E aí povo, vamos continuar essa história! Agradeço a todos que perguntaram, incentivaram e elogiaram o primeiro post dessa série. Esse é o segundo texto a respeito do WRX, e caso tenham perdido o anterior, aqui está o link. Está com preguiça de voltar? Tudo bem, faremos um resumo: comprei um Subaru WRX original que tinha acabado de virar bronzina (com o motor inteiro trocado na concessionária) e que, apesar disso, o carro estava bem novo. Era meu primeiro carro turbo e este seria meu daily drive “fuçado”, usando sempre que possível as peças originais da Subaru (de outras versões “melhores” e mais novas).
Manutenção e seguro
Antes de tudo, vou usar um pequeno espaço para responder as dúvidas daqueles que fizeram perguntas no primeiro post, que foi principalmente sobre manutenção e seguro. Recentemente (em 2015 ou 2016, por aí) a Subaru CAOA de São Paulo iniciou uma política de revisão com preço fixo, reduzindo substancialmente as trocas de peças feitas por “empurroterapia” e deixando somente o essencial, derrubando pela metade o valor necessário para as revisões. Mas isso significa que ficou barato? Depende com que carro estamos comparando, pois tudo é relativo.
Além disso, há muito tempo que não levo o carro na CAOA, já que existem diversas opções interessantes de oficina aqui em SP cuja especialização seja mexer nos Subaru (o que também é um ponto positivo para o quesito “manutenção”!). Uma dessas opções, inclusive (que é onde levo o carro atualmente), é a WDC Motors, dona de um Project Cars aqui no Flatout, com um Lexus GS300 sleeper com motor de Supra. Portanto, contrário do que muitos imaginam, a mão de obra está longe de ser escassa.
Seguro é mais complicado. No primeiro ano com o carro eu pagava menos de 5% do valor do carro em seguro, o que eu considero razoavelmente bom, dado meu perfil na época (homem, solteiro, menos de 24 anos… “Bem propício a fazer merda” é o termo que devem usar nas seguradoras). Hoje, com o carro ficando mais barato (e eu ficando mais velho), estou pagando quase 10% do valor do carro, o que já me fez entrar num dilema bem difícil: entre pagar um valor altíssimo pra ter o carro segurado, ou não pagar (o famoso “pagar pra ver”). Mas disso talvez eu saiba o motivo, que é o valor das peças do casco que a Subaru cobra. Não é normal um parachoque custar R$5 mil ou um (um só) farol custar R$6 mil. Cuidado se você quebrar ou trincar um parabrisa, pois pode chegar a R$10 mil uma peça nova.
Enfim o Boxer Rumble
Bem, continuando nossa saga de onde paramos, o carro acabara de ganhar as típicas lanternas vermelhas (que 11 a cada 10 donos de Impreza hatch fazem) e, conforme deixamos pendente no final do primeiro capítulo, também receberia um escape de 2,5”. Como eu ainda estava em política de restrição econômica (leia-se endividado), não seria hoje que ganharia um escape importado de inox, mas como o objetivo era só pelo barulho, já estava ótimo. Levei no TICO Escapamentos em SP por recomendação de muita gente do ClubeSubaru. Era simples, feito em aço galvanizado, da saída do catalisador até a ponteira, com um abafador JK no final, todo dobrado a frio (sem soldas). Tinha duas flanges, pra facilitar o transporte. O trampo dos caras ficou ótimo. Saí da loja parecendo uma criança que ganhou o presente mais legal do Natal.
Agradeçam ao meu irmão por não pisar que nem macho
Esse ronco provavelmente está no meu top 3 dos barulhos mais inconfundíveis que consigo reconhecer, junto do VW à ar e a musiquinha do caminhão de gás. Mais tarde eu desmontei o escape, lixei tudo e pintei de preto fosco, pra ficar (ainda) mais caprichado.
