Fala, galera do FlatOut! Meu nome é André Ferreira, tenho 25 anos, sou morador da zona sul de São Paulo (interlakes) e venho aqui contar os planos maléficos da Al Qaeda com a sua bomba mais destrutiva a história do PC #480. Então peço a todos que coloquem o traje anti-bomba e respeitem os limites mínimos de segurança do perímetro.
(Mas antes, quero agradecer a todos que votaram no meu projeto e ao apoio do meu irmão Guilherme Henrique, o Dandão da Super Marianne, minha pequena joia de 3 anos, e também agradecer minha esposa que não suporta olhar pro meu carro, mas sempre esta lá para curtir os momentos comigo)
Eu, André Sênior e meu irmão Guilherme Henrique no Monza que tinha painel digital
Minha história e gostos pelo mundo automotivo foram herdados do meu velho pai o André Sênior, um ser humano que em um período de 12 meses foi proprietário de 13 Kombi. Sim treze Kombi em um ano!
Uma das treze Kombi
Esse mesmo André Sênior teve em seu acervo diversos modelos legais de época, como o Escort XR3, Monza Classic com painel digital, Golf GLX, Tempra HLX 16v, Audi A3 180CV que deu muita dor de cabeça, entre outros modelos. Mas o que mais me chamou atenção e me fez apreender a língua árabe foi uma Fiat Marea 2.0 20v Azul Astral com teto solar. Hoje em dia o André Sênior sossegou anda com um i30 2011 automático pelas ruas de São Paulo.
A paixão pelo Macarrone
Apesar da grande diversidade de carros e marcas que o André Sénior teve, o cupido me acertou mesmo foi com os italianos: o Tempra HLX 16v 1996 vinho, que eu achava o máximo com seus bancos de couro e computador de bordo e com aquela performance. Ah, a performance…
Para um moleque de 7 anos o tanto que aquele Tempra andava era surreal. Não que meu pai fosse um rachador, mas sempre que eu estava a bordo daquele carro não tinha para ninguém.
Sete anos se passaram o Tempra já tinha ido embora. Meu pai aparece com um carro azul muito bonito com um vidro no teto que eu não sabia para que servia. No primeiro momento eu não sabia qual carro era aquele, mas logo reparei ser da mesma fabricante do Tempra. Era um Fiat Marea HLX 2.0 20v Azul Astral ano 2000. O carro tinha lavadores de farol, teto solar, um motor tão grande que não dava para colocar a mão nas frestas do cofre, bancos de veludo cinza, controle de som no volante e… um decepcionante cilindro de GNV no porta-malas. Com isso a única coisa que passava na minha cabeça era se aquele carro corria tanto quanto o Tempra. Portas abertas e o convite: vamos dar uma volta?
Meu pai sempre teve o pé bem pesado, e nas primeiras aceleradas a dúvida foi sanada. O desempenho do carro novo aliado ao som dos cinco cilindros foi apaixonante. Cada acelerada, cada reduzida seguida de uma esticada vinha aquele ronco invadir a cabine. Para fechar com chave de ouro, fizemos uma viagem até à Baixada Santista. Foram momentos inesquecíveis que posso dizer que me inseriram no mundo automotivo. Foi depois desse carro que comecei a pesquisar sobre carros e performance, ler manuais e fichas técnicas, ter noção do que significava a potência dos carros, e o que era uma turbina e para que servia.
A má fama da Marea é motivo de piadas entre entusiastas de todo o Brasil, apesar disso, posso assegurar que ela não deu nenhuma manutenção alarmante enquanto meu pai a teve. Diferentemente do Audi A3 180cv, que quase levou meu pai a falência. Não que o Audi em si fosse ruim, mas acredito que o dono anterior não deu nada da atenção que o carro exigia.
Vocês já devem ter notado que o André Sênior nunca sossegou com carro algum e com o Marea não foi diferente, o tempo passou e lá se foi o carro; felizmente não para muito longe, pois ela foi vendida para o meu tio, que também não teve muitos problemas e manteve a manutenção em dia, coisa que não aconteceu com o proprietário seguinte. Lembro que logo que tirei minha CNH eu reencontrei o Marea em uma casa de escapes e o reconhecimento só foi possível devido ao seu emplacamento que nunca me saiu da memória. O carro estava um trapo irreconhecível. A pintura já estava queimada de sol, os pneus já estavam na malha, já faltava um dos lavadores de farol, a lanterna traseira já estava sem sua lente, sem contar a crosta de sujeira que já fazia parte da sua lataria. Mas o que mais doeu em mim foi que o cinco-cilindros já não tinha a mesma saúde de antes, pois batia muito dentro do cofre. Ter visto o carro naquele estado me deixou bem desanimado me fazendo desistir do sonho italiano. Mas somente por algum tempo.
