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Project Cars Project Cars #172

Project Cars #172: restauração pronta, hora de cair na estrada com o Corcel 1975!

Salve salve, pessoal do Flatout! Cá estou de volta para anunciar que este é o ultimo post sobre a Christine. Bem, pra adiantar as coisas neste post irei contar a atual fase do carro, a felicidade de guiar o carro oficialmente pela primeira vez, os testes nos quais ela foi submetida e a convivência com o novo daily drive.

 

A alegria de guiar pela primeira vez

É… parece que foi ontem que comecei com toda essa história, que passei por tantas dores de cabeça com o carro, toda a saga na busca pelas peças e a animação de um dia poder guiar o carro. Pra começar, após toda a tormenta que foi contada no segundo post ainda faltava mais um desafio: a documentação! O carro estava parado desde 2009, e com documentação atrasada desde 2008. Para ajudar, a cor também estava diferente.

Peguei o documento, finalmente fui até o cartório, passei o carro para o meu nome (já estava com o DUT em branco, mas pra não pagar multa nem nada, decidi esperar pra passar para o meu nome). Depois de assinar a documentação no cartório, o novo dono do carro tem 30 dias pra realizar a transferência, e como tinha que mudar cor e fazer vistoria no DETRAN, acabei perdendo o prazo e ganhando uma multa — sem ao menos sair da garagem! Nem vou citar a Controlar (vistoria) porque todos aqui de São Paulo já passaram um mau bocado com isso.

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Pronto para guiar pelas ruas

Passado isso, mal podia conter a felicidade pois iria finalmente andar com o carro. Foi quando meu pai entrou em cena novamente dizendo que não é a hora. Como um balde de água fria ele disse que eu tinha que começar devagar e que por tudo o que o carro passou, eu deveria apenas “curtir” um pouco o carro e depois vendê-lo antes que desse mais problemas.

Com minha negativa sobre vender o carro, surgiram os “testes”. Os testes eram para passar pela “vistoria” dele, a fim de provar que o carro não iria me deixar na mão, e poderia fazer uma viagem sem que eu ficasse no meio do caminho. Durante estes testes o carro começou a mostrar sua personalidade forte, digamos.

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O homem dos testes

A vistoria do progenitor foi mais simples do que eu pensava. Ele apenas andou com o carro de onde moramos, em São Paulo, até próximo à empresa onde ele trabalha, em Guarulhos, e voltou sem problemas. Como eu já estava usando o carro até pra ir à padaria a 600 metros de casa, sabia que o carro estava em perfeitas condições. A exceção é uma mega folga que a alavanca do câmbio tinha — algo como engatar a primeira no lugar normal e a terceira próxima a porta do passageiro.

Então papo vai e papo vem, o carro estava ótimo, até que ele erra a marcha em uma ladeira bem inclinada e demora quase cinco minutos pra sair do lugar. Nada demais: primeiro teste concluído. Enquanto ele fazia este teste, notei que o carro tinha certa personalidade, e que piscava o farol aleatoriamente, sem motivo nenhum (sim, havia uma fuga de corrente, mas deixem a magia viva). Ao voltar ele estava no carona e quando começou a falar em vender o carro, coincidentemente, o cinto começou a travar, brinquei dizendo que devia falar com delicadeza para o cinto soltar… e deu certo!

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Bem… não é vermelha como a Christine de verdade, mas está valendo!

Aprovado no primeiro teste, vamos ao segundo e um pouco mais demorado: o teste do uso diário. Usando o carro pra todos os cantos, ir pra faculdade, entrevistas de estágio e passeios “românticos” com minha noiva, foi ficando cada vez mais evidente a personalidade forte daquele até então pequeno Ford. Após o caso de tentativa de assassinato, abrindo a porta trancada sem motivo nenhum para minha noiva e depois para minha avó, piscando os faróis aleatoriamente, deixando tudo que se colocava no porta-malas com um forte cheiro de gasolina e o curioso fato de prender o cinto quando alguém falava mal do carro é que gerou o nome: Christine. Sim: é um clichê, mas eu gostei e todos que conheciam mais o carro também concordaram. O nome ficou.

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Manutenção daqui, lava dali, revisão… 

Depois do segundo teste, chega o tão esperado teste final: a viagem! Uma ida para Mongaguá no litoral paulista. Tudo preparado, malas prontas, tanque cheio, tudo verificado pra não deixar na mão e enfim pé na estrada. E até que ela não fez feio! Lógico que com alguns limites a se respeitar devido à idade, como o carro não conseguir passar de 120 km/h. Mas ele não faz feito até chegar lá.

