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Project Cars Project Cars #248 Zero a 300

Project Cars #248: hora de ir às compras para o Volkswagen Corrado

Salve, povo Gearhead! Continuando a nossa saga que parece nunca ter fim (parecendo o filme “Sexta-feira, 13” ), estávamos no Natal de 2017 e, como não tinha nada para fazer na véspera, decidimos dar um trato no trenó!

No capítulo anterior tive um aborrecimento com as bombas de combustível e disse que no Brasil não existe e ou se fabrica uma única bomba de alta performance e que suporte etanol. Pois bem, aproveitei uma viagem a Miami e comprei uma bomba Intank AEM E85 com 340L/h de vazão. Como a bomba flex Bosch nacional que comprei ainda está funcionando perfeitamente (depois de quase um ano) vou deixar a AEM guardada para quando a Bosch morrer.

Até a esposa entrou no clima e me deu um chaveirinho de turbina lá da Nipponpwer..

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Como todo gearhead, reservei um dia da minha viagem para procurar lojas de peças, ferramentas etc. Mas confesso que fiquei um tanto frustrado com a falta de opções local, e olha que rodei Miami de “cabo-a-rabo” e muitos itens que estavam em minha lista de compras não encontrei. A bomba de combustível era uma das prioridades e essa encontrei numa pequena loja de performance especializada em JDM, chama-se Nippon Power. A loja, apesar de pequena, tem bastantes produtos de qualidade e ao fundo uma oficina.

O restante das peças que queria eram uma ferramenta chamada roll-fender (no Amazon custa $50 e aqui no ML pedem R$900) para alargar para lamas, spray VHT wrinkle nas cores vermelho e preto, produtos de limpeza (ceras, hidratante de couro, limpa veludo etc) ferramentas específicas que não encontramos nas lojas aqui no BR e também alto falantes e amplificador etc.

A conclusão que eu cheguei é que as lojas físicas não investem mais em estoque, deixam nas prateleiras apenas os produtos “arroz com feijão”. Se você quiser qualquer coisa que saia do trivial, esqueça. Não tem. E olha que em Miami, lojas de peças/acessórios de carros é igual a padaria, toda esquina tem — Auto zone, Auto Parts, Pep Boys, etc. São supermercados de auto peças onde você pega um carrinho de compras e sai andando pelas prateleiras enormes.

Antes de viajar, eu já tinha pesquisado sobre todos os itens que eu queria e achava facilmente em sites como Amazon, BestBuy e até mesmo sites de lojas menores, mas nas lojas físicas não tinha nada! O Spray Wrinkle vermelho por exemplo, foi o que mais me fez raiva, toda loja que eu entrava tinha o preto, mas o vermelho nada, entrei no mínimo em umas 20 lojas diferentes, até que por fim apelei e larguei de lado, comprei só o preto. Lá custa 10 dólares, aqui vendem no ML por R$120

Um simples amplificador de som de cinco canais, outra frustração, nenhuma loja tinha — só os arroz com feijão mono, dois e quatro canais. Alto falantes idem, pouquíssimas opções nas lojas. Consegui um jogo nos tamanhos e potência que queria quase que por acaso dentro do Shopping Dolphin Mall, numa loja mistureba (vende tudo quanto é buginganga) parecendo um camelôzão gigante. Tinha um kit bacana da marca Kicker, não são o suprassumo em áudio, mas atende bem ao meu propósito. O amplificador de som, após procurar sem sucesso em várias lojas me falaram que talvez encontrasse na BestBuy (é uma rede especializada em eletro eletrônicos) e tem várias delas na cidade, deixei para ir na maior na esperança de terem estoque, um galpão gigantesco, você até se perde nas prateleiras. Adivinha? Só arroz com feijão…

Ferramentas então…  estava procurando alguma loja especializada somente em ferramentas, algo como a Cofermeta aqui em BH e não achei nenhuma que sequer chegasse aos pés dela em tamanho e variedades de ferramentas. As lojas de ferramentas que encontrei nas ruas não passavam de lojinhas de badulaques com meia-dúzia de ferramentas. As poucas ferramentas que comprei o fiz nos locais mais improváveis, no supermercado Walmart e no Lowe’s, que é uma loja de materiais tipo a Leroy-Merlin daqui.

Óbvio que não poderia faltar um rolê a procura de ferros-velhos. No fórum VWVortex eu havia perguntado se alguém sabia de algum Corrado desmanchando nos arredores de Miami, mas ninguém soube, então apenas por curiosidade passei perto de alguns e só tinham carros mais novos.

