Olá, pessoal! Me chamo Neimar Paulo Tessaro, sou morador de uma pequena, mas pequena mesmo, cidade do interior do Paraná onde trabalho como professor de Ciências e Biologia. Minha história com carros começa quando eu tinha uns 16 anos. Naquela época eu não era muito ligado em automóveis, e nem dirigir eu queria aprender, coisa rara para um moleque dessa idade… Mas enfim, depois que eu comecei a me interessar pelo assunto, não parei mais!
No início eu me satisfazia comprando revistas de carros personalizados, mas não demorou muito e eu queria um carro pra chamar de meu. Obviamente eu não tinha dinheiro pra isso e o pior, nem sabia dirigir… pedi ao meu pai para que me ensinasse, mas ele não teve muita paciência comigo. Aí, acreditem ou não, quem me ajudou foi meu irmão mais novo (!), de 12 anos (!).
Superada essa etapa, finalmente veio o primeiro carro. Meu pai comprou um Voyage CL 92 que era do meu nono (avô, pra quem não cresceu em família italiana). O carro era zeradinho, tinha 38 mil km na época, e eu tratei de colocar algumas coisas em prática… Cortei as molas, rodas de liga aro 15, escapamento ‘turbinho”, pionner do golfinho e bancos Recaro do GTS 88/89. Como podem perceber, teve erros e acertos na montagem dos acessórios… Apesar de não ter CNH, dirigia por cerca de 1 quilômetro todo dia para ir até o comércio da família trabalhar.
Infelizmente não tenho fotos do Voyage.
O Voyage foi vendido, assim como a maioria dos acessórios dele. Pra não dizer que fiquei a pé, eu usava, agora sim habilitado, um Gol Special 2001 pra ir pra lá e pra cá.
Em 2006, já na faculdade, veio o carro que ficou comigo durante 8 anos: a Saveiro Supersurf! Cara, como eu gostava desse carro!
Nessa época eu já era freqüentador de fóruns como o Volkspage e o Saveiro Clube e foi nesses locais que troquei muitas experiências com a piazada. A Saveiro passou por muitas modificações diferentes, desde um início meio brega, com excesso de cromados até a fase final, que representa muito bem o que eu gosto em um carro: visual limpo, respeitando as proporções do carro e com acessórios “ornando”.
Lá pelos meados de 2014 acabei vendendo a Saveiro.
Agora eu tinha um problema nas mãos: como substituir um carro que eu gostava tanto? A resposta mais lógica foi comprar uma Saveiro Cross. Lá fui eu cotar quanto ficaria uma Cross zero quilômetro. Quase cai de costas… 56 mil na época! Tá doido, com todo esse dinheiro tenho muitas opções.
Pesquisei durante algumas semanas qual seria o próximo carro. No final, a busca se resumiu a Polo Sportline até 2011(9N3), Civic LXL 2010 e o Jetta MKV (MK5 pra quem fugiu das aulas de matemática).
Antes de contar como encontrei meu carro, gostaria de compartilhar um pouquinho da experiência de comprar um carro usado:
- Antes de mais nada, procure saber o máximo de informações sobre o carro que você pretende comprar. Pesquise quais foram os opcionais disponíveis, o que mudou de um ano para o outro e principalmente quais são os problemas mais comuns. Fazendo isso você já descobre se tem condições de ter e manter um carro corretamente.
- Pesquisar pela internet é interessante porque te dá uma idéia de como estão os valores, mas tenha consciência que carro bom custa um pouquinho a mais e carro que está muito barato pode ter algum problema crônico e de difícil ($$$) solução.
- Além da internet, visite lojas. Muitos carros bons ficam muito pouco tempo na loja e por isso nem aparecem no site da empresa.
- Geralmente as fotos de anúncio valorizam os melhores aspectos do carro e escondem aquilo que não está legal. Se está feio por foto, nem vale a pena ver pessoalmente. A não ser que você esteja disposto a levantar o carro do zero e o preço seja muito camarada.
- Você vai ter que abrir mão de alguma coisa. Eu queria muito encontrar um Jetta Shadow Blue com todos os opcionais possíveis, interior creme, baixa quilometragem, manutenção em dia, sem retoques etc. Mas eu consegui? Não! Encontrar um carro usado nas condições desejadas é muito difícil, então estabeleça prioridades. Eu coloquei como prioridades a manutenção e a conservação interna e externa.
Já pensou?
Praticamente todo dia eu passava um “pente fino” na internet procurando meu novo carro. A questão é que não conseguia me agradar com os carros que achava. Os que estavam dentro daquilo que eu procurava estavam muito acima do que queria pagar ou estavam muito longe pra ir buscar.
Certo dia fui levar minha namorada (atualmente minha noiva!) em Cascavel pra fazer um estágio e sem ter nada pra fazer até o almoço, resolvi dar uma passada nas revendedoras e ver se encontrava alguma coisa. Boa parte da manhã foi a mesma decepção da internet… Alta quilometragem, placas de fora do estado, valores absurdos… nada de novo!
Por fim resolvi passar na concessionária Volkswagen da cidade para dar uma olhada no Golf GTi MK7 e, para minha surpresa, na sessão de semi-novos, lá estava ele, um Jetta 2010 preto. Não tinha os faróis de xenon e o teto solar, mas como falei aí em cima, abri mão desses opcionais ao ver como o carro era bem cuidado, com quilometragem baixa (na casa dos 40 mil km) e com toda a manutenção feita naquela concessionária. O carro estava “vendido”, mas mesmo assim deixei meus dados com o vendedor caso o comprador desistisse. Fui buscar minha namorada para almoçarmos e no caminho o vendedor me liga perguntando se tinha interesse em fazer uma proposta no carro. Avisei que após o almoço poderíamos conversar a respeito.
Após o almoço, fui até a revenda e fiz minha proposta. O gerente aceitou! PQP comprei um Jetta, e agora?
Após fazer a documentação do carro, voltei pra minha cidade e fui “analisando” o comportamento do carro. Confortável, firme, marchas passando suavemente, os cinco cilindros berravam alto quando enterrava o pé pra ultrapassar… Mas nem tudo estava bem. Percebi que havia alguma coisa errada na suspensão dianteira. Cheguei em casa e liguei para o vendedor que se prontificou a resolver o problema. Passou uma semana até que pude mandar o carro para Cascavel novamente. Dois dias depois o carro estava pronto. Eram os coxins dos amortecedores dianteiros. Ambos foram trocados por peças novas e originais VW na conta da concessionária. Como o carro já tinha feito uma revisão recentemente e estava tudo em ordem, deixei pra fazer a troca de óleo e filtros em outro momento.
Bem, o Jetta estava de novo em casa e eu já podia começar a pensar o que iria fazer com ele. Mas antes de sair comprando acessórios, tirei um final de semana pra lavar, arrancar um adesivinho da Apple de mau gosto, limpar o interior, hidratar os bancos, descontaminar a pintura e encerrar o carro. Montei um kitzinho de embelezamento com produtos de qualidade na época da Saveiro e continuo fazendo eu mesmo esse “sacrifício”. O resultado final é esse aí embaixo.
Agora eu tinha uma bela “tela em branco”, bastava decidir o que fazer com ela.
É isso aí pessoal, as mudanças feitas no carro ficam para a próxima publicação!
Abraço a todos!
Por Neimar Paulo, Project Cars #423