Fala, pessoal! Meu nome é Mauricio Faccina, tenho 28 anos, sou formado em gastronomia, trabalho na área de panificação, faço pós em tecnologia cervejeira e em tempo integral sou gearhead e opaleiro. A história a ser contada aqui é sobre o meu Opala Comodoro coupe 1987, mais conhecido pelos amigos como Genão.
Sempre gostei muito de carros, corridas e afins, mas nem sempre foi uma paixão avassaladora. Só lá pelos meus 15 anos que a coisa “ficou séria”. Nascido em uma família “fiateira”, nada mais natural que eu fizesse planos de apimentar o motor do Uno da família quando comecei a trabalhar — ou quem sabe até comprar um pra poder fazer o que quisesse com ele.
Mas todos os planos esbarravam em um problema: um Opala quatro portas preto, com as rodas cromadas que eu vi algumas vezes rodando pela cidade. Aquela visão se instalou nos meus pensamentos e aquele ronco embaralhado de um comando com alta graduação e o dimensionado roncando embaralhado, sempre era puxado pela memória quando o assunto era carro.
O tempo passou e acabei não investindo em um carro pra mim (e em carro nenhum) até o início de 2011. Na época eu estava com uma grana guardada e decidi comprar qualquer carro que se enquadrasse nos limites dos meus R$ 3.000. As únicas restrições eram não ser Gol ou variações e nem Fusca (que é um tanto quanto claustrofóbico para o meu 1,98 m de altura).
Depois de dois meses de buscas em jornais locais, um anúncio me chamou a atenção: Opala cupê quatro-cilindros por pouco mais de R$ 3.000. Me empolguei na hora, falei com meu pai (e cúmplice do projeto), liguei pro dono e meia hora depois eu estava indo de moto ver o carro.
Chegando lá deparei com um Opala Comodoro 1987, mal cuidado, pneus no chão e muita coisa pra fazer. Bem… o que mais eu podia esperar de um Opala de R$ 3.000? Pior é que gostei do carro! Depois de algumas conversas e orçamentos, lá estava eu, sem ao menos ter andado com o carro uma única vez, pegando para trazê-lo pra casa.
Vou falar resumidamente sobre os Opala “quadrados”. Em 1980 a linha Opala sofreu uma grande reestilização e ganhou faróis e lanternas retangulares e, a partir de 1981, novo interior e painel. O comodoro é considerado a versão intermediária dos Opala a partir de 1980.
Em 1985 a linha recebeu outro facelift com novos para-choques, retrovisores e maçanetas, alem do painel de instrumentos com nova grafia. Como opcionais de série, recebia vidros elétricos, antena elétrica, retrovisores elétricos, porta malas com acionamento elétrico, travas elétricas, desembaçador do vidro traseiro, aquecedor interno e volante com regulagem de altura.
Agora imaginem vocês, pegar um carro que você não conhece (nunca tinha dirigido Opala nenhum na minha vida) e nem sabe como está a manutenção, e simplesmente sair pra uma viagem de quarenta e poucos quilômetros pela BR-101? Minha primeira surpresa foi quando pisei no freio com pouca força e o carro guinou violentamente para a direita.
Depois paramos pra abastecer pois o marcador do tanque não funcionava. Ao sair do posto fui ligar as luzes e descobri que além de uma luz de freio só a luz de posição do lado direito funcionava. Os limpadores de pára-brisa nem existiam e, digamos que por pura sorte, o caro não passava de 70 km/h, não importando o quanto eu tentasse.
Chegando em casa mais feliz que criança na manhã de natal, comecei a listar e pensar tudo que deveria ser feito no carro pra torná-lo meu carro de “uso diário” com segurança! Tudo o que foi feito de freios, elétrica e mecânica (incluindo um swap pelo , são histórias para os próximos posts. Até mais, pessoal!
Por Maurício Faccina, Project Cars #19