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Project Cars Project Cars #414

Project Cars #414: o início da preparação do meu BMW 325i Coupé

Olá a todos os amigos leitores que iniciaram o ano de 2017 com o pé direito (dividindo os pedais de freio e acelerador, é claro), animados em ler mais um pedaço do nosso amado Project Car!

Continuando a saga, chegamos em Londrina tarde, então somente nos restou deitar e dormir! No outro dia, usei o carro, no próximo, também, e no outro, adivinhem! A vontade de curtir era grande, mas haviam vários fatos que precisavam ser resolvidos naquele lindo quadro em preto!

Aqui, vou subdividir a história em capítulos, e, spoiler, vai ser longa! Há também uma certa falta de fotografias, uma vez que as coisas foram acontecendo um tanto quanto rapidamente nessa época, e as fotos tiradas, normalmente para grupos de conversas instantâneas, foram apagadas com o tempo.

 

Suspensão, rodas, pneus e geometria

Um desses fatores, que me incomodava bastante, era a suspensão. Na verdade, a falta de conhecimento sobre ela. Desta forma, levei a uma oficina para que fizessem um setup novo de suspensão, e para conferir tudo o que tinha debaixo daquele monstro. Lista inicial? Amortecedores no fim da vida (todos), kit de amortecedor ferrado (buchas, batentes, coifas) e buchas de direção boas.

Tendo em vista este panorama, e somado à trepidação excessiva na viagem de volta, solicitei para que fizessem os amortecedores com carga suficiente para o carro ficar firme, mas ainda assim, rodável no dia-a-dia, além da substituição de todo o “kit amortecedor”, bem como o alinhamento do veículo. Dois dias depois, fui buscar, mas o resultado não foi o esperado. Era passar de 60km/h, e o carro continuava com o famigerado Mal de Parkinson. Contou o “profissional” que não conseguia fazer a geometria da BMW, por precisar de ferramental específico, bom como por minhas rodas e pneus estarem desgastados. Triste, paguei o serviço e fui embora.

Alguns dias depois, ao ir buscar o A3, que estava terminando a preparação dos freios, ao voltar para Londrina, murcha um pneu do carro, me obrigando a colocar o estepe (de liga, em 15”) em uso. Não contente com isso, consertei o problema em um borracheiro, pois descobri que a roda estava com vazamento pela borda. Prontamente fui atrás de um jogo de rodas novo, uma vez que aqueles não mais me serviriam, além do fato de serem esteticamente feias (Réplicas da M3 E46 – Style 67 – 17x8J, et 40).

Chegando à segunda loja daquela oficina que mexeu na suspensão da “Neguinha”, pedi por um jogo de rodas que estavam na vitrine: originais da X1, staggered (Style 322 – 18x8J/9J), bem como um jogo de pneus meia-vida, para rodar até me capitalizar. Quando fui informado que só as rodas somariam a quantia de 3500,00, quase caí para trás. Notando minha infelicidade, o vendedor prontamente tomou a frente e falou que tinha outro jogo de rodas, que não estavam à venda, pois eram velhas e a emprestava para clientes, mas que, por serem largas, poderiam fazer meu estilo. Fui ao fundo da loja com ele, e vi a perfeição para ser lapidada, da mesma forma que minha alemã era para mim. Um jogo de rodas de série 5 E39 – Style 32 – de medidas 18x8J/9J, com et 20/24. Estavam com teias de aranha, pintadas de dourado, e com uma borda porcamente diamantada, mas me conquistaram na hora. Me fiz de desinteressado, e fui para casa, para dar o golpe no dia seguinte!

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Cabe aqui uma observação acerca das rodas originais BMW. Todas elas são catalogadas e estão disponíveis no site www.bmwstylewheels.com, separadas por modelo, carroceria e ano, contendo informações acerca de largura, diâmetro, aplicação e offset, bem como o peso de cada uma delas. Vale a pena conferir!

Chegando, abri alegremente minha garagem no Estaleiro da BimmerBrazil, contando das desventuras dos últimos dias e apresentando minha “325i coupe com kit M3”. Ali aconteceu meu primeiro balde de água fria. A BMW que adquiri não tinha, nem nunca teve, um “Kit M3”. O Kit M-Technik, composto por Para choques Dianteiro e Traseiro, Saias laterais, Aerofólio, Retrovisores, Soleira de Porta, Manopla de Câmbio, Volante, Borrachões de Porta largos e Rodas da M3 eram totalmente diferente dos que eu tinha no carro. De “kit M”, só os retrovisores e o emblema M, colado do lado errado, para ajudar! Ao invés disso, meu veículo foi equipado com o kit aerodinâmico da preparadora alemã AC Schnitzer, com aerofólio traseiro e spoilers lateral e traseiro, pois o dianteiro, em algum momento dos seus 22 anos de vida, havia sido perdido.

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Voltando à loja no dia seguinte, após uma noite inteira trabalhando, ofereci meu jogo de rodas e pneus como parte de pagamento, e após certa negociação, fechamos a compra das tão desejadas rodas por metade do valor das primeiras, bem como um par de pneus de medida 245/40 18”, para a traseira, e 215/40 18”, para a dianteira, das marcas Pirelli Cinturato e Hankook Ventus Prime, respectivamente. Quando montamos no carro… Surprise, motherf**ker!, as rodas ficaram muito para fora da lataria. Levei a jóia para lavar, dei uma geral na interna, e andei assim por uns dias, até ter grana e idéias para ajeitar o problema das rodas, que via tão bonitas nos carros dos confrades do Fórum.