Descemos a serra, nunca me senti tão feliz com algo tão simples. Apenas chegamos sem vazamentos, sem superaquecimento, sem nenhum problema e acompanhando tranquilamente um carro 1.0 moderno. Na hora de subir a Rodovia Anchieta foi a mesma coisa, sempre a 80 km/h sem problemas e sem perder velocidade.

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Essa é da segunda viagem

Agora sim. Todos os testes realizados.

Aí eu me pergunto: e agora? Logo penso em uma resposta rápida e controversa: preparação! Estuda, pesquisa, cota peça, vê que não tem grana e desanima, essa foi minha rotina por um tempo. Mas aos poucos, estou levantando as peças para tal, novo carburador, ignição, bobina e o que fazer em mente.

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Uma das melhorias para a Christine

Em meio a todas as histórias das dificuldades e risadas do uso da Corcel como carro diário, creio que a melhor e mais marcante foi a do dia que pedi a mão da minha noiva em Campos do Jordão, interior de São Paulo. No começo ela achava que seria somente uma ida ao encontro de antigos. Carro revisado, tanque cheio e lá vai o Corcel com quatro pessoas estrada afora.

Tudo estava indo bem, todos rindo até que chegou a serra que leva à cidade. Quem conhece sabe que é uma serra com uma subida bem íngreme, e por causa disso acabei deparando com um novo problema do carro: não segurar a terceira marcha em subidas longas.

Imaginem a cena: quatro pessoas dentro de um carro 1.4 de 1975 em uma subida considerável e com o motorista segurando a alavanca de câmbio porque a marcha estava escapando. Até hoje damos risada dessa cena. Chegando lá, estacionei, tirei fotos do carro e fui para o evento.

No final do dia, realizei o pedido com centenas de pessoas ao meu redor e feliz volto para o carro para voltarmos pra casa. No meio do caminho, senti que o carro estava meio estranho, com a embreagem baixa, mas não disse nada a ninguém. Fui do final da serra até minha casa sem embreagem porque o cabo estava literalmente com apenas dois fios. Isso só demonstra como os carros antigos são valentes.

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Atualmente, o projeto da preparação está a passos de tartaruga devido aos preparativos do casamento. A regra foi clara: posso até não ter de vender o carro, mas não posso gastar demais com ele.

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Pelo menos posso instalar o presente da noiva

Devido a todos os problemas com a lataria e acabamento do carro, e levando em consideração o uso e o tempo que fiz os “serviços” terei que refazê-los em breve, assim como o motor devido à nossa nova “gasolina”, o que resultará em um grande gasto que terei que adiar.

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Desolada e sozinha na nova garagem…

Como estou usando apenas o carro do serviço e não mais a Christine para o dia-a-dia, ela pode esperar um pouco. Mas como uma rota de fuga nos finais de semana, para todos os problemas do dia-a-dia ela ainda faz bonito, com aquele cheiro de gasolina (que renderia uma história à parte) vindo do motor e impregnando na roupa como um perfume, o toca-fitas tocando um bom rock’n’roll como complemento do ronco vindo daquele pequeno, porém valente motor. Tudo isso funciona como uma espécie de terapia, uma válvula de escape para todo o stress acumulado.

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Um conselho que deixo a todos gearheads que estão lendo essa matéria final do meu humilde project car, é que peguem os seus carros, seja ele qual for e dirija. Sem rumo, apenas pelo simples fato de dirigir, somente você e seu carro, sem se estressar com os demais motoristas (sei que é difícil), apenas um momento entre você e o carro que te acompanha para todos os lugares que mesmo te deixando na mão você não se desfaz de seu caro companheiro (a).

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Você sabe que comprou o carro certo….

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…quando depois de estacionar, olha pra trás e volta para tirar uma foto, seja onde for.

Muito obrigado à equipe do Flatout por essa oportunidade, não somente a minha, mas a de todos os gearheds que aqui estão com seus projetos. Pois todos ganhamos com essa histórias.

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Hora de pôr a capa, e ficar por aqui… por enquanto.

And on that bombshell, it’s time to end!

Por Renan Santos, Project Cars #172

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Uma Mensagem do FlatOut

Renan, ver um clássico nacional como o Corcel de volta à vida é sempre uma bela história. Mais legal ainda é quando você coloca o carro à toda prova desse jeito, fazendo viagens e curtindo como uma terapia ou um amigo motorizado. Olhando agora fica claro que toda a confusão, dores de cabeça, tempo e dinheiro investidos são recompensados na hora de ligar o motor e sair por aí. Parabéns por trazer o carro de volta.