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Project Cars Project Cars #314

Project Cars #314: meu próximo carro será um Chevy 500

Buenas, Flatouters! Agradeço a todos vocês por demonstrarem interesse em conhecer meu projeto e minha história, votando para que eu pudesse estar aqui no site preferido de todos nós contando tudo isso. Meu nome é Marco Antônio Batista Guterres, tenho 25 anos, nasci em Bagé/RS e moro em Curitiba/PR, e sou engenheiro mecânico.

 

Minha história com carros e mecânica

Para contar a minha história com carros vou abreviar a parte de minha infância e adolescência porque senão teria que fazer uns cinco posts só pra isso, mas foi a constante convivência com a mecânica dos carros e as notas raramente abaixo de 100 em matemática que me tornaram no que sou hoje. Então para falar desta parte da vida vou apenas mostrar um carro que marcou muito a minha infância, que foi o único que meu pai restaurou completamente, e hoje esta restauração já está precisando que algumas coisas sejam refeitas.

Trata-se de uma Rural Willys 1969, com pintura saia e blusa azul e branco, que meu pai fez uma releitura com azul-marinho e branco perolizado. Ela recebeu rodas Mangels cromadas de F-1000 com pneus militares Pirelli. O conjunto mecânico permaneceu original, o 6 em linha BF-161 da Willys com tração 4X2. Sim, não é 4X4!

Além disso, mais recentemente durante a faculdade participei dos projetos Baja SAE e Fórmula SAE, onde fui Capitão de Equipe e Gerente de Suspensão, subsistema veicular que aprendi muito nessa época e sou apaixonado. Não deixem de acompanhar todos os Project Cars de Bajas e Fórmulas, especialmente o PC #102 da Equipe Imperador UTFPR, pois este apoio aqui no FlatOut! é muito importante para incentivar as equipes. Dessa época, o que não faltam são fotos para contar história.

Agora vou contar a história dos meus carros, para vocês entenderam o que me levou a escolher a Chevy 500 como meu próximo daily driver.

Meu primeiro carro foi e ainda é um Dodge Dart Coupé 1971, na cor verde-fronteira com teto em vinil preto. O grande problema é que nunca tive o prazer de dirigir este carro, pois ele está aguardando uma restauração desde antes de eu nascer. Este Dart foi o primeiro carro de meu pai e, desde então, ele nunca se desfez dele, e por isso era da vontade dele que este fosse o meu primeiro carro. Desde que me conheço por gente escutei que o “Dorjão” era meu e que seria meu primeiro carro aos 18 anos, porém os 18 anos chegaram, passaram, e não foi possível restaurá-lo para que eu pudesse utilizar este, que foi um dos primeiros presentes que ganhei na vida. Agora vou parar por aqui, porque quero contar esta história em detalhes quando este Dart se tornar um Project Car, enquanto isso ele continua esperando do jeito que está nas fotos abaixo, e não vejo a hora de lhe dar vida novamente. E é por conta deste carro que meu nickname aqui na comunidade flatoutiana é @GreenDart.

Meu segundo carro, e primeiro carro que andava, foi um Gol GL 1.8 1992 bege. Este carro também foi um presente de meu pai, estava totalmente original, precisando de vários consertos, principalmente no interior, mas o AP 1.8 estava funcionando perfeitamente e puxava muito bem os 950 kg do carro. Este carro estava com meu pai em Bagé, quando o pedi a meu pai, e então já viemos rodando os 1.100km até Curitiba numa puxada só para que eu ficasse com ele.

Naquela época eu era estudante, minha fonte de renda era uma bolsa de iniciação científica na faculdade, portanto eu era f*d*d* e mal tinha grana para comprar o litro mensal de óleo que tinha que completar no AP. Este carro pedia muito uma restauração com customização e, porque não, uma preparação, mas era totalmente inviável naquela época e ficava apenas sonhando com o que eu queria pra ele.

Após quase sete meses com ele, quando eu estava na aula, tive o carro furtado, me conformei rapidamente pois não tinha condições de mantê-lo e já estava na hora de arrumar muitas coisas para continuar rodando, assim pensei no que eu deixei de gastar no ano seguinte e vi que era mais que o valor do carro. Por isso, agradeço, mas não quero consolos nos comentários. Mas, apesar de financeiramente não ter sido uma perda significativa, será sempre um carro especial para mim e sempre vou lembrá-lo.