Por isso, meu primeiro carro não foi um Fiat. Aos 20 anos eu já andava de moto pra cima e pra baixo sem habilitação pelas ruas de São Paulo. Até o momento que eu cansei de tomar chuva e friagem quando ia sair com alguma garota. Nessa época eu trabalhava em uma pizzaria e não ganhava muito, mas com ajuda da minha amada avó eu passei seu cartão em três vezes na auto escola e comecei o processo para tirar a CNH. CFC no período da manhã e lá estava eu parando a moto uns 50 metros abaixo para assistir as aulas e vídeos preparatórios para a prova escrita. Seis meses depois e eu já fazia parte do seleto grupo de motoristas habilitados. A vontade de comprar um veículo com quatro rodas e um teto se sobressaiu. Novamente com ajuda da minha avó e da Caixa Econômica, consegui um empréstimo consignado para aposentados e pensionistas. Caneta no papel e voilà: R$ 7.000 para comprar meu primeiro carro.
Com um salário de mixaria e também precisando pagar a parcela do carro todo mês, eu teria que ser cauteloso na compra do primeiro carro. Além disso, com R$ 7.000 não dá para fazer muita coisa. Aí veio a influência do meu pai: ele sempre dizia que meu primeiro carro iria ser um Chevette. Comecei a pesquisar sobre ele. Lê aqui, procura ali, tenta entender algumas coisas, hora de ir à caça. Não tinha muitas exigências: apenas teria que ser um Chevette entre 1988 e 1992 com motor 1.6/S. Depois de duas visitas e pessoas pedindo valores estratosféricos no carro, achei a bola da vez: um Chevette DL 91 com motor 1.6/S a gasolina na cor cinza Austin. Ligo para o número do anúncio e do outro lado da linha atende o sr. Sérgio. Pela voz e jeito de falar notei ser uma pessoa já de idade. Poucas palavras foram trocadas e com ajuda do meu pai e do meu tio fomos até o bairro da Vila Mariana em São Paulo para ver o carro.
Super Marianne sentada de piloto da Chevetteira
Para não se alongar muito na história do primeiro carro, ele foi adquirido após uma bela barganha do André Sênior, era um carro bem integro com seu interior intacto com bancos de veludo e aquele painel do modelo DL. Em pouco tempo ele já tinha um carburador 2E, naftalina no tanque, rodas aro 15 do Vectra GSI. Foram dois anos de muita felicidade e aventuras com a sua tração traseira. Ali eu aprendi muito sobre mecânica, pois mesmo estando bem íntegro e conservado ele ficou muito tempo parado sem uso, com isso ele sempre apresentava uma novidade e decidia parar nas madrugadas de São Paulo.
Chevettinho atualmente
No inicio de 2014 eu conheci a mulher que hoje divide o lar comigo e, no final do ano, a Super Marianne veio ao mundo. Nessa mesma época eu já tinha passado em um concurso público e não trabalhava mais na pizzaria. Tudo estava tomando seu rumo comum e nessa hora a necessidade de um carro mais (seguro) e que concedesse mais conforto para minha família falou mais alto.
No início de 2015, já com três meses no cargo público veio o primeiro salário. Somando os três meses atrasados, o uso não poderia ser outro: comprei os últimos mimos para o Chevette. Nessa mesma época aconteceu uma coisa bem diferente, que eu descobri ser normal na minha profissão: novas aquisições veiculares por grande parte do novo efetivo dos servidores. Aqui eu comecei a pensar na compra de uma lasanha nova, e nessa parte eu tenho a agradecer um grande amigo meu, o Renato Estrada, hoje proprietário de um Fiat Punto T-Jet Branco.
