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Project Cars Project Cars #466

Project Cars #466: a história do meu Lada Laika comprado por R$ 3.000 para o dia-a-dia

E aí, galerinha do FlatOut! Antes de mais nádegas, deixo aqui meu muito obrigado pela oportunidade de fazer parte deste espaço. Me chamo Virgílio Saraiva e tenho uma paixão inexplicável por carros. Minha avó falava que eu só jantava dentro do carro de meu avô, e sabia o nome de todos os carros que passavam na rua… eu não lembro, porém vó não mente né? Eu me lembro de reconhecer o ronco do Chevette do meu avô vindo me buscar no judô, mas isso é fácil. O barulho do “Chevas” é inconfundível!

 

Talvez essa paixão não seja tão inexplicável assim, pois meu avô paterno (vô Luiz, um anjo que passou na terra) sempre me encantava contanto suas histórias a bordo dos seus carros (as melhores eram sobre os opalas… o veio gostava mesmo! Teve quatro). Meu pai nunca foi ligado em carros, tirou habilitação tarde (por minha culpa, pois vivia tendo crise de asma) e sempre foi daquele cara que fica décadas com o mesmo carro.

Aprendi a dirigir aos 10 anos (mais ou menos) com meu Vô Mello, ou Zé de Mello como é conhecido, nas estradinhas de terra de Biritiba Mirim neste velho guerreio aqui da foto. Aliás, todos os primos e primas por parte de mãe aprenderam dirigir nesse Fusca, que tive o prazer e o desprazer de compar.

Eu, vo e tio Paulo

Mas vocês vão falar: Poxa Virgílio, o PC é sobre o Laika não sobre o Fusca!

Vocês já ouviram uma frase que diz mais ou menos assim:  “Dor de amor, se cura com uma nova paixão”???

O que aconteceu! Eu comprei o Fusca, apelidado carinhosamente de Zé de Mello e ele precisava de reparos… Muitos reparos… (na verdade precisava de um milagre, meu avô era pé de chumbo, somos em 14 primos e primas todos aprenderam no pobre coitado!) e com isso acabei conhecendo um youtuber, que hoje se auto-intitula “digital influencer. Foi uma das piores coisas que poderia ter ocorrido… não por causa do serviço em si (rodei menos de 300 km com o motor novo), mas por outros motivos que não convém dizer aqui. Fiquei desiludido com o carro resolvi encostar ele, e procurar algo para esquecer aquele incidente de percurso. Aí me vem à cabeça o que comprar?

Nunca fui de seguir modinha, tendências, ou coisas desse tipo. Na verdade sempre gostei daqueles carros que ninguém quer, saca? Tipo granada sem pino… aquele carro que é melhor você ter gonorreia pois consegue passar para alguém! Devido a esse meu gosto peculiar, já me chamaram de sucateiro, lazanheiro, crackeiro, corajoso foi o menos pejorativo!

Tudo tem limites, o meu era R$ 3.000 (número mágico) e com documento em dia, se não sem chance. Então fui à busca! (Alerta, existem coisas boas nessa faixa de preço nos aplicativos criados pelo homem a serviço do Satanás – OLX).

Apareceram muitas opções, entre ele um Laika branco (detonado) que despertou minha atenção. Eu havia esquecido a existência deste simpático carrinho e comecei a aplicar os filtros, direcionando a pesquisa só para aquele modelo… Afinal, ele era o Fusca dos russos!  Nada apareceu…  Aumentei para R$ 6.000 o valor da busca e apareceu um carro que chamou minha atenção. Não teria coragem de pagar isso num Lada, porém resolvi ir ver o carro. Nas fotos ele parecia bonito, mas ao vivo… g-zuis!

primeira negociação

Conversei com o dono do carro, e ele me disse que o carro estava com a mecânica a toda prova, porém estava queimando óleo. A pintura remetia ao Golf Harleqim, uma peça de cada tom de vermelho, a direção tão precisa quanto um prego na areia, os bancos… ahh os bancos eram uma breve lembrança de tecido e espuma… Saí de lá com a convicção de que a esposa havia obrigado ele vender o carro e ele colocou o preço lá em cima para não vender (quem nunca).

Larguei de mão, e continuei a busca. Passou um ano e adivinha quem apareceu no OLX por R$ 4.500,00? Sim, ele mesmo. Lá vou eu novamente em Sto. André ver o carro e negociar… Queria aquele carro mesmo assim, porém por um preço justo. Ofereci R$ 3.500 na lata! Mais uma vez tive a proposta recusada. Voltei pra casa puto, e falei vou deixar essa m… de carro pra lá.

Nesse interim, troquei meu Del Rey, e meu Prêmio num Ford Taurus e a “necessidade” de psicotrópicos automotivos deu uma amenizada… 

Eis que um dia sonhei que estava a bordo de um belo sedan vermelho, de linhas quadradas e “harmoniosas” e aquela maldita necessidade voltou à tona. Encarei isso como um toque divinal, pois dificilmente lembro que sonhei (sou bancário, e tenho uma chave on/off no cérebro afim de proteger os poucos neurônios que não foram consumidos pelo stress e cobrança de metas). Na primeira busca, apareceu o FDP por R$ 3.500,00 e então resolvi mudar de estratégia. Pedi para meu amigo ligar e negociar. Encontro marcado e lá vamos nós! Fechei negócio por R$ 3.000,00 (valeu Pedrinho).

Negocio feito, dinheiro na mão… calcinha no chão!

Finalmente meu

Peguei a mulher, e nosso casal de amigos Bruno e Lívia para irmos buscar minha mais nova “preciosidade” chegando lá… a mulher viu a maquina e com uma cara de “aprovação” me fez entender o recado…

Passamos no primeiro posto de gasolina para abastecer o tanque, e quem disse que conseguíamos abrir o tanque? Depois de muita conversa com a tampa do bocal, consegui abastecer e caímos na estrada!

Primeiro abastecimento

A sensação de guiar esse carro é um pouco excêntrica: comutador de ignição do lado esquerdo, volante grande, fino e com folgas que deixariam uma Kombi com inveja!

Os bancos que ao primeiro momento pareciam só gastos confirmaram que além de gastos estavam soltos e com uma almofada no lugar das espumas. Sistema elétrico dele funcionava parcialmente a iluminação do painel parecia a vela, assim como as luzes de farol alto/baixo… As lanternas traseiras estavam uma lástima! O velocímetro parecia que sofria de Parkinson até os 80 km/h e os freios eram um caso a parte… Ele veio com um sistema ABS (Aí Bosta Segura) ou (Aperta, Bomba e Solta). Todos esses problemas sumiram da frente ao contornar uma rotatória pisando um pouco mais no acelerador… Sabe aquela sensação que só um TT pode lhe dar?

Pois bem, o carrinho tinha uma estrutura muito boa, porém necessitaria de uma bela intervenção para que ficasse confiável, então tomei uma decisão no trajeto de casa mesmo… vou restaurar essa cadela russa e usar como daily!!

Tudo ia bem, até que faltando menos de 4 km para chegar em casa… дерьмо случается!

primeiro problema

Deixo aqui um link onde faço um vídeo da apresentação do carro, e vejam bem quanto uma “sucata” de R$ 3.000 pode alegrar sua vida!

Um fraternal abraço, e até o próximo capítulo!

Por Virgílio Saraiva, Project Cars #466

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