o começo de uma nova fase nessa pretensa transição de matriz energética.

 

A volta do Suzuki Capuccino

Todo gamer dos anos 1990-2000 conhece o Suzuki Cappuccino. O roadster era um dos três kei-cars esportivos que fizeram sucesso nos anos 1990, ao lado do Autozam AZ-1 e do Honda Beat (formando a tríade ABC). Ele até lembra um Mazda Miata em miniatura (ou um micro-Viper), mas sendo um kei-car, ele não tem mais de 3,40 metros de comprimento, nem um motor com mais de 660 cm³, mas isso foi o suficiente para ele conquistar toda uma geração de entusiastas.

Tão suficiente que ele está prestes a voltar. Segundo o site Best Car, há um projeto da Toyota para combater o Miata com o roadster S-FR — aquele conceito de alguns anos atrás — e as duas fabricantes (Suzuki e Toyota, por meio da Daihatsu) já estão trabalhando juntas desde 2019.

Ainda de acordo com a reportagem o projeto começou como um carro de motor central traseiro (a “volta do MR2”), mas acabou mudando para um carro convencional de motor dianteiro. Aliás, um carro não: três carros, pois cada uma das fabricantes terá sua versão (a Daihatsu é a terceira, caso não tenha ficado claro).

Desta vez, contudo, o Cappuccino não será um kei-car. Como visa combater o Miata, ele será maior e terá um motor 1.3 turbo baseado no 1.6 do Corolla GR — sim, turbo com três cilindros — que deverá produzir 150 cv. Não há detalhes sobre a transmissão, mas considerando a dedicação da Toyota em manter o câmbio manual vivo, podemos esperar um seis-marchas como alternativa a algum automático menos empolgante. O lançamento do carro deve acontecer por volta de 2027.

 

E também a volta do Land Rover Freelander

Não foi preciso pensar muito para perceber que a Land Rover substituiu o antigo Freelander pelo atual Discovery Sport, foi? Os carros ocupam exatamente o mesmo posicionamento, de forma que o Discovery Sport só não se chamou Freelander 3 porque a marca decidiu criar três linhas distintas baseadas em seus modelos seminais — o Defender, o Range Rover e o Discovery.

Mas… agora, depois de dez anos desde o seu encerramento e quase 25 desde seu lançamento, o Freelander pode voltar. Ao menos em nome.

Isso, porque a Land Rover planeja usar o nome Freelander para sua linha de veículos elétricos que será fabricada na China em parceria com a Chery, com quem a Land Rover acabou de assinar um contrato para produzir veículos elétricos sobre uma plataforma chinesa. O modelo será vendido somente na China, ao menos no início, mas há planos para a distribuição global.

A linha Freelander, contudo, não será vendida sob a marca Chery nem Land Rover. Em vez disso, ela terá uma rede de revendas própria, criando uma nova marca para o grupo JLR vender veículos elétricos de grande volume, o que significa que esta marca nova será posicionada abaixo dos atuais Land Rover — exatamente como era o Freelander na época de seu lançamento. Estima-se que o primeiro modelo Freelander chegue à Europa em 2026.