Simples, porém funcional
Depois do escape “provisório” (só pra não parecer um carro elétrico), decidi colocar as rodas que estavam no meu antigo Subaru (umas Enkei 18×7” bronze foscas). Como eu estava partindo de uma base relativamente purista para com as mods, essas rodas não eram a minha primeira escolha, mas como já estavam lá em casa, só subi no macaco e coloquei. Pra tentar combinar, comprei uns lugnuts azuis (de alumínio, que só fui descobrir que são frágeis demais na hora de tirá-los).
Agora com as Enkei
Nesse momento, meu irmão (que tinha um Impreza hatch 2.0 aspirado) estava vendendo o carro dele e desmontando algumas peças, e uma delas era um aerofólio STI em fibra de carbono. Era óbvio que eu queria! Comprei a peça dele. Talvez eu tenha cometido uma leve heresia, pois eu pintei a fibra de carbono na cor do carro. Me disseram que mais cedo ou mais tarde ia bater um arrependimento, mas até hoje esse momento não chegou (ainda bem, se não seria um dilema horrível). Gosto do visual da fibra, mas o objetivo do projeto é ter um look relativamente original, e a fibra dá uma sensação de racecar que eu não pretendia que o carro tivesse.
O aerofólio mantinha o esguichador de água e aproveitava o brake light original
Ainda nessa onda “STI”, o próximo up era uma grade frontal STI original, com o emblema trocado por um de WRX (tirei um sábado chuvoso para a troca, então as fotos ficaram um pouco escuras). Precisa desmontar o parachoque para colocar a grade e, assim como o acabamento do porta-malas, ele é preso apenas por presilhas de plástico, sem parafusos.
Adeus, grade de churrasqueira!
Estava extremamente satisfeito com o progresso até aqui. Algumas fotos mais abertas do carro para conferirmos o andamento do projeto:
Tava ficando bom!
Hora de aprimorar o visual
Como ainda faltava um tempinho até terminar de quitar o carro, estava queimando meus cartuchos em forma de “upgrades” simples pro carro. Decidi que queria pintar as rodas, pois não estava muito satisfeito com o tom delas – e principalmente com o acabamento fosco. Seguindo uma sugestão de um amigo do forum (ClubeSubaru.com.br, pra quem ainda não conhece), pintei de preto brilhante com borda azul, no mesmo tom do carro. Provavelmente tive um lapso de ousadia (e heresia também), mas como já tinha em mente as rodas que substituiriam em breve essas daí, mandei bala.
Também comprei um (novo) jogo de películas para as lanternas traseiras, aproveitando o recorte das películas atuais e preenchendo o espaço que ainda faltava. No embalo coloquei as películas amarelas para os faróis de milha, adesivei a (recém colocada) grade frontal de preto brilhante e – por que não? – fiz uma máscara negra nos faróis, junto com um amigo (se estiver lendo isso, valeu Bruno!).
O farol original já tem partes pintadas de preto, mas o Bruno me persuadiu a deixar tudo all black. Então desmontamos, abrimos usando um soprador térmico, lixamos e pintamos de preto fosco, deixando só o foco do farol alto intacto. Para colar de volta usamos a própria cola original, com auxílio de um aplicador de silicone pra vedar.
Grade preta, películas para lanterna e farol de milha, além de máscara negra nos faróis
Finalmente potência!
Tudo isso representou pequenas modificações que eram extremamente baratas, sempre aproveitando o DIY e ups estéticos. Porém, tudo mudou quando numa bela manhã de sol, acordo e acabo de perceber que meu carnê das Casas Bahia do WRX havia chegado ao fim! Já começo a correr para o eBay e os outros sites gringos à procura de peças: freios, suspensão, turbina e tudo ao que minha ficha dava direito. Mas acho que isso é assunto para o próximo post, certo? Fica um teaser até lá… Grande abraço a todos!
Por Rafael Ferreira, Project Cars #407