Fala, galera! Vamos para mais uma parte da saga? Aqui vou contar as tretas que aconteceram no processo de subir o motor no cofre, as medições e as pedras no caminho.
Detalhes antes de subir!
Então, antes de subir o motor no cofre fui atrás de um coletor de escape, porque o original para ser ridículo precisa melhorar muito! De novo o destino conspira para que a idiotice se propague, achei um a venda num fórum que frequento e à um preço ótimo, fechei com o manolo e em pouco dias chegou.
Dei um trato obviamente para ficar apresentável, pus termotape nova de 3mm e ficou zerado. Queria na verdade um 4x2x1, mas para o momento estava ótimo.
Nesse tempo também comprei velas novas, coxins, retentores novos e um reservatório de agua novo também. A garagem que eu estava usando tinha um degrau de uns 15cm pela parte da frente do carro, então ergui a carroceria o máximo que consegui para ter bastante espaço na frente, ai ficou fácil colocar o motor por baixo no espaço do cofre e preparar pra subir ele.
Nesse ponto ia me esquecendo, precisava colocar a manta refletiva no cofre – já uso no 306 e é ótima, então precisava por também no 205.
Com quantos paus se sobe um motor!
Bom, momento de subir o motor no cofre! Mas como carai? Velha técnica medieval dos “tocos”, sim! Como estava sozinho, precisava improvisar.
Peguei um macaco, uns 375 sarrafos e comecei de um em um. Sobe um lado, calça, faz o pendulo e calça o outro lado, repita o processo até a massa estar bem consistente.
É nessa hora que você olha para o que está fazendo e pensa: Mas eu sou um imbecil mesmo, não é possível!
Desconsiderem o fato de que o cofre parece um cenário pós guerra, é assim que se trabalha, quem tem TOC não é recomendável que faça swap. O coxim e suporte pelo lado do cambio é tranquilo, plug and play mesmo. Mesmo com o câmbio do 1.6, se estiver posicionado correto a caixa da planetária não pega no agregado, mesmo que no momento da montagem pareça que vai pegar. O suporte inferior, onde passa o semi-eixo do lado direito, também é tranquilo, mesma coisa que o original do 205, encaixes e posição são tranquilas.
Então, motor no lugar, preso só de um lado mas tudo bem (câmbio), hora de avaliar as medidas e possíveis problemas.
Distâncias na frente, para ver se os acessórios vão ter espaço suficiente até o radiador. Em princípio tudo ok.
Nivelando pra ver se está tudo certo, ao que parece, com o suporte correto o motor vai ficar 100%, mas…espera ai, e o suporte principal? M***
Suporte, eu não te suporto, babaca!
Nem tudo são flores, como vocês já viram até agora né? Mas tem umas paradas que poderiam ser menos cascudas. A distância dentro do cofre do 205 é menos que dos outros carros que abrigam o 1.6 16v originalmente, então se for pra usar o posicionamento original do motor(perpendicular em relação ao solo) a coisa complica, conforme podem observar.
Ps. Por mais que pareça uma cena mesmo do GTA, não é, fiz no paint. Desculpem.
Bom, suporte original não serve. Vamos tentar o suporte do 1.4, já que o bloco é o “mesmo”. Ótima idéia!
Vai, babaca!
Tá, então eu resolvi desenhar e fazer um suporte. Peguei o suporte original, que ia fora mesmo, cerrei e posicionei ele da melhor forma que consegui para ter as furações da parte que vai no cabeçote e a posição do coxim 100%.
Tirei as medidas e levei num amigo torneiro mecânico que angulou duas chapas, soldou e fez os furos, com os rebaixos para as guias. Levei para casa e cortei no formato que eu precisava e pronto!
Não!
Coxim original deixava muito alto. Dica de um outro amigo mecânico, comprei um coxim de Chevette, que tem a mesma rosca e é 1,5cm mais baixo, agora sim p#@$!
Ficou 100% em cima, nivelado, bem firme e a posição do motor me deu espaço pra manter a bomba de direção hidráulica que estava no script para ser instalada.
Depois vou contar as consequências dessa parte aqui, detalhar as mudanças que precisaram acontecer para realmente ficar 100%.
Vamos em frente!
O tempo que essa treta do suporte me consumiu foi considerável, a essa altura já tinhamse passado dois meses no total de swap, era novembro. Com o motor no lugar eu consegui colocar o motor no ponto(será?). Segui o que eu julgava correto para colocar no ponto, travei as polias dos comandos, avaliei o PMS medindo os pistões e travei a correia.
Nesse meio tempo também torquiei o cabeçote e outros pontos que necessitavam, seguindo as especificações da PSA, é um trampo minucioso mas relativamente simples de fazer.
Parafraseando meu post do 306: “Depois de tudo em cima e montado, mecanicamente falando, vem a parte que mais me apavora sempre, a elétrica! A PSA tem alguns problemas sérios com o entendimento da palavra: PADRÃO. Quem tem PSA e fuça sabe do que eu estou falando”
Como expliquei no outro post, usamos uma central que facilita o swap, o conhecimento do Denner com elétrica e eletrônica e uns oito diagramas diferentes do mesmo motor/central(sim, isso é sério) para poder fazer a coisa acontecer.
Como também disse no outro post, equalizamos os sinais principais do carro com a central/motor para poder viabilizar o funcionamento e controle. Motor de arranque é direto, então isso mantivemos original. Sinais de painel também são independentes, apenas temperatura e RPM que são mais complicados pois não podemos interferir no sinal original que vai para central, então tive que adaptar pra pegar de outros locais, apesar que o RPM até hoje não funciona.
O carro original trabalha com dois relés principais que controlam a bomba e a ignição, então foi relativamente simples fazer essas partes se conversarem. Bicos, bobina, tbi e sensores a central toda se encarrega, então jogamos os sinais que tínhamos para ela e o positivo para energizar, e pronto.
Tá quase!
Bom, motor no lugar, preso em todos os pontos, elétrica quase pronta, era hora de se agilizar para fazer ele ligar!
No próximo post vou contar sobre a adaptação no sistema de arrefecimento, a pressurização da linha de combustível, a suspensão, o upgrade de freios, rodas novas, sobre a primeira partida do carro e o primeiro rolê!
Abraços!
Por Eurípedes Marley, Project Cars #236