Olá, pessoal! Primeiramente gostaria de agradecer à oportunidade e os votos que acabaram me trazendo aqui para apresentar o meu “projeto”. Meu nome é Lincoln Machado, tenho 31 anos e sou de Campinas (interior de SP) e acredito que como todos aqui, sou mais um apaixonado por esse mundo de óleo, metal e fumaça.
Começando do começo, bem começo mesmo, essa paixão automobilistica veio de pai pra filho, desde que me reconheço como gente, já lembro do meu pai comprando, vendendo, arrumando e mexendo em uma quantidade incontável de carros de todas as marcas e modelos.
E foi numa dessas trocas de carro que uma paixão foi criada. Em 2001, quando foi lançado o primeiro Velozes e Furiosos, calhou de termos em casa um Civic EX Sedan 1993 preto, que mesmo com 2 portas a mais, um cambio automático e muitos cavalos a menos, pra mim era exatamente o Civic preto que eles usavam no filme. Aquilo pra mim era o máximo, eu tinha o carro do Velozes e Furiosos na garagem!
Lógico que não durou muito, e logo esse Civic foi passado pra frente, mas a paixão pelo modelo sempre esteve ali, meio que adormecida, quando em 2012, surgiu a oportunidade de eu pegar o carro que seria o meu atual. A paixão já estava tão adormecida, que quando meu pai falou que tinha achado um carro que eu ia gostar, num preço bom, achei que ele tava falando de um Subaru Impreza (outra paixão, graças ao Gran Turismo). Fomos até o mecânico e quando cheguei lá, já foi paixão à primeira vista! Mesmo ele estando em um estado meio broxante (sujo, motor aberto e cada parte do carro em um tom de vermelho). Valor acertado, peguei um empréstimo no banco e no mesmo dia eu já era dono do meu Civic Coupé 1994!
Motor montado, carro entregue e namorada tendo um ataque histérico. Ela não gostou nada do carro, me perguntava “como você comprou um carro todo velho, todo feio desse jeito…’’ Até tentei dizer que estava feio por que estava mal cuidado, que eu ia reformar ele, mas não deu pra amansar muito a fera não. Mas já estava feito, era meu, então bora aproveitar que agora eu tô de “esportivo”! Com a potência de 125cv, pra mim o carro parecia beeeeeem divertido. A partir daqui, tudo começa a dar errado.
O começo do projeto, que não era projeto…
Sim, eu nunca pensei nele como um “project car”, nunca havia passado pela minha cabeça fazer um swap, turbinar e etc… Pra mim tava ótimo ele todo original, eu só queria acertar a pintura, colocar umas rodas legais, um abafador mais barulhento e curtir o carro. E foi o que eu tentei fazer.
Como motor e suspenção estavam aparentemente em ordem, parti para a pintura completa do carro. Tinta red milano original comprada, carro encostado, uma semana e estava pronto, todo bonitão, e a namorada com um pouco menos de vergonha de andar nele, próximo passo rodas. Só que não.
Uns 2 dias depois de pintado, a caixa de direção foi pro saco, junto com o cilindro mestre do freio e o dinheiro que eu tinha para as rodas. Mas não parou por ai, eis que recebo uma ligação do meu pai, no meio de uma tarde, dizendo que quando tinha acabado de sair da oficina, buscando meu carro, um cara tinha batido nele num semáforo… Por sorte não foi tão feio e o cara tinha seguro. Mas logo a sorte já virou azar e eu fiquei 14 dias sem o carro, por que a funilaria da seguradora não queria reparar o meu parachoque, queria comprar um novo, que provavelmente nem deva existir. Depois de alguns telefonemas, e alguns pedidos de pelo amor de deus só pinta esse parachoque, o carro finalmente estava de volta.
Consegui juntar dinheiro e troquei as rodas, ele estava com as aranha aro 15, eu não achava feias, e até me arrependo de ter vendido hoje. Coloquei um jogo de Gisa 355 bronze metálico, se não me engando, botei o abafador de inox, comecei a conhecer um pessoal aqui em Campinas que também tinha Honda e tava todo felizão com o Coupé! Até fiz minha primeira compra pelo Ebay, e trouxe um jogo de Lug Nuts(parafusos de roda) vermelhos. Eis que um problema crônico desses hondinhas me pegou: o carro começou a esquentar.
Partiu primeiro “swap”
Foram inúmeras as vezes que o carro me deixou na mão, eram mangueiras estourando, radiador furando, carro fervendo de madrugada no meio da rua… nessas horas eu tinha certeza que minha namorada me olhava e mentalmente falava: “Eu avisei”. Troquei tudo, radiador, mangueiras, reservatório, termostática, sensor da ventoinha… Tudo resolvia por um tempo, mas sempre voltava a ferver, ai não teve jeito, tive que tirar o motor, plainar bloco e cabeçote e trocar a junta.
Nessa hora eu já morri de medo, pois não sabia quanto ia ficar essa brincadeira, não sabia se isso ia resolver mesmo, mas tudo foi muito pior do que eu podia imaginar. Depois de desmontado, meu mecânico me avisou que meu bloco estava com trincas, quatro roscas do cabeçote espanadas e que das três retíficas que ele havia levado o bloco, nenhuma quis pegar o serviço. Em resumo o bloco já era. Resumindo ainda mais, foram três meses procurando um bloco bom, sem sucesso, até que apareceu um motor completo, igual ao meu, com um preço bom e que aceitava as peças do meu como parte do pagamento. Como nada são flores nessa jornada, o motor novo precisou ser aberto e retificado.
Nesse meio tempo ainda tomei uma balão de um vendedor que me vendeu pistões sem anéis e não quis me devolver o dinheiro, mesmo depois de eu ter enviado de volta os pistões. Na medida do possível tudo deu certo, o carro finalmente estava bom, com tudo novinho no motor, amaciamos e bola pra frente! Enjoei das rodas aro 17, e de ter que andar preocupado desviando de buracos, vendi e comprei as réplicas das famosas TE37 da Volk, viajei pra fora do Brasil, e na mala, ao invés de roupas, perfumes, eletrônicos, trouxe um par de faróis e setas, um jogo de milhas, um kit de buchas, molas esportivas e um front lip.
Era quase um carro desmontado passando pela alfândega, e dessa vez nada deu errado! Ufa. Nessa fase o carro estava legal, não dava problemas, tava bem confiável. Comecei a fazer a receita básica de um aspro, coloquei filtro, refiz todo o sistema de escapamento e intake em inox, próximo passo seriam bicos e uma injeção programável pra fazer um acerto e passar o carro pro álcool. Além disso comprei um aerofólio do modelo Si americano, mais alto que o original pra adaptar nele e pronto, pra mim estava terminado, tanto visualmente como em desempenho!
Mas fazer parte de um clube de carros não é uma tarefa fácil… Logo começam a aparecer os projetos turbo, o pessoal aparecendo com os VTI, com o famoso B16 de 160cv… Ai vão surgindo as zueiras com os “mancos”, dei benga, levou benga, não anda nada…
E logo, com a ajuda dos “amiguinhos” do Honda Clube Campinas, você enfia na cabeça que precisa de mais. E é ai que vem a segunda parte, onde começa a saga de quase 1 ano até chegarmos ao atual setup do meu carro, com o B18.
Como nessa época eu não era muito ligado a detalhes, não tenho muitas fotos do processo, de detalhes dessa primeira parte, então deixo algumas fotos dele antes de começar o swap, algumas delas são até daqui do próprio FlatOut!
Por Lincoln Machados, Project Cars #394