E aí, pessoal! Estou de volta com a última parte do meu projeto — se é assim que posso chamar isto, afinal quem tem sabe que carro velho uma hora ou outra irá dar uma dor de cabeça nova, mas resolvi encerrar pois as coisas que tem pra fazer agora são coisas simples e resolvidas facilmente. Não é nada tão sério quanto antes, como vocês já acompanharam, então vamos lá.
Bem, no último post contei das principais coisas que fiz no carro mecanicamente, neste irei detalhar um pouco das coisas que fiz na suspensão dela que estavam bem ruins também, além de uma besteira ou outra estética que também mexi nela pra deixar mais ao meu gosto.
Aliás, no final do último “capítulo” esqueci de colocar algumas coisas que fiz no carro mas irei incluir neste para contabilizar o custo total da mão de obra.
Após ter o carro andando, mas rangendo em todos os lugares, resolvi parar ela de novo na oficina depois de umas duas semanas pra ver todas as coisas de suspensão que estavam ruins pra parar com a barulheira e rangedeira que tinha nela, então, foi constatado que precisaria ser trocado os seguintes itens:
– Pivôs (ambos lados).
– Bieletas (ambos lados).
– Homocinética (lado direito).
– Pastilhas dianteiras (traseiras ainda meia vida, como sabem, gastam menos).
– Retífica dos discos dianteiros.
– Buchas da bandeja dianteira (de borracha, vêm num braço de alumínio).
– Buchas da barra estabilizadora (Só achei em PU, tinha na concessionária mas descobri depois).
Até aqui, sem segredos, coisas que desgataram e, como tudo nesse carro, foram deixadas pro próximo otário dono fazer. Só ficou nessa época, um rangido que eu fiquei por umas três semanas passando WD40 em duas buchas (uma de cada lado) gastas que ainda ficavam rangendo, que vocês irão ver abaixo, pois o carro parava de ranger, mas depois que o WD secava, o barulho voltava.
Até que um dia não aguentei mais e comprei as buchas e junto, a válvula termostática, que como falei no primeiro post, coloquei, mas tive que tirar, porém irei num futuro próximo comprar uma da Mishimoto que tem abertura mais fria (68º se não me engano, contra 77º da original da Subaru). Como os EJ são motores que trabalham bastante quente, andar sem a válvula termostática, não que seja uma prática boa, mas acaba não interferindo muito nisso pois ele esquenta muito rápido (em cinco minutos andando numa boa a temperatura já está no meio, numa subida então, em menos que isso já atinge a temperatura).
Abaixo, como não tenho as fotos das peças quando chegaram, vou postar imagens ilustrativas das peças para referência:
A homocinética cheguei a procurar na concessionária, porém só vendiam o semieixo completo. Até aí sem problemas, o problema maior é o preço de R$ 3.150 por um semieixo. Pois é, o susto foi tão grande na hora que literalmente fiquei sem palavras falando com o consultor da concessionária, soltei um “ah… obrigado”. Problema resolvido graças ao meu tio que achou no bairro de Interlagos (Meirelles Eixos Homocinéticos) que por R$ 250,00 pegou minha peça antiga e torneou o anel do ABS na peça nova (mais pesada e mais reforçada que a original, por sinal). A peça é de 27×30, porém como a Outback tem ABS, a homocinética tem uma engrenagem nela para leitura do sensor do ABS, e as peças que eu achava eram todas sem o anel, problema resolvido torneando este na peça nova. Troquei esta e não deu duas semanas e do lado esquerdo começou a estralar, não troquei ainda porém não tem segredo, terei que parar o carro, pegar a peça e novamente fazer o mesmo procedimento, sem segredos.
“Num dos meus passeios pro shopping ao anoitecer, adorei essa foto, pelo efeito embaçado natural e do anoitecer”
Os braços em alumínio com as buchas em borracha da bandeja dianteira tiveram que ser comprados juntos pois, de acordo com meus mecânicos, eles são colocados de uma forma no braço original que, após serem tirados, podem não encaixar direito a bucha nova e, com o tempo, soltar talvez, então, peço preço, achei melhor comprar o braço inteiro de uma vez. Os pivôs tinham alguns de R$ 50,00 cada, mas assim como os pneus, preferi pegar um com uma aparência melhor e com marca pelo menos.
