Fala, galera! Meu nome é Jean Victor Rocha, estou com 27 anos e moro em São Paulo/SP. Sou o proprietário de um Uno Turbo 1995 vermelho, cuja história vou contar neste Project Cars.
Sempre gostei bastante de carros, dirigir e fazer pequenas manutenções, colocar a mão na graxa. Meu pai sempre me ensinou o básico sobre manutenções, e é legal quando você tem alguém que apoie a estas ‘loucuras’ e ainda conta um pouco da própria história. Todas as vezes que falamos de carros ele fala da Brasília que teve: ”Era marrom, a três dedos do chão na frente, com câmbio de SP2, escapamento aberto… sua mãe me escutava passando lá na avenida”.
Ao completar 18 anos, já estava com os documentos prontos para tirar a tão esperada CNH. Caramba, como demorou para chegar aos 18. Hoje em dia passa rápido.
Depois de tirar a carteira, demorei um pouco até financiar o meu primeiro carro. Mesmo trabalhando já fazia algum tempo, nunca consegui juntar dinheiro (vida de brasileiro). Era um Uno 1.6R MPI 1994 vermelho com teto solar. Até que comecei bem: era um esportivo bem ágil.
Na época eu tinha vontade de encontrar um Uno Turbo, mas este era o mais próximo que eu podia ter. Como sempre gostei de modificações e sempre estava fazendo alguma coisa aqui outra ali, às vezes a empolgação era maior que o bolso. Somando às manutenções rotineiras de todo carro, eu torrava todo o meu salário.
Aproveitei bastante esse carrinho…
O tempo passou e depois de um pouco mais de um ano após a compra, tive que vendê-lo. Foi quando decidi começar uma faculdade, como o custo era elevado, ou era uma coisa ou era outra. Era o meu xodó, e até hoje faço consultas do Renavam dele para ver por onde anda. Hoje ele está no Rio Grande do Sul. Quem sabe um dia volta.
Algum tempo depois, quando a situação aliviou um pouco, comprei um Uno Mille 1993, esse durou só três meses na minha mão. Era muito básico, não tinha nada e nem tenho fotos dele.
Depois da venda fiquei um bom tempo sem carro, mas quando a situação melhorou um pouquinho novamente, lá estava eu comprando um carro novo. Era um Palio Fire de segunda geração. Nem esperei muito tempo e já começaram as modificações. Primeiro algumas alterações estéticas, depois as rodas de 15 polegadas e suspensão baixa.
Como sempre gostei de som forte, a nova modificação foi o sistema de som. Depois de curtir um tempinho e não ter espaço para nada no porta-malas além do subwoofer de 18 polegadas, vendi e comprei um kit turbo usado. Foi pouco tempo, mas de muita alegria. Quem dirige um turbo, nunca mais esquece (foi onde ficou mais forte a ideia de compra do Uno Turbo).
Depois de vender o kit turbo, atualizei um pouco o visual com rodas de 17 polegadas, mas já tive de vender também, pois tinha adquirido um apartamento com minha namorada (atual esposa). Na época vendi para o meu irmão, que ficou um bom tempo com o carro.
Mais um longo tempo de seca sem carro. Quando consegui comprar, veio um Peugeot 206 1.6 16v. Esse chegou original e foi embora depois de um ano ainda original.
Depois foi a vez do Punto HLX 1.8… que teve algumas modificações simples, na iluminação, emblemas, pintura de grade e retirada do abafador traseiro, só para fazer barulho. Carro muito gostoso de se dirigir e está na garagem até hoje, como carro do dia-a-dia.
Como sempre ficava pensando em comprar o Uno Turbo, ainda mais depois da experiência com turbo que eu tive no Palio, eu tinha o costume de ficar fazendo buscas pela internet atrás de um exemplar. Em setembro de 2014, exatamente um mês depois do meu casamento, acabou aparecendo um exemplar.
Comecei a trocar mensagens com o vendedor que era de Belo Horizonte e expliquei que eu era de São Paulo, que eu precisaria de todos os detalhes possíveis do carro, pois não poderia viajar e chegar e me arrepender. Ele começou a detalhar tudo o que o carro tinha e não tinha e enviou algumas fotos:
A única forma que eu tinha de ver o carro era por fotos. Analisei muito cada foto e já vi alguns detalhes, como forro de teto solto, tampa de porta luvas com cor diferente, o carro sem nenhum emblema, para-choque dianteiro de modelo diferente. Nada que não fosse possível arrumar. Mais conversas e o proprietário me falou que ele estava fumando, mas parou ao trocar o óleo. Pedi garantia de que o carro poderia viajar até São Paulo, visto que o custo de transporte seria muito elevado. O mecânico disse que viria sossegado, e me garantiu que fez viagens e que o carro se comportava muito bem na estrada.
Ao longo da semana, trocamos mais mensagens, informações do carro, falamos de procedência, antigos proprietários, enfim. Como o carro estava na oficina dele, pedi para que o mecânico realizasse uma análise das condições para a viagem e assim foi feito. O mecânico garantiu que daria tudo certo na viagem.
Após muitas mensagens, fotos e negociações acabei fechando. O valor me agradava.
Decidi ir buscar o carro na mesma semana, então reservei as passagens de ônibus para uma sexta à noite — na mesma semana em que eu completava um mês de casado. Minha mulher estava muito feliz com a minha compra…
Chamei o meu irmão para ir comigo, pois voltaríamos dirigindo e seria uma longa viagem. No sábado às 7 horas da manhã desembarcamos em BH e até aquele momento eu só tinha fotos dele, mas já sabia dos detalhes do carro.
Quando vi o carro pessoalmente fiquei meio desanimado, estava bem diferente do que imaginava, as fotos não mostravam tudo e muitas coisas foram omitidas, acredito que não foi por maldade, mas o antigo dono estava a pouco tempo com o carro e não conhecia quase nada de Uno Turbo. Ou melhor: quase nada de carros.
A queima de óleo era mais grave do que pensávamos, o teto solar não abria e o ar-condicionado não funcionava. Fiquei com receio de o carro parar no meio da viagem. Já que estava lá, longe de casa e sem passagem para voltar, querendo ou não, estava empolgado, pois a chance estava muito próxima de ter o meu tão esperado Uno Turbo. Assim começamos uma nova negociação. Depois de muita conversa, fiz uma nova proposta apresentando os motivos de abaixar o valor e o vendedor aceitou. Preenchemos a documentação e pé na estrada.
Durante a viagem, mais defeitos: o acendedor de cigarros não funcionava, e consequentemente fiquei sem bateria no celular e sem nenhuma foto. No sábado por volta das 17 horas cheguei em casa, guardei a nova aquisição ao lado do Punto e já comecei o planejamento do que iria fazer.
É sobre isso que irei falar nos próximos posts. Vou contar um pouco do que aconteceu na semana seguinte à compra (a quebra). Falaremos também sobre o rumo em que o projeto tomou, etapas e detalhes do conserto, melhorias e upgrades e muito mais. Fiquem ligados e até mais, galera!
Por Jean Victor Rocha, Project Cars #255