Antes de começar este post, gostaria de passar um relato sobre como o Flatout é importante na vida deste geahead maluco, que vai andar em um carro de papelão. Logo após o último post, que foi publicado a mais de ano, surgiu um maluco me chamando no chat do Facebook. Ele me oferecia ajuda para conseguir legalizar o projeto.
Estava acabando de se formar na mesma universidade que eu, a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), mas me conheceu através do FlatOut. Conversa vai e vem, já acionei o Poomah, que já acionou o AMG e o Angelito, e acabamos fazendo um encontro “FlatOut” na república que eu morava. Uma noite inteira de conversa e besteiras sobre o mundo dos carros. Essa galera montou um grupo no whatsapp, que depois recebeu os ilustríssimos Utzig, RP, Highway, Astolpho, Professô, Kelvo, Japones Voador e mais um integrante que infelizmente acabou sendo “banido” do grupo por sermos um grupo de degenerados. Eu sempre achei um saco os grupos de whatsapp, mas esse é diferente. Participamos ativamente, e conseguimos reunir muitos de nós no Salão do Automóvel.
Mas vocês devem estar se perguntando, o que diabos aconteceu com o projeto? Um conto chinês pode nos ajudar a entender o acontecido.
Um tempo atrás estava esperando um amigo no saguão do apartamento da namorada dele. Nisso tinha um chinês carregando uma mesa de pedra com uma chinesinha de uns 13 anos, no máximo. O chinês tava fazendo a maior força do mundo para a mesa não cair. Me ofereci para ajudar, no que o homem olhou e sorriu pra mim, e logo falou:
— Agola vai!
É mais ou menos isso que vai acontecer a partir de agora com o PC de papelão: Agora o projeto conseguiu encontrar um rumo. Para tanto, consegui espaço, amigo e sócio. O engenheiro Marco Antônio Guterres, da Chevy 500 ( PC#314 ) será responsável pelo chassi desse projeto e de todos os que virão. De um carro de papelão com possivel mecânica de Opala, o General virou embrião de um projeto ainda maior, o que será explicado nos devidos pormenores no próximo post.
Basicamente, depois do Curitiba Motor Show, o General pegou um mês de chuvas ao céu aberto. O que não foi nada bom para a estrutura de papelão e fibra. Como estava de mudança da república (de estudantes, não de Curityba), acabei decidindo deixar o projeto no meu pai, até arranjar um novo espaço para ele. Mas o espaço que ele tinha disponível era um apartamento no térreo que estava com a reforma parada, então tive que desmontar a estrutura em varias partes, e guardar a fibra lá dentro. Foi difícil, o carro que eu tive que refazer por conta da casa que eu morava antes ter ido pro espaço, de novo parado.
Aí que entra o Marco na história.
Pra começar, o Marco é um maluco parecido comigo. Veio do interior do Rio Grande, Bagé, cidade a 120km de distância da minha, disposto a fazer alguma coisa diferente do que as pessoas normalmente fazem. Ele se empolgou com a ideia fora do normal e propôs me ajudar com o projeto, contanto que ele pudesse fazer do jeito dele (o jeito certo). Pensei comigo mesmo, o cara quer me ajudar, contanto que seja bem feito, afinal a assinatura dele que fica na retá né. Aceitar, sim ou certeza?
Tínhamos a ideia de montar o carro novamente no pátio do apartamento do meu pai, que nem é dele mesmo, é alugado. Mas como ele é o síndico e também muito folgado, poderia ser ali sem maiores complicações. Contudo, haviam dois problemas: falta de cobertura, que dificulta muito a vida de quem trabalha num lugar que chove bastante como Curitiba, e encrencas com um vizinho nojento de lá, que acabou sendo deportado depois. Esse cara não aguentou uma certa Chevy fazendo barulho na janela do apartamente dele!
Então o Marco simplesmente se muda do apartamento para uma casa, para poder montar uma oficina particular e mexer no PC dele e no General. Provavelmente seja a única garagem com dois Project Cars de dois donos diferentes. Com isso, finalmente colocamos o projeto para frente novamente, com apenas um ano e um mês de interrupção.
