Salvem, amigos! Cá estou pra contar essa nova etapa da “re” preparação do meu VTS turbo e último post desse projeto que resolvi abraçar. Minha meta desse PC era um carro somente pra trackdays, com tudo que se tem direito….mas como o investimento pra quando se vai para esse mundo “sombrio” é relativamente alto e minha situação financeira não acompanha esse nível, resolvi primeiramente fazer algo mais “civilizado”… e participar do trackday com o que tenho. Esse acabou sendo meu maior objetivo.
O Projeto em si não acabou (quando acaba né?), ainda quero mudar muita coisas…. rodas, freios, rollcage, bancos, troca de turbina entre várias outras coisas, tudo a seu tempo. Como viram no último post, desafios, dificuldades e vontade de tacar fogo no carro não faltaram. Principalmente em uma cidade isenta de qualquer estrutura de peças e apoio. Agradeço muito aos grupos de whatsapp e amigos das redes socais que me ajudaram muito em duvidas que ocasionalmente vinham aparecendo.
Bom, chega de papo e vamos ao que interessa…
Com o VTS ligando e Injepro funcionando, era hora de iniciar os acertos. Como minha experiência em preparação era praticamente só teórica, essa parte foi bem desafiadora. Tive ajuda de um amigo ninja dos remaps e amante do mundo PSA, o Pixel, que me deu um bom auxílio mesmo distante.
Minhas metas e objetivos para esse ano eram claros, queria participar de um trackday com o VTS. Como não tenho carreta pra levar o carro até Fortaleza (260km), teria que ir com ele rodando mesmo. Para isso, eu precisaria ter um carro confiável pra rodar praticamente 650km e ainda participar do trackday, coisa que pra muitos é algo praticamente impossível.
Primeiro vamos para os mapas de combustível e ignição… afinados e perfeitos sem chance, aqui não tem dinamômetro, então teria que ser na rua mesmo o acerto… sinto falta de melhorar a fase aspirada, mas isso vai ter que ficar pra mais adiante..
O carro ficou bacana na rua, precisa de um acerto fino em dinamômetro pra corrigir pequenos buracos, mas como o tempo é curto, vai ter que ser assim. Vamos ver como se comportará na pista. Seja o que Deus quiser.
Andando com ele na rua, empurra com força quando o giro passa dos 4.000rpm e vai até o corte de 7800rpm com vigor. Mais adiante farei um novo mapa pra pista e outro conservador pro dia a dia. No modo atual, viajando com ele, lambda fica entre 1,05-1,10 e consumo na casa de 7,0 – 8,0km/l andando entre 110-120km/h, pra mim está ótimo…
Sábado de sol, temperatura alta pra variar, carro em dia… bora pegar a estrada depois de convencer a esposa a ir junto nessa aventura.
Como podem ver o interior do carro está ótimo pra levar bagagens, foi o que disse a ela.Primeira parada pra um café e verificar se está tudo ok, praticamente um carro comum no meio dos demais. Meu maior medo era aquecimento, afinal estou num carro turbo e em um local que as temperaturas passam dos 38° facilmente.
Como o Trackday é em Fortaleza, domingo no Autódromo Virgílio Távora, eu teria que achar um local para dormir no sábado próximo ao autódromo. Eu também nem sabia se o carro aguentaria a viagem de Sobral a Fortaleza. Já tinha em mente que se o carro desse algum problema, seria mais facil de voltar pra Sobral no guincho. Como tem muitas praias ao redor, resolvemos ficar em uma pousada na praia do presídio (que não tem nenhum presídio lá). Nisso aumentou mais 70km (ida e volta) para o VTS turbo, e trechos em estrada de terra e areia..
Chegando em Fortaleza, abasteci o carro, pra minha surpresa fez uma média de 7,5km/l, fiquei feliz “pacarai”.
Amanheceu o dia, domingo de sol, 5:30 da manhã. Tomar um banho de mar antes do café e depois ir pro autódromo. Uma conferida básica nos níveis de óleo e liquido de arrefecimento e vamos nessa.
Chegamos no autódromo, nervosismo a cor da pele, ansiedade, tremedeira, carros num nível alto de preparação e pilotagem. Surpreendi-me muito na organização do evento, no nível dos carros e pilotos, positivamente claro. Muitos ali com mais de 10 trackdays nas costas e brigando por tempos num nível muito alto.
Como meu objetivo não era brigar por tempo e sim conhecer o VTS turbo na pista, tudo foi super de boa. Aos poucos ia abusando mais do carro e da tocada (até dar uma bela rodada, mas faz parte). O carro se comportou muito bem, além do que eu esperava. Senti falta de uns freios melhores, os originais depois de quatro voltas o pedal já começava a ficar mole. Uma suspensão mais firme também, pois o carro deitava muito nas entradas de curva.
Mas num contexto geral gostei muito da dinâmica do carro, a turbina enchia nas saídas de curvas sem sair destracionando loucamente e na reta ia muito bem. Claro que minha pilotagem tem muuuuito a melhorar, nunca tinha andado nesse autódromo, e muito menos com o VTS turbo na pista.
Meu tempo não foi nada espantoso, mas para um iniciante e um carro que nunca tinha nem pego a BR, acho que foi um bom resultado, minha melhor volta foi 1:36,726. Mas como havia dito, meu principal objetivo era participar e conhecer o carro.
Pra variar, levei uma rasteira da minha Gopro. A bendita resolveu apagar e não funcionou mais. Com isso o vídeo onboard não rolou, consegui apenas fazer um vídeo de fora, sendo perseguido por um monstrinho de um Fiesta Duratec aspro com muito motor, chão e piloto. Babei no carro e na tocada, mandava muito bem carro e piloto. No vídeo da pra ver o quanto preciso melhorar no carro e tocada do carro:
Com isso, finalizo aqui minha história da re-preparação do VTS turbo e com meu principal objetivo alcançado. Muito feliz pelo carro ter andado praticamente 650km, ter dado várias voltas no trackday de manhã e de tarde e ainda retornado pra casa andando normalmente, sem nenhuma falha mecânica ou elétrica.
Cheguei em Sobral praticamente sem freios e pneus, mas com um sorriso de orelha a orelha do orgulho de ter alcançado o que pra muitos era praticamente impossível.
Agradeço ao Flat Out por essa oportunidade de mostrar o meu projeto (embora não 100% finalizado) e pelas amizades que acabei criando através desse PC. Agradeço minha esposa pela paciência e coragem de se aventurar comigo nessa jornada e agradeço aos meus amigos das redes sociais que sempre me ajudaram com dicas, resoluções de problemas e companheirismo.
Forte abraço!
Por Renan da Silva, Project Cars #227
Uma mensagem do FlatOut!
Renan, acho que é consenso entre todos os gearheads que acelerar seu próprio carro na pista é um dos grandes prazeres da vida. Mas isso é especialmente recompensador quando a gente começa o projeto do zero, passa por todos os perrengues de uma preparação para só depois de muito tempo curtir o carro e descobrir que tudo deu certo. Parabéns pelo projeto!