Primeiramente agradeço os votos que me deram a oportunidade de ser uma pequena estrela nessa enorme constelação para contar a história do meu mezzo VolksRod mezzo Rat Rod.
Sou paulistano de nascimento, e catarinense de coração, costumo dizer que como nasci, e cresci na cidade de São Paulo, São Paulo é minha mãe, e Santa Catarina é a esposa com quem resolvi casar, amo as duas (digo Santa Catarina pois o estado não possui uma megalópole, é composto por pequenas cidades cada uma com seu charme particular e sotaques característicos).
Gosto muito de carros, e desde pequeno por ser filho de um imigrante italiano que me ensinou desde cedo a torcer pela Ferrari, sendo que a primeira imagem que tenho é de meu pai dirigindo seu Maverick quatro-cilindros e quatro-portas pelas ruas de São Paulo.
Foi a primeira referência que tive, contudo mais tarde no inicio dos anos 80 ele trocou aquele “avião” por um Gol aircooled 1300 novo. Me lembro de irmos as concessionárias VolksWagen na época e meu pai perguntar: Vocês tem Gol aí? E o vendedor responder: “Gol só no Morumbi.” Piadinha comum na época do lançamento. Enfim, o veículo foi comprado na concessionária DAVOX na av. Interlagos, que hoje já não mais existe.
Feita a troca com medo da crise do petróleo (que acho que não veio), não preciso dizer que se arrependeu e sempre quando via um maverick rodando pelas ruas dizia “isso que é macchina”.
O lado bom de ser italiano é que você pode ter qualquer tipo de carro que se refere a ele como “mia macchina”
Contudo crescendo dessa forma prometi um dia comprar um Maverick. Peraí… mas o post não é de Volksrod? É sim mas já chego lá.
Após me formar e já morando em Santa Catarina, terra da minha mãe, comprei um Maverick duas portas 1976, quatro-cilindros, o transformei em um V8 e encontrei um grupo de amigos, uma verdadeira família, fanáticos por tudo que tem motor e rodas de nome FACEFUKY (em São Paulo nos referimos ao fusca como “Fuca” em Santa Catarina o apelido é Fuque, aí o Facebook era moda colocaram o nome do grupo de Facefuky e não me perguntem o porque do KY no final).
A maioria dos participantes tem Fuscas e seus derivados (mas não possuem preconceito com outros veículos), e quando andávamos em comboio sofria atrás deles, também sofria com os encontros só de fuscas, ou de VW aircooled sendo que não poderia ir com meu Maverick V8 302.
Resolvi então ir atrás de um fusca, procura dali, daqui, anda em um fusca, uma brasilia, vai pra internet, pesquisa sobre o carro e sua história, e achei um modelo de Fusca interessante, o tal Hebmuller, achei que com teto lembraria uma baratinha daquelas Ford 32 e foi surgindo a inspiração, era novembro de 2012.
Tinha um parente por parte materna, que possuía um Fusca com motor AP 1.8 que sofria com a temperatura, na verdade ele investia tempo em dinheiro em “enjambres” que sempre davam problema por serem feitos de qualquer jeito, contudo ele tinha muitas carrocerias e peças lá jogadas de experiências que não deram certo.
Fiz um desenho (no paint mesmo) copiando e colando desenhos de Fusca na internet e decidi o seguinte:
Olhando uma baratinha Ford 32, era rebaixar o teto, só dois lugares, colocar um capo dianteiro na traseira, e deslocar a suspensão dianteira para frente, o resto a gente via conforme ia acontecendo.
A motorização seria Ford V8 302, pois vi um fusca com essa motorização e diferencial de Lada Laika (tinha um na mesma época).
Falei com o meu parente (prefiro não citar o grau de parentesco), e ele após um discurso demagógico em um encontro me doou uma carroceria batida na frente que ele tinha jogada sem uso por lá, com a condição de que seu filho (recentemente desempregado) fizesse o serviço.
Carroceria na mão, idéia na mente, acertamos os valores que seriam pagos semanalmente enquanto fosse realizado os serviços, semana que não trabalhasse no carro não precisaria pagar (me arrependo de não ter pego isso por escrito), e mãos a obra.
Não tenho fotos deste inicio, mas fora trabalhado três semanas no carro sendo feito o corte no teto, o desenvolvimento capô traseiro que era a tampa do porta malas do Fusca ou capô dianteiro, até carro ser retirado do local e abandonado em um canto pois ocupava espaço na fábrica de enjambres, semanas mais tarde questionei o porquê do abandono.
Meu ex-parente disse que as coisas mudaram e que se quisesse continuar era para pagar 50% do valor orçado senão não iria mais mexer no veículo.
Diante de tamanha decepção, e vendo que parente é o que deus manda, amigos é o que escolhemos, resolvi tirar dali para levar em outro lugar. Nova decepção, meu ex-parente disse que o carro era dele, e que se quisesse vender para tirar o que investi ok, mas ele queria R$ 2.000 na carroceria cortada do jeito que estava.
Tentei vender, não consegui, nesse tempo ele retirou todas as peças possíveis do carro, como maçanetas, batentes, vidros, cabos de acelerador, pedaleiras enfim, ele entendia que da mesma forma que me deu poderia pegar de volta.
Procurei então, na internet alguma solução para refazer o projeto, achei a BadBug que possui um projeto parecidíssimo com o meu e que muito me inspirou o FrankStoll.
Até que um dia, um amigo me disse que o tal ex-parente havia dado o carro pra ele, em troca dele rebaixar os facões traseiros de um Fusca que tinha lá, contudo veio me perguntar se era meu, pois sabia do projeto. Após contar a história, ele foi lá pegou o carro em troca do serviço e me deu de presente.
Assim ele voltou pra mim.
Com o teto jogado por cima
Guinchei o “projeto” para outra cidade para que depois não fosse ele lá se dizer dono do carro, comprei um outro Fusca documentado certinho, bom de estrutura, com motor e recomecei o projeto apenas com o capô traseiro que fora desenvolvido, junto comigo um torneiro mecânico que trabalha fazendo gaiolas para trilha na região que topou o desafio desde que, não tivesse pressa. Já era outubro de 2013.
Aquisição para dar continuidade ao projeto
No próximo post vamos para definição da mecânica, quanto o teto seria rebaixado, um motor de subaru surgiu.
Por Italo D’Anniballe, Project Cars #410