Sobre os pneus, eu nunca havia usado Goodyear mas a julgar pelo que testei deles até agora, gostei muito desses, a aderência dos EfficientGrip na chuva e no seco é espetacular, usaria sem dúvida alguma novamente, até pelo preço que foi pago neles (R$ 350,00 em cada) foi um ótimo custo x benefício, mas mesmo assim, quando eu tiver que trocar e espero poder bancar, entrará um jogo de Yokohama ou Falken, até agora não consegui fazer o carro gritar nas curvas pra vocês terem ideia da aderência dele (e do carro), realmente gruda o carro no chão.
Um tempo depois, na verdade, no dia que fui na Subaru Ibirapuera buscar as buchas e a válvula termostática, mandei higienizar toda a tubulação do ar condicionado e o próprio filtro de ar, já que na concessionária custa R$ 271 um filtro desse carro que, como podem ver abaixo, fica atrás do porta-luvas e são duas peças, porém um novo pode ser feito em casa mesmo usando o filtro de qualquer carro nacional e cola quente. Você basicamente tira o filtro do molde plástico original, recorta o filtro novo que você comprou e cola de volta na base de plástico do carro, coisa bem besta e fácil de fazer.
Como puderam ver, a parte de borracha delas já estava comida e ficava metal com metal, por isso ela rangia. Também, haja força pra aguentar os esbeltos 1.500kg da perua. Quando eu puder irei trocar todas as outras já que elas são bem baratas, cotei elas na concessionária e a mais cara delas não chegou a R$ 100, algumas são R$ 40, outras chegam aos R$ 100, porém o número delas é grande, por ser suspensão independente. E irei optar pelas de borracha mesmo pelo conforto, já que as de PU podem durar mais, porém deixam o carro duro demais e exigem lubrificação de forma mais constante para não ranger com o tempo, já que o nosso solo vocês já conhecem…
Então, um belo dia, como sempre faço quando saio com o carro (que não é sempre, já que é meu carro de fim de semana e estou desempregado), vou olhar os fluídos, se tem vazamentos e afins, quando olho no reservatório de expansão e no radiador, a água estava nessa coloração:
Levei aos meus mecânicos, mas antes aquela pesquisada básica na internet, tipo quando você bate o dedão e vai pesquisar as complicações e aparece câncer cerebral nas pesquisas, descobri que podia ser uma série de coisas, porém, depois de conversar com eles, chegamos à duas hipóteses:
– Ou o radiador de óleo está com algo “rasgado” e está passando o óleo da transmissão para a água do motor.
– Ou, o pior, junta de cabeçote queimada.
Porém, este último se mostrava improvável, pois olhando por cima e por baixo do motor, as juntas não mostravam sinal de vazamento de óleo ou nada do tipo vazando, além do óleo do motor estar sempre na mesma coloração e nível. Sobrou então, o radiador de óleo.
Então, peguei uma sexta feira e levei o carro na oficina de radiadores no bairro do Retiro, na Barra Funda, que confeccionou o radiador para eles verificarem.
E para minha “grata surpresa”, era este o culpado, havia uma malha rasgada neste e era mesmo o radiador de óleo que estava misturando óleo na água. Como podem ver nas fotos, ela estava com bastante óleo, mas o nível do óleo de motor e transmissão estavam acima do nível, então, sem motivos pra eu me preocupar com isso.
Acontece que carros automáticos normalmente tem no próprio radiador, uma seção dedicada ao radiador de óleo para refrigerar o óleo da transmissão, que era meu caso, então, trocado este, até então, água sempre no nível novamente e sem mais coloração “de café”.