Fica a dica então, se alguém for a Miami com a intenção de equipar a sua garagem/carro compre tudo on-line antes e contrate um serviço de recebimento de encomendas, pois se deixar para bater perna na cidade vai passar muita raiva e frustração.

Acabou que no final comprei essa mixaria de ferramentas e bagulhos para o Corrado:

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Mas também tive os bons momentos gearhead e esse da foto acima foi um deles, um role a 250km/h no Audi R8 no autódromo internacional de Homestead. Por sorte, minha viagem coincidiu com o calendário deles e pude aproveitar essa oportunidade, quem puder, o faça!! É uma experiência fantástica.

Fiz um videozinho com celular mesmo, deu para quebrar o galho.

De volta à Bananalândia, hoje é dia de testar os produtos gringos, começando pelo teto, hora de remover a sujeira e manchas. Esse produto é uma espuma em spray que diz limpar veludo, carpete, vinil etc. Basta borrifar a espuma , aguardar 30 segundos , esfregar com uma esponja e depois remover com um pano macio e limpo. E não é que funciona mesmo?? Pratico, rápido e sem esforço.

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Pronto, coisa de 40 mim de trabalho, teto limpinho e cheiroso, sem  precisar desmontar nada. E ainda sobrou muito na lata, tem o suficiente para limpar vários carros, esse produto vale cada centavo dos 9 dólares que custou. Depois do trato no teto, hora de dar um rolê noturno…

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Após a limpeza do teto, chegou a hora de aplicar outro produto gringo que trouxe na mala, apesar de não ser novidade no mercado, eu nunca tinha usado. São as canetas de tinta para reparar arranhões profundos. Quando estava passeando em uma das várias lojas de auto peças que entrei nos EUA, em uma delas vi essa caneta e por coincidência a tinta era exatamente a do meu Corrado, o Vermelho Tornado, que foi usado em vários modelos da VW na década de 90. Comprei a tal caneta, mesmo desconfiado se iria realmente ficar com um resultado satisfatório, mas pelo preço de apenas 15 dólares vale literalmente correr o risco.

Em um carro com quase 30 anos de uso é natural que a pintura tenha alguns arranhões e picados na tinta, imperceptiveis de longe, mas incomodam a um olhar mais atento. Como a pintura no geral está em ótimo estado, não justifica repintar todo o carro por conta de pequenos pontos. Na verdade os pequenos arranhoes espalhados não me incomodavam, mas esse grande arranhão no capô sim, pois esse é bastante perceptivel e com frequência alguem me pergunta onde “eu” arranhei o capô daquele jeito. mas o fato é que eu já comprei o carro com esse arranhão.

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O produto é essa caneta 3 em 1, pois vem com uma ponta para limpeza da superficie a ser pintada, a caneta com um ponta fininha para arranhoes finos e outra ponta mais grossa para arranhoes largos e na parte de tras um pincel com verniz. 

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Pronto! Após 1:30h de trabalho consegui cobrir todos os arranhões da do carro. O resultado ficou bem satisfatório , obviamente se olhar ao vivo com bastante atenção é possível perceber os pontos reparados, mas no geral, não se vê as marcas facilmente.

Outro item bacana (esse é nacional) que coloquei foi o badge do Flatout e também uma camiseta. Quem ainda não tem, compre. A qualidade tanto do badge quanto da camiseta fazem jus ao site. Tudo em ótima qualidade!

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Chegou a hora de dar um upgrade no som, procurei por muito tempo uma caixa para subwoofer que se fosse feita sob medida para o Corrado a fim de não atrapalhar o acesso ao estepe no porta-malas e nem perder volume. No lado esquerdo, atrás da caixa de roda há um espaço disponível e era algo semelhante a isso que eu queria:

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Procurei um bocado nos fóruns que participo e ocasionalmente encontrava alguém vendendo uma usada, mas raramente pediam menos que U$200,00 em uma caixa de fibra. Até encontrei uma loja na Alemanha que fabrica em plástico injetado, mas pela bagatela de 350,00 euros!  Isso fora frete e impostos. Sem chance nenhuma de um pagar tudo isso numa mera caixa para subwoofer. O que restou então? Faça-você-mesmo!

Eu nunca havia fabricado nenhum tipo de peça em fibra de vidro, o pouco de contato que já tive com fibra de vidro foram pequenos consertos/remendos em peças já prontas. Após estudar um pouco sobre o assunto, mãos a obra!

O primeiro passo é isolar muito bem toda a área em volta de onde será trabalhado, pois a resina onde ela respinga e seca, já era, só sai com lixadeira.