O que fizemos foi uma estrutura em metalon para acondicionar novamente os paineis da carroceria, para receber a fibra e colocar o restante do material para a rigidez necessária para uma carroceria. De arrancada descobrimos que a lateral traseira direita estava torta, paracia ter levado uma porrada grande. De resto, apenas alguns amassados, bem onde tive que dobrar a carroceria para caber no apartamento-garagem.
Alguns paineis, como teto, capô e tampa traseira não serão aproveitados, pois o mau tempo de Curitiba deu uma castigada forte neles. Serão reconstruídos sem maiores problemas. Mais fácil, rápido e barato que consertar os problemas.
Oi, Mopar! Adeus TL, entre outros: a vida de um gearhead com pouca grana
A cada postagem nova aqui no FlatOut eu apareço com um novo carro. Talvez por elas estarem ridiculamente demoradas, mas também por não estar totalmente satisfeito com os carros. Do Santana viatura da Polícia de SP, passei para um Golf GL 95, quadrado e alemão. Meio insatisfeito por dirigir um carro hatch e europeu, sempre dava umas buscas no Olx a procura de algo ainda pior. Então surgiu um Chrysler Stratus 2.0, com o parabrisa trincado e vazamento na transmissão automática. De resto, 112k km, interior super conservado, um amassadinho aqui e outro ali. Carro bem conservado mesmo. Ofereci troca chave-a-chave com o Golf, o cara aceitou, e desde então ando oficialmente de Mopar. Com um coração nipo-americano, mas ainda assim um Mopar.
Comprei quatro litros de óleo de transmissão e fui completando a medida que o nivel baixava. Mas eu achava curioso que o parachoque do carro ficava cheio de óleo, mas por baixo a transmissão era relativemente bem seca. Matada a charada: o vazamento era no radiador do fluido. Melhor ainda, era na conexão do radiador. Acabei só precisando reapertar a conexão, e acabou a sangria desatada. O parabrisa ainda não troquei, mas a média de preço de um usado não passa muido de 500 reais, não é muito barato, mas não é um preço tão absurdo assim. Uma hora, quem sabe, eu troco.
Já o TL, infelizmente, não está mais comigo. Estava usando pouco o carro, que ficava no apartamento do meu pai, mas em vaga descoberta. Uns pontos de ferrugem antigos voltando, outros novos aparecendo, aquela merda de platinado, carburadores, essas coisas de carro velho que precisam de um carinho que eu não podia e já não queria me dispor a fazer, acabei vendendo o meu primeiro carro. Parte da grana foi investida em material para o General, e não precisar mais gastar grana nele também é uma boa ajuda financeira. Talvez se eu tivesse uma condição financeira melhor manteria ele comigo, mas precisei dar prioridade ao projeto.
Nesse meio tempo ainda tive a infeliz brilhante ideia de comprar um Chevette Tubarão 76 de um primo meu, eu acho que era 76. Pneus diagonais, dogdish nas rodas pretas e mal mal uns buraquinhos na lata, coisa pouca para um carro tão velho. Radio AM original, motorzinho 1,4 super forte (me disseram que é o mesmo do Cruze, porém sem o turbo. Pareceu verídico…) sem o danado do platinado criador de cabelos brancos.
O carro estava em Pelotas (a cidade, não os pedaços) e por uma felicidade do destino acabei vendendo para um outro primo, irmão do primeiro, com incríveis 54 reais de lucro. Nunca um carro me deu tanta alegria ao ser vendido, nunca me incomodei tão pouco com um carro. Pudera, devo ter andado 2 quilometros com o danado, um pouco antes de emprestar a chave para meu irmão e ele encavalar o cambio. Ainda bem que estava na garantia.
Fora um Monza SL/E 86, quatro-portas, que foi parar no pátio do meu pai. Esse saiu barato, só o preço do guincho. Um amigo ganhou o carro e fizemos um trato. Colocamos pra rodar e dividimos o lucro da venda. Quem quiser um Monza bom, semi-apto a placa preta, deixa mensagem nos comentários. Nunca incomodou em nada, nem gasolina gasta. P.S.: tragam rodas e pneus montados, por gentileza.
E com isso me despeço, frisando que dessa vez nossos intervalos de postagem finalmente serão adequados. Virá novidade boa por ai. Abraço e até lá!
Por Ique Feldens, Project Cars #118