Então, por último ficaram as besteiras visuais que fiz nela que se resumiram basicamente a pintar a grade de preto brilhante e os farois de neblina amarelo, com vitral amarelo, mas como sempre, ficaram mais esverdeado que amarelado, talvez com uma lâmpada de 3k ou 2.5k isso resolva (não vou colocar xenon porque esquenta pra cacete e tenho medo de literalmente derreter algo. E achei nas minhas pesquisas um guia com todos os tipos de lâmpadas de Subaru e acredito que tenha pra várias outras marcas e até miniaturas. Como o dinheiro não me permitia, fiz basicamente isso mesmo e alguns adesivos que fiz por conta própria, inspirado por um grupo de Facebook que me colocaram onde muitos fazem o mesmo:
E vamos aos valores de tudo que foi gasto até hoje no carro, desde que peguei ela em Setembro de 2016. Não considero valores absurdos tudo que gastei, pelo padrão do carro, inclusive mão de obra, afinal peças de suspensão pra ela não são exatamente caras. Não sei quanto é o de carros populares mas duvido que fuja do que gastei até agora nela. Lembrando que vale a pena pesquisar a fundo pra achar peças boas e principalmente, mecânicos como os meus que entendem do riscado e cobrem valores justos e não enforquem sua carteira porque “você tem um Subaru”, afinal, 85% dos mecânicos acham que dono de Subaru, BMW, Mercedes velha e afins, porque tem um carro desse, é rico e se acham no direiro de estuprar sua carteira, então, fiquem de olho nisso.
Valores:
– Pneus (Goodyear EfficientGrip 215/55 R16): R$ 1.400,00
– Alinhamento e balanceamento: R$ 150,00
– Pivôs: R$ 180,00. (2 unidades)
– Pastilhas: R$ 210,00 (não me lembro o preço exato mas não foi muito além disso).
– Bieletas: R$ 280,00. (2 unidades)
– Buchas da Barra em PU: R$ 110,00. (2 unidades)
– Buchas da bandeja com braço em alumínio: R$ 380,00. (2 unidades)
– Mão de obra dos acima: R$ 650,00.
– Frete de todos os acima: ~R$ 140,00 (foram várias compras em lugares diferentes).
– Homocinética LD: R$ 250,00.
– Válvula Termostática: R$ 150,00.
– Buchas do braço superior traseiro: R$ 110,00. (2 unidades)
– Higienização do A/C: R$ 100,00.
– Radiador de óleo + água c/ aditivo + M.O.: R$ 450,00.
– Mobil 20w50 (6L): R$ 120,00.
– Filtro de óleo: R$ 35,00.
Mesmo com tudo isso, ela ainda tem alguns besteiras que irei resolver com o tempo, mas consigo lidar atualmente com elas, que é o barulho de tucho com o motor frio, a luz do ABS que de vez em quando acende no painel pra me lembrar que ele está em perigo (eu sei amigo, sua hora vai chegar também…), a caixa de direção que já pede uma retífica ou uma nova, um retentor de diferencial e algumas coisas que farei por capricho, como uma limpeza de bicos, cabos de vela, velas, filtro de ar, troca de todas as mangueiras e buchas e tudo mais. Coisas corriqueiras assim dizendo que irei fazer com o tempo, mas que, por enquanto, posso dizer que salvei uma perua, literalmente. Ah, preciso urgentemente trocar aqueles olho de gato quebrados…
Ela também tem uma peculiaridade que é, ao andar com o carro, começa a sair um cheiro que não é mofo, mas algo um pouco mais “fedido” que isso, porém não chega a incomodar e, até onde foram minhas pesquisas e ajuda pelos fóruns, isso tem relação com a linha de ar condicionado que talvez tenha fungos e bactérias no sistema que, ao andar com o carro, acabam soltando um pouco do cheiro. E também o filtro que eu só dei “aquela limpadinha”, mas farei um novo DIY como comentei acima, então, quando puder, irei trocar comprar novo um compressor e condensador para resolver esse problema. Enquanto isso o clássico cheirinho vai dando conta.
E, como decidi que não vou mais vender o carro, irei ficar talvez não para todo o sempre, mas dado tudo que fiz e gastei, decidi que não vou mais vender esse carro e talvez, se a vida e minha condição financeira me permitir daqui uns anos, agregar um segundo Subaru (uma Bug SW WRX ou outro sonho de criança, uma Série 5 E39, não faço questão de ser a M5, mas uma 530i E39 completa e manual já me dou por feliz e 6 cilindros, porque prefiro o ronco dos 6 cilindros ao V8). Os planos futuros para o carro são coisas bestas e estética e que, por serem coisas mais pesadas, numa próxima oportunidade de estar no PC, irei engressar novamente para poder contar mais para vocês, mas um dos principais é tirar essa cor verde dela e colocar um Cashmere Yellow, uma cor especial que até hoje só saiu nos Impreza STI e Legacy GT-B (uma versão especial do Legacy TW e sedã que saía Biturbo de fábrica) entre 1996~1999 e acho linda demais, é um amarelo bem discreto e muito bonito, abaixo vão estar duas fotos dos dois exemplos. Essa é minha prioridade número 1, depois as rodas e um trabalho nos farois e aí é que não vendo nunca mais mesmo.