Na época, eu não tinha nem celular com câmera, muito menos uma câmera, e acabei não tirando uma foto sequer da “goleta”, porém os governos do Paraná e de Curitiba, apesar de não terem me dado a segurança para que meu carro não fosse furtado, me presentearam com a única foto que possuo do veículo, que guardo como lembrança, e só mostra a traseira com o aerofólio original e está em preto e branco.

Depois de ficar sem carro, me mudei para perto da faculdade para não precisar de um. Posteriormente minha noiva veio morar comigo e, quando ela veio, trouxe o carro dela, um Ford Ka 1.0 Zetec Rocam 2009 preto. Isto me ajudou a ficar sem carro próprio até agora, e compartilhamos este carro que pode ser muito divertido. O motor Zetec passa dos 7000rpm, o carro é leve e a dinâmica não preciso comentar, a posição de dirigir é excelente e baixa e viajar com ele na serra é muito prazeroso e com uma tocada esperta dá pra deixar muito cara maior pra trás.

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O ponto fraco dele é o câmbio que, de engates não muito precisos, tem um escalonamento que não ajuda a falta de torque do motor, além de ter um gap gigantesco entre a 2ª e a 3ª marcha. Mas gosto muito do carro, ele desperta desejos para o futuro, principalmente o de ter um Ka 1.6, mas vamos com calma, quem sabe um dia.

FOTO 19

Meu outro veículo, que me auxilia no compartilhamento do carro com minha noiva, e utilizo, quando o tempo de Curitiba permite, para ir trabalhar é uma bicicleta. Ela é minha Project Bike, quase que semanalmente passa por consertos, modificações ou upgrades, sendo uma mountain bike, tenho muita vontade de levá-la para andar na terra.

 

A escolha do meu próximo carro

Após minha formatura no ano passado minha rotina mudou bastante, minha noiva estava utilizando bastante o carro dela e as chuvas aqui não me deixavam utilizar a bike como eu queria, foi então que decidi que era o momento de voltar a ter meu próprio carro, isso em novembro do ano passado.

Mas e qual carro?

Lembrando do Gol, havia duas coisas que sentia falta no Ka que eu queria de volta: carburação e quebra-vento. Sim, são duas coisas arcaicas, mas que trazem a nostalgia dos clássicos e proporcionam um prazer ao dirigir que os mais novos jamais vão proporcionar.

Outro requisito era poder levar a minha bike para passeios em que eu pudesse colocar ela na terra e dar umas pedaladas mais fortes em ladeiras com terreno escorregadio e irregular. Então comecei a pensar em uma pick-up, porém ainda era possível solucionar este problema colocando racks em outro tipo de carroceria.

Me casarei final deste ano e pretendemos construir nossa casa ano que vem, então pensei que uma pick-up será bastante útil, porém não necessário, e não agora.

Já estava de olho nesta Chevy que estava com meu pai, guardada esperando para ser ressucitada assim como diversos outros que estão lá, inclusive o Dart. Porém ainda não sabia se era isso mesmo que eu queria, afinal ela estava desmontada precisando ser restaurada, para só depois eu poder utilizar.

No meio de tudo isso, entre as coisas que mudaram após a formatura, eu resolvi colaborar com o PC #118, o Dodge Charger de Papelão, após ver aqui no site as postagens do Ique Feldens, um grande amigo que fiz graças ao FlatOut!. Diante das dificuldades que estamos enfrentando para colocar em prática os planos que temos, vi a necessidade de ter a Chevy para transportarmos o que for necessário durante a construção do Charger. Além disso, foi participando deste projeto que veio a coragem para já tocar uma restauração agora, com pouco tempo e pouca grana.

Assim, além de todos os requisitos que citei acima, a Chevy ainda tem o plus de ser tração traseira. Estava decidido, meu carro seria a Chevy!

 

Proposta do projeto

Após definir que a Chevy seria meu próximo carro, já falei com meu pai e retomamos a restauração e ele levou algumas peças para o funileiro. Na mesma semana comprei 4 pneus novos pela internet para serem entregues lá, e assim eu estava começando o meu projeto. Na semana seguinte foi aberto a convocação para os Project Cars, chamando projetos em fase final e concluídos.

O meu projeto estava recém começando, mas como pretendia executar o projeto de forma rápida e vi que o prazo para conclusão dos posts estava de acordo com minha meta, me inscrevi, vocês votaram e aqui estou eu. Então, diferentemente dos outros PC’s desta chamada, o período das postagens é também o período de execução, e cumprir este prazo é também cumprir a minha meta pessoal para que eu tenha esse carro do jeito que desejo o quanto antes para utilizá-lo no meu dia a dia.