Num fim de semana, quis curtir a lindinha, e saí com a patroa para uma volta pelos arredores da cidade, procurando, despretensiosamente, um local para hoonagens seguras. Eis que, numa cidade próxima (Rolândia), encontramos um campo grande de terra, suficiente para #jogardelado! Brinquei por cerca de 10 minutos mas, na volta, havia algo diferente. O carro fazia um barulho feio a cada ondulação, e a traseira quicava a cada lombada. Cheguei na segunda nervoso ao local onde havia feito os amortecedores, reclamando do fato de terem estourado tão depressa. Um dia depois, me ligaram, informando que os amortecedores estavam intactos, mas a base metálica do chassi, não. Havia varado para dentro da carroceria, e a suspensão traseira estava ineficiente, sendo necessário fazer um reforço na torre, problema crônico das BMW com a carroceria E36.

Como já estava mexendo, novamente na suspensão, levei a alguém gabaritado no assunto. Na Ômega, alinhamentos técnicos, expliquei o uso do carro, e a incomodação que eram tanto as rodas, quanto a trepidação. A um custo de R$400,00 cada eixo, fora feito gabaritagem aos padrões originais dos eixos dianteiro e traseiro, bem como acerto de cambagem (-2,5o T/-1,5oD), convergência (+0,3’ in T/0,1’ in D), deixando o cáster nas medidas originais. Precisam ver como resolveu o Mal de Parkinson de uma só vez!

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Para finalizar, fora feito um leve roll fender na caixa de roda traseira, colocando de uma vez por todas as rodas e pneus para dentro da lata.

 

Treta forte Resolução de pequenos conflitos

Um belo dia, estava trabalhando em um domingo e, como trabalhar no domingo é algo totalmente improdutivo, fui mexer no carro. O sistema de som não funcionar era um problema para mim, pois não queria andar o tempo todo sem som, e eu não podia apanhar de algo tão simples. Comecei arrancando o rádio. Depois, o console. Depois, as canaletas de porta, depois, os forros internos, então, o tecido do chão do carro todo. O que vimos? A Tão linda BMW com “pouca coisa para fazer” era intacta de lataria, mas havia sido, em algum momento de sua vida, um carro destinado a campeonato de som. Isolamento termoacústico pelo carro inteiro, feltro, crossovers,

módulos, positivos mal feitos, negativos ainda piores. Depois de uma tarde inteira, foram retirados mais de 50kg de fios, feltros, mantas e aparelhos. Um absurdo!

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Após tal fato, e mais leve (literalmente), gostaria de ficar mais gelado. Londrina é uma cidade do norte do Paraná e, não raramente, temos temperaturas superiores a 30oC, com uma umidade relativa quase nula, e muita terra vermelha, característica marcante da região, o que torna da cidade um belo inferno! Assim sendo, levei a uma renomada oficina de ar condicionado para “dar uma geral” no sistema. Depois de cerca de duas horas, estava liberado e gelado, pois era só uma carga de gás que faltava no sistema.

Aproveitando a desmontagem para descobrir o passado da nossa 325i, conheci, após uma ligação por indicação, o mecânico e a equipe que, com o passa dos dias, também se tornaram amigos deste que redige. Denis, com 15 anos de BMW/Mini/Land Rover, Felipe e Daniel, auxiliares dos tempos da concessionária alemã, assumiram a missão de consertar o máximo de problemas possíveis com o mínimo de dispêndio. Após quase um mês de visitas diárias à oficina que trabalhavam, foram trocadas as seguintes peças adquiridas de ferros-velhos e doações:

  • OBC (On-Board Computer) novo, com todas as teclas funcionais;
  • Instalação do rádio original BMW alpine, com disqueteira para 6 cds e ligação da fiação original das portas, através de amplificador aftermarket, pois o original estava queimado (presente);
  • Troca de uma das bombas e recuperação de ambas as bóias de combustível do veículo, retornando à sua completa eficácia na marcação do combustível;
  • Troca de óleo (Motul 8100 XCess) e filtros (Hengst), com adição de Militec-1, bem como troca da junta da tampa de válvulas;
  • Retirada do alarme “Positron” aftermarket, pois o carro tem fechamento pelas chaves e subida one touch nos vidros;
  • Troca do trinco da porta do passageiro, que impossibilitava o fechamento pela chave;
  • Reconstrução do módulo de ABS, trazendo o objeto de volta à normalidade;
  • Reconstrução do chicote do farol de neblina, tornando ambos operantes;
  • Troca das lâmpadas internas para iluminação amarela novamente;
  • Troca das Lâmpadas da Lanterna, ficando totalmente operante;
  • Escape sem catalisadores e troca do Abafador final para um OEM 328i.

 

Mimos

Em um dos diversos grupos que ganhei quando comprei o carro, surgiu a oportunidade de comprar um jogo de faróis de vidro, originais das BMW européias (ZKW – Austria), já com “upgrade” para máscara negra de plásticos e suportes, por um preço inimaginável. Não aguentei, os arrematei, e assim que fui à Capital, busquei-os, instalando no dia do meu retorno a Londrina.

Da mesma forma, ao ligar em ferros-velhos para procurar algumas peças para a Neguinha, em um tive uma grata surpresa. Perguntando sobre forros de porta (eles ainda estão feios), volante M e outros mimos, perguntei se tinham os para choques da BMW. O atendente respondeu que sim, ao passo que passei meu número de telefone para que ele enviasse fotos da referida peça para mim. Quando chegaram em meu celular, larguei o que estava fazendo e fui arrematar na hora. Era o kit de para choques e saia originais do Kit M-Technik, retirados de uma BMW 323i sedan, batida na tampa traseira. Comprei, levei todos embora ao lava car de um amigo, e lá ficaram…

Até o próximo post!

Por Luiz Fernando Lopes, Project Cars #414

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