Ah, alguns pediram o ronco do carro quando eu troquei o escapamento, mas por enquanto, o abafador final só deu aquela encorpada em marcha lenta e andando, pra completar o pacote preciso colocar o unequal que aí sim ela vai soar como um Subaru. E isso deixarei pra próxima parte, pra deixar de curiosidade mesmo.
Então, seguem minhas ideias para o carro:
– Pintura Cashmere Yellow.
– Troca da central do ABS e conectores.
– Swap pra MT (improvável, mas…)
– Retífica do motor e um Turbo (Pequeno com acerto visando economia, talvez).
– Enkei RPF1 ou OZ Superleggera (Umas RS Watanabe 17”, talvez…).
– Retrabalho nos farois com máscara negra e projetores.
– Spoiler da STI.
– Barras estabilizadoras do motor e interna Cusco.
– Coletor Unequal (apenas este, mantendo catalisador e intermediário).
– Grade Legacy B4.
– Espaçador de capô.
– Farois de milha no capô estilo WRC.
– Couro dos bancos e portas novos.
– Neon (sim, me julguem!).
E é isso. Espero que tenham gostado e que isso tudo também incentivem vocês a salvar uma perua como eu fiz. Não foi bem um projeto de restauração mas acabou sendo, em proporções pequenas. E se tratando de carro velho, sei que uma hora ou outra, terei uma nova surpresa, mas assim vamos indo , pior por pior, aprendi muita coisa na marra mesmo sobre o carro e em geral. Foi um aprendizado e lição para a vida esta perua em vários aspectos, marcou uma fase péssima da minha vida, mas ao mesmo tempo, um recomeço para muita coisa e, no momento, e com certeza por muito tempo, será a motivação para eu conseguir crescer na vida e ter condições ainda melhores para poder dar tudo o que quero.
Por enquanto vou finalizar por aqui esta parte desse meu PC, assim que eu voltar a trabalhar, lhes garanto que irei começar tudo que foi citado acima, começando pela pintura, e, assim que começar, terão novas notícias deste PC.
Por fim, mas não menos importante, como vivo dizendo por aí, se não somos todos nós para gostarmos dessas tranqueiras velhas e importadas, nossas ruas estariam ainda mais cheias dos carros populares que vemos por aí. Elas podem não ser das mais confiáveis ou fáceis de manter como muitos dos nacionais que também adoramos, mas é justamente o perigo e o risco que acabam nos atraindo pra esse tipo de carro, afinal, como uma vez li num dos comentários da internet, ser gearhead, ou entusiasta de carros, é uma doença com a qual nascemos e não tem cura. Nós vemos uma Alfa Romeo 156 e um carro mais moderno pelo mesmo valor e não conseguimos, na maioria das vezes, optar pelo nacional. Gostamos de comprar tranqueira que sabemos que vai dar dor de cabeça.
Mas é essa a graça do negócio, não?
E espero que nunca encontrem esse remédio para isso, porque eu amo essa “doença”.
Um abraço à todos vocês que me acompanharam nisso tudo e até uma próxima com uma, quase literalmente, nova Legacy Outback G2, fiquem abaixo com algumas projeções porcas que fiz no Photoshop do que estará por vir assim que a vida permitir:
Por Renan Augusto, Project Cars #402
Uma mensagem do FlatOut!
Renan, concordamos plenamente com você: não resistimos a uma “tranqueira velha, importada” e cheia de personalidade. Esses carros merecem ser salvos e cuidados por entusiastas e, como já dissemos inúmeras vezes por aqui, quem toma a dianteira de um projeto deste tem todo o nosso respeito. Parabéns pela conclusão e esperamos vê-lo aqui de volta com as novidades!