Lembro de ter reconhecido ele como um gerahead na época pela escolha do carro que ele estava adquirindo, uma pickup Corsa Sport 1.6 preta, um carro pouco comum no meio do que a galera estava comprando (que geralmente era carro 1.manco do ano para não ter dor de cabeça). Esse mesmo bisonho me trouxe essa pickup Corsa de Americana/SP e lembro até hoje quando ela chegou. No meio de um intervalo das aulas, todo mundo correndo de um lado para o outro para não sofrer sanções e a gente la apreciando a pickupzinha, meio que esquecendo do mundo ao redor. Esse mesmo bisonho que me incentivou a ir atrás do meu sonho bombástico, lembro de ficar me lamentando que meu sonho era um Marea Turbo mas que eu tinha medo de muitas coisas. Ele foi uma peça principal para eu tomar coragem e ir atrás do Fivetech.
Caça às bombas
Depois de ser encorajado pelos amigos (da onça), comecei minhas buscas pelo Fiat Marea, mais qual Marea comprar? Ano e modelo? Sedã ou Weekend? No começo fiquei meio indeciso se pegava um Turbo mesmo ou um 2.4, e depois de analisar alguns fatores a decisão foi tomada: seria uma Marea Turbo Sedã 1999. As exigências eram o teto solar, bancos de couro, lavadores de farol, e airbag apenas do lado do motorista.
A primeira dificuldade foi achar um sedan com teto. Na época que eu estava procurando eram pouquíssimas com esse item, a maioria que tinha teto era Weekend e eu não queria a versão perua. Eu também procurei achar a mais original possível, não queria nada modificado para não ter surpresas na mecânica, e devido ao que eu já meio que tinha em mente O primeiro Marea que eu especulei não deu certo: um sedã preto pós-facelift com upgrade de turbina e algumas coisas a mais. Tudo ao contrario do que eu queria. Descartei, apesar de muito bonita, e voltei à procura até que depois de dias procurando encontro duas nas condições ideias: sedan com teto e com a traseira pré-facelift. Ambas localizadas na zona norte de São Paulo. Entrei em contato com ambos os vendedores e marquei de ir ver no domingo.
Domingão de sol, eu, André Sênior e meu irmão fomos até a Zona norte para ver os carros. A primeira já desanimei ao entrar na rua do vendedor: estava jogada embaixo de uma árvore, dava para ver alguns acabamentos do para-choque dianteiro desalinhados. Mas estávamos lá, não íamos perder viagem.
Dei uma breve olhada no interior do veiculo e desanimei. Bancos de veludo azul, a cortina do teto estava quebrada, a manopla do cambio de marcha não era da turbo e sim da aspirada, e o painel estava em péssimo estado. Fiz algumas perguntas sobre o carro e vendedor disse que o carro ficava ali na rua pois não tinha espaço na garagem para colocá-lo. Sinal de alerta máximo para eu desistir do carro. Agradeci a atenção do vendedor e fomos para a próxima, que estava alguns minutos à frente.
Esta segunda, conforme dizia o anúncio, tinha apenas 75.000 km originais, era cinza Steel e ano 1999. Chegando lá já fiquei bem desconfortável pois o vendedor tinha marcado comigo e com outro interessado no mesmo momento. Descemos ate a garagem do prédio eu, André Sênior, meu irmão o cara e a esposa grávida dele. Situação muito ruim, os dois olhavam o carro, sem falar muito, eu a principio tinha adorado o carro e queria ele para mim, mas para variar o André Sênior manteve a calma, até o momento que o outro cara olhou para o vendedor e falou que o carro era dele.
Começou a justificar que era gerente da Fiat em campinas e que aquele carro merecia ser dele. Fiquei pistola, o sangue subiu eu olhava para meu pai esperando uma reação e ele indagou o vendedor sobre a situação: o cara tinha dito ter fechado negócio, mas não tinha um puto no bolso. Ia sair para sacar um sinal, enquanto nós tínhamos uma boa quantia no bolso. No fim o vendedor deu ouvidos ao outro comprador e eu sai de lá praguejando o mundo.
Só Deus sabe a raiva que eu fiquei, como que aquele F@#@# de vendedor chama duas pessoas para ver o mesmo carro? No caminho de volta meu pai veio conversando comigo e, como ele sempre fala, “Deus sabe o que faz”. E sabe mesmo não sei que diabos acoonteceu que aquela venda não foi concretizada e o vendedor me ligou algumas semanas depois perguntando se eu ainda queria o carro, fui bem sarcástico e disse que não queria bomba na minha vida. Meu pai disse para eu ter calma e que eu iria achar alguma coisa melhor.