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A área onde será laminada a fibra, usei fita crepe larga e fui cobrindo com bastante cuidado para não deixar nenhuma fresta e usei também laminas de papelão para moldar e cobrir grandes frestas e cavidades. Nessa etapa não é preciso exagerar, uma ou duas camadas ( nas quinas) de fita crepe é suficiente.

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Sempre que mexer com fibra, use luvas de látex, pois a fibra coça horrores quando entra em contado com a pele, a próxima etapa é pegar a manta de fibra (que você compra por metro) e recortar em pedaços do tamanho das “paredes” do molde e também em vários pequenos pedaços para cobrir os cantos.  Porque cortar antes? Porque a resina uma vez misturada ao catalisador endurece muito rápido e se você deixar para ir recortando depois da resina pronta ela vai endurecer.

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Mistura-se pequenas porções (em média 100 a 150 ml, se você fizer meio litro de resina de uma só vez, vai endurecer) de resina com o catalisador conforme instruções na embalagem, pegue um pincel macio e vá adicionando a manta de fibra e molhando com a resina, e vá repetindo o processo até cobrir todo o molde de forma uniforme.

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Depois de algumas horas, a resina seca e pode-se desenformar a peça, nessa primeira etapa da laminação, dificilmente consegue se colocar mais do que duas camadas de manta de fibra, principalmente nas partes que ficam de cabeça para baixo. Então a peça ficará fininha, uma casquinha só, o que requer cuidado na hora de puxar/remover do local, use uma espátula etc para auxiliar a descolar.

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Agora com o fundo da caixa moldado e fora do carro, podemos engrossar as paredes com mais   cinco ou seis camadas de manta o que resultará numa parede de aproximadamente 5mm de espessura que será suficiente para suportar o deslocamento de ar do subwoofer sem vibrar.

Para montar a parte da frente da caixa, tivemos de recortar aros em MDF para sobrepor e dar a impressão de que o subwoofer está embutido na caixa.

O subwoofer em questão, eu já usava em um outro carro que tive, é um JBL GT0804 que, apesar de pequeno, tem um grave muito intenso e requer uma caixa de baixa litragem, o que será ideal para o espaço disponível.  Segundo especificações do fabricante,  apenas 8,5lts em caixa selada são suficientes para que o sub funcione dentro da faixa máxima de rendimento.

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Para a parte da frente da caixa, a técnica que aprendi é fixar os sobrearos e cobrir a área frontal com um pano e esticar bem para não dar barrigas. Depois de tudo esticado e fixo, aplica-se resina diretamente sobre o pano e aguarda secar, após a secagem, aparam-se as rebarbas e cobre-se toda a área com mais mantas de fibra até atingir a espessura desejada

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Fiquei na duvida sobre como dar o acabamento na caixa, se iria usar cobertura de napa/vinil ou carpete, mas daí me lembrei  de um material que poderia ficar bem legal, é uma tinta emborrachada, popularmente chamada de “bate-pedra”.  Apostei nela e gostei do resultado, ficou uma superfície uniforme e agradável ao toque, parecendo que a caixa foi fabricada em plástico injetado. E  melhor, o custo , mixaria, um pintor me cobrou R$30,00 para aplicar, mais barato que comprar carpete, cola, pincel etc… sem falar no trabalho chatinho que é colar carpetes.  Gostei bastante do resultado, depois de montada no porta malas, ficou exatamente como eu queria.

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Como o Corrado agora (na verdade, há um bom tempo) está rodando perfeito, confiável, pois tenho usado com frequência aos finais de semana, desde aquela saidinha básica as manhãs de domingo para ir a padaria ou supermercado e ir a encontros de antigos aos sábados, ainda tem alguns afazeres no carro, mas como esses detalhes não impedem o carro de rodar com segurança e confiabilidade, o ritmo com o qual vou trabalhando neles está bem mais lento e descompromissado.

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Mas, quanto tudo parece uma calmaria, eis que minha garagem se agita novamente! A vida é assim, quando menos se espera, a oportunidade bate a porta e se você não estiver atento, ela vai embora e não volta mais. Olhem quem bateu na minha porta dessa vez?

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Se ver um pelas ruas já é raro, dois juntos então! Querem saber como esse Corrado SLC verde apareceu aqui?  Aguardem o próximo capitulo da nossa saga!

Aliás, se virem um Corrado na rua, tirem fotos e me enviem por favor! Assim consigo para completar meu censo de quantos Corrados existem no Brasil! Até agora são 18 unidades confirmadas e 10 alarmes-falsos.

Por Fabiano Silva, Project Cars #248

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