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Project Cars Project Cars #91

Polo GTI “Fênix”: a instalação do motor e a primeira partida do Project Cars #91

Fala, FlatOuters! Foi dada a largada para a finalização do Projeto Fênix. Prometo lançar mais uma parte na sequência, porque como muitos já sabem, o carro já está 99% pronto. Chega de enrolação, vamos lá.

Quando comprei o Fênix – antes de mais nada, vamos deixar claro, o vermelho que pegou fogo continuará sendo chamado de Fênix, e o Prata virou o Revival-Project, por hora não achei nada ainda para caracteriza-lo – não imaginava o tamanho do trabalho que estava por vir. Assim que descobri que a recuperação do chicote e sensores que tinham sido destruídos pelo fogo para o funcionamento do motor 1.8 20V T como original seria tão trabalhoso quanto adaptar um motor novo no lugar, parti para a idéia do Swap, que vocês podem lembrar aqui (link para o post 2.).

Mas, e toda história tem seu mas, depois de arrematar o Revival, eu tinha dois carros, e tudo que sempre precisei para que o Fênix funcionasse como original estava agora disponível no Revival, a poucas rodas de distância. Em teoria, era tirar de um lado, por no outro.

 

As mudanças de projetos

Como expliquei brevemente no outro Post, tendo dois carros, decidi manter o Fênix, o vermelho, com motor original, porque era mais fácil de eliminar a pendência de documento – o carro tem sinistro indenizado pela seguradora, que para eliminar e permitir o licenciamento é preciso passar por uma vistoria minuciosa do Inmetro/Detran e tirar novo CSV (Certificado de Segurança Veicular) – e transferir todas as idéias do Swap e modificações para o Revival, o prata, já que este é uma tela em branco, e vai aceitar todas as alterações que eu pretendo fazer em seu documento, e ter os dois veículos dentro da lei para rodar na rua.

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Outra razão é também que eu quero modificar a cor de um dos carros, e eu não sou fã de carros pratas – apesar de também não achar o Vermelho Flash original dos GTi’s uma cor tão bonita assim. Ao final, decidi que queria ter uma dupla de GTi’s Vermelha e Azul, e por isso, começamos a mudar o rumo dos projetos.

 

Irmãos de peças

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Lembra que tudo que eu precisava pro Fênix e seria difícil de achar se o motor fosse ficar original? Pois bem, o Revival agora poderia doar tudo isso para que o Fênix voltasse ao seu estado completamente original. Usaríamos todos os periféricos do motor, chicote, sensores, tudo do Revival transplantado no Fênix, a não ser o bloco e cabeçote do motor, para preservar o número e termos um carro “matching numbers” original, e com as peças de desgaste do motor novas e revisadas, e assim, todo a ideia do swap com o trabalho de chicote e o motor 2.0 TSi passaria então ao Revival.

Decidido isso, a equipe da Arved’s Garage primeiro colocou o 1.8T do Revival para funcionar para ter certeza que os componentes estavam bons. Chave codificada, combustível no tanque, verificação do óleo, linhas e água, em 15 minutos o Arved deu partida no carro, e a marcha lenta era lisa, sem nenhuma avaria no sistema. Ótimo, podemos confiar que tudo isso vai funcionar no motor do Fênix.

Próxima etapa, desmontar, etiquetando tudo e identificando os itens para posteriormente realizar a montagem como original no Fênix. O chicote, peça que naquele momento valia ouro para nós, foi retirado e separado, o módulo de ABS, pressurização original, reservatórios, mangueiras, linhas, painel, módulo conforto, central do Climatronic, tudo iria para o Fênix. E assim foi feito todo o desmonte, e o Revival foi colocado de lado.

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No futuro, assim que o Projeto Fênix estiver concluído, voltaremos a trabalhar neste carro. Ele receberá o motor TSi, os upgrades de motor que tenho planejados – Turbina K04, Escape de Inox, remapeamento, etc – belos bancos de Audi RS6 que já estão comprados, o teto solar, suspensão a ar com gerenciamento, o meu xodó que são as rodas Kerscher RS aro 17, e a cor Azul que já está definida. É o maior projeto da minha vida em questão de carros, e continuarei lutando contra a ansiedade em vê-lo pronto, e seguirei aqui no Flatout compartilhando estas etapas com vocês. Por enquanto, ele está bem guardado numa vaga na Arved’s Garage. E assim ficará até a hora de fazê-lo.