Quase uma semana se passou e eu zapeando os sites de venda de carro. Estava complicado achar um Marea 1999 com teto, item do qual eu não abriria mão. Até que por um erro meu na hora de selecionar o estado de SP, lá estava um Marea 1999 cinza steel, com teto e couro, do jeito que eu queria. Entro em contato com o vendedor via chat tentando levantar algumas informações, ate que na hora de chamar ele no aplicativo Whatsapp o DDD me faz cair na real. Fiquei indignado e mesmo assim comecei a puxar assunto sobre o carro, pedi fotos e vídeo, o carro era perfeito e ele me garantia a procedência do veículo só que a distância de Florianópolis/SC para São Paulo/SP era muito grande. Fiquei o final de semana todo pensando nesse carro e na distância a ser percorrida, até que cheguei no meu pai e falei: eu vou para Florianópolis buscar um carro. Ele achou que era brincadeira mas a partir do momento que eu comecei a mostrar os vídeos é a conversa, ele viu que eu estava falando sério. Tentou me fazer desistir de qualquer jeito e quando viu que não ia dar comprou as duas passagens e me disse: “É bom esse carro valer a pena”.
Foram dias sem dormir com muitas dúvidas e medos. A primeira viagem de avião, o carro em si na volta para casa, se ele estava realmente bom, e muito contato com o vendedor. O dia D chegou: aeroporto de Guarulhos, sábado seis e meia da manhã e lá estava eu estava muito ansioso até o momento que entramos no avião. Às oito horas da manha eu e o André Sênior desembarcamos em Florianópolis. Entrei em contato com o Vinicius, o vendedor do Marea avisando que já tinha chegado por lá. Ele me pediu 30 minutos, dizendo que estava a caminho.
Aproveitamos para tomar café e conhecer as lojas do aeroporto, contados 30 minutos eu não aguentava mais para ver o carro que seria meu. Já estava lá na entrada do aeroporto, aflito, conversando com meu pai sobre diversas coisas até o momento que ouço um som grave vindo do fundo. Pensei comigo: “chegou”. Ao olhar para a entrada do aeroporto, lá estava ele, vindo em minha direção. Acenei com a mão pois tinha muitas pessoas na porta do aeroporto, conversamos rapidamente e saímos de lá devido a forte fiscalização. Paramos no primeiro posto para eu poder dar uma olhada no carro, ele tinha sido bem honesto em toda a nossa conversa, mostrando alguns detalhes que o carro tinha, porém na filmagem que ele me mandou os pneus eram bem novos diferentes do que o carro ostentava. O valor inicial da negociação era de R$ 20.000. Nessas horas, como sempre faço, deixei o André Sênior negociar.
Depois de 20 minutos de barganha o vendedor percebeu que se não chegasse a um bom preço nós iramos voltar de avião para São Paulo. Mesmo querendo muito, nas negociações do André Sênior eu não me envolvo. Só vi um aperto de mão e o Vinícius falando que teríamos que levá-lo na rodoviária. Sorri fiz a transferência para a conta dele, acertamos tudo, e entrei no carro sem acreditar que estava realizando um sonho de infância. Motor ligado, teto solar aberto e o destino era São Paulo. Sempre tive muita vontade de conhecer o Sul do país porem o André Sênior tinha que trabalhar ainda e não podíamos enrolar muito. Viemos beirando as praias sulistas e que coisa maravilhosa, estava um dia muito bonito de sol e eu estava a bordo da minha Marea Turbo com o teto solar aberto e curtindo o ronco dos seus cinco cilindros.
O trajeto de volta foi super tranquilo sem nenhum susto ou coisa assim. O André Sênior queria ficar parando a cada 30 minutos em conveniências, mas após o almoço em uma churrascaria em Curitiba ele caiu no sono e eu vim tocando a barca sem interrupções. No primeiro momento como estávamos conhecendo o carro não abusei do seu conjunto até porque não conhecíamos a estrada. Entrando em terras paulistas o Fivetech começou a gritar mais forte, mesmo ela original o carro puxa bem pra caramba, ainda para mim, que estava acostumado com o chevettinho racer.
Chegamos às 18h30. Levamos 9horas de viagem e tudo correu bem, mas foi nesse primeiro momento que eu descobri o quanto custa a exclusividade do Marea Turbo. Muitas pecinhas chatas de se encontrar são exclusivas do modelo não compartilhadas com a versão aspirada, e o primeiro defeito já estava ali: ao engatar a ré para levar a patroa para dar uma volta no quarteirão a luz de ré não acendeu. No primeiro momento não dei importância, poderia seu apenas as lâmpadas.
Não havia notado o problema lá em