Como descrito, a proposta de restauração é para que esta Chevy se torne meu daily driver, sendo útil para carregar diversas coisas em sua caçamba, sem exagerar é claro, pois ela está se tornando um clássico nacional e não merece sofrer com trabalho pesado. Sendo assim, quero um carro econômico e confiável, e manter a originalidade mecânica é o melhor caminho.

Será um projeto relativamente simples mecanicamente, pois se trata apenas de uma restauração, e o foco será no capricho da restauração para que esta Chevy fique tão confiável quanto um veículo atual, porém com a beleza de um veículo das décadas de 80 e 90. Também será preciso deixar o carro com a minha cara, então vou fazer uma customização oldschool básica, ao estilo Velha Escola Brasil para deixá-la com jeito de clássico nacional, afinal é isto que este modelo está se tornando. A imagem da abertura é uma projeção de como ela deverá ficar, feita pelo meu amigo Ique.

Não será com este projeto que vou poder compartilhar com vocês um pouco dos conhecimentos de engenharia utilizados para fazer ou modificar um carro, mas não se preocupem, o PC #118 do Ique é um papel em branco para brincar de engenharia, e com ele vou poder mostrar muitas coisas a vocês.

 

Situação quando assumi a restauração

Esta Chevy estava aguardando uma reforma a 13 anos, sendo que meu pai a desmontou a 10 anos e então outros coisas foram aparecendo e a reforma foi sendo postergada. Logo que ela foi desmontada, muito pouco da parte da funilaria foi realizada, e se resume as partes internas da caçamba, da cabine e do cofre do motor, além de começar a preparação das partes externas.

Ela estava com um furgão em fibra de vidro, com duas portas verticais na traseira, que vou abandonar, e encontrar as peças para montar a tampa traseira da pick-up está sendo complicado. Outra coisa que foi feita, a cerca de 2 anos, foi o estofamento dos bancos, que apesar de não parecer novo porque está um pouco sujo já está pronto. E, o mais importante dentre o que já estava pronto, o motor que foi concluído a 1 ano e está esperando para ser amaciado.

No motor, foi feita a retífica do bloco e do virabrequim, foram substituídos bronzinas, anéis e pistões, correia dentada e correia dos periféricos. Originalmente, este 1.6/S era movido a álcool com taxa de compressão 12:1, porém antes do meu pai adquiri-la em 2002, o motor teve os pistões substituídos por pistões do motor a gasolina com taxa de compressão 8,5:1, com medida 0,25mm maior que a medida standard.

Quando meu pai reformou o motor, e eu nem pensava em ficar com o carro, ele colocou novamente os pistões do modelo a gasolina, desta vez com 0,50mm a mais que o standard. Por esse motivo, agora ela vai ficar bebendo suco de dinossauro para trabalhar com a taxa de compressão adequada, embora eu prefira o suco de cana por diversos motivos, dentre eles por valer a pena financeiramente aqui em Curitiba, além de ganhar 9CV. Se um dia tiver que abrir o motor, com certeza trocarei por pistões do modelo a álcool voltando como era originalmente.

 

A logística do projeto

Como vocês já devem ter percebido, a Chevy está em Bagé/RS, minha cidade natal, e eu moro em Curitiba/PR, assim a restauração está ocorrendo a 1100 km de mim e está é a principal dificuldade a ser superada neste projeto, e dificulta um pouco para eu documentar tudo que está sendo feito. Além disso, peço desculpas pela qualidade das fotos, ela está em um lugar apertado e escuro, e sei que as fotos não ficaram boas. Neste fim de ano fui para lá e tive que aproveitar os 3 dias úteis que tive para fazer o máximo que pude para tentar agilizar o projeto. Além de ver a parte de documentação para fazer a transferência, aproveitei para fazer a compra do máximo de peças que pude, para já ficarem só no aguardo da montagem.

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Meu plano inicial era buscar o carro já no Carnaval para trazê-lo andando a Curitiba, porém pela situação que está tudo lá eu preferi adiar para a Páscoa, em março, a tão esperada busca da Chevy. Toda a parte de customização, som, e ainda mais um tapa na restauração e mecânica farei em Curitiba após a busca, para então finalizar o projeto.

No próximo post mostrarei a situação atual e contarei sobre o que deu para fazer nesta viagem corrida no fim do ano, a busca pelas peças da tampa traseira e a parte de funilaria. Até mais!

Por Marco Antônio Guterres, Project Cars #314

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