 

Vamos colocar o Fênix para funcionar

Com a lista de compras em mãos, comecei a busca: coxins originais, Jogo de juntas do motor, bomba de óleo, bomba de água, velas, esticadores e tensores da correia, correia, óleo, filtros etc. Nossa, uma infinidade de componentes! Além dos componentes de motor, tivemos novas peças do cofre que foram adquiridas para que o cofre voltasse ao seu estado de original: Caixa de bateria, caixa do filtro de ar, mangueiras novas, abraçadeiras, tampões de borracha etc. Cerca de 90% de todos estes componentes novos, 100% originais, o motor do Fênix, aberto, verificado os componentes internos, lavado, lubrificado e fechado com o maior carinho para servir como carro do dia a dia pela equipe da Arved’s Garage (valeu Fábio Guerra). A quilometragem atual do motor do Fênix ainda é baixa, cerca de 50 mil km rodados, e a do Revival, mais baixa ainda. Mesmo assim decidimos garantir que todo o trabalho não fosse em vão, já que o motor estava parado a pelo menos dois anos.

 

Motor fechado, acoplado ao câmbio 02M, o Arved começou a preparar o cofre para receber a mecânica. Foi realizado lixamento e pintura de todo o cofre, apagando todo vestígio do desastroso incêndio. O tom fosco, sem brilho da pintura de parte interna foi habilmente mantido, para que não houvesse dúvida que este carro se tratava de um veículo meticulosamente restaurado. As etiquetas originais, preservadas, o PVC das junções de chapa, tão importante para evitar infiltrações e corrosão, refeitos, e as áreas que normalmente não recebem tinta, assim ficaram apenas com a cobertura de KTL e o overspray de tinta.

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Tudo nos mínimos detalhes seguindo instruções de fábrica, informações por mim compartilhadas com o Arved, somando conhecimentos, aproveitando que eu trabalhei como planejador de linha na VW tanto na Pintura como também na Montagem Final, e a habilidade incontestável do Arved em reparação automotiva. O desafio para nós está bem claro: queremos mostrar para as pessoas que conhecem a história do carro que com carinho e vontade, qualquer veículo volta a ter seu brilho. Não, não era impossível voltar ao estado original, como muitos duvidaram. Todos os carros merecem o céu. E a área que provaria isto seria a mais afetada em todo o acidente: o cofre do motor.

 

A primeira partida

Dar a primeira partida em um projeto como este pode parecer banal, mas é um momento crucial, e muito empolgante! Marcamos um sábado que eu iria para São Paulo para poder assistir a esta primeira partida, e assim fomos.

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Pela manhã de sábado, o cofre já estava pronto para receber a mecânica. Posicionamos o motor no local, e começamos a fixar coxins, escapamento, front-end com as mangueiras de arrefecimento, e o chicote. Preencher fluídos, verificar o ponto. Gastamos 1 dia e meio atrás de sinais falhos, baixa pressão de combustível, bicos ruins, ignição falhando, fusíveis queimados, e vazamentos – não, montar um motor do zero nunca vai ser algo Plug&play, mesmo que seja o original. Meu pai e alguns amigos acompanhavam os trabalhos ansiosos: “E agora, vai ligar?” Pois perto do almoço de domingo o motor finalmente foi ligado pela primeira vez.

 

 

Novos amigos, novo clube

Minha mudança para Curitiba também culminou com um tempo de conhecer novas pessoas, e neste quesito, a cidade tem se provado ser fantástica, ao contrário do que a cultura local diz. Conheci por um acaso outro proprietário de Polo GTi, tão meticuloso e provavelmente mais chato que eu, o Gustavo Nardino. Ele também estava executando o que podemos chamar de “levantar a moral” do Polo GTi dele, que não tinha recebidos os tratos merecidos pelos ex-proprietários.

Ao mesmo tempo, um amigo em comum em BH negociou seu Polo GTi para um novo proprietário em Curitiba, onde juntos, começamos a organizar encontros de Polos na capital Paranaense, com a presença inclusive do proprietário de meu primeiro Polo GTI, que mora em Blumenau/SC. Não demorou a reunirmos 10% da Frota num dia épico, com muita risada e “comparativos”. Que Domingo!

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A partir deste dia, criamos uma nova page no Facebook com o intuito de reunir informações dos 30 carros, e também, reunir os 29 proprietários dos 30 veículos. Estava fundado o Polo GTi Club BRASIL. Já somamos 21 proprietários de 22 carros reunidos, a maior parte do eixo SP-PR, mas com participação ativa inclusive de um proprietário de Rondônia – que insistimos em dizer ser do Acre -.

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Enfim, parafraseando um novo amigo do RS, que conheci pessoalmente no Vag Valley Treffen em 2015, Felipe Demarch, carro é realmente uma máquina de fazer amigos!

Para finalizar, peço desculpas novamente a todos os amigos que desejavam por novidades de ambos os carros, mas tive um ano bem atarefado, e mesmo o projeto, que a ideia era montar com a ajuda do Arved, foi na verdade todo feito por ele. O andamento do projeto foi acompanhado por muitos na minha página do facebook, a GTI Fênix, se desejarem seguir o trabalho, fiquem a vontade.

No próximo post irei finalizar o projeto do Fênix, e se o FlatOut permitir (e vocês assim quiserem), no futuro, retorno para contar a história do Revival na íntegra. Obrigado!

Por Luciano Jaccoud, Project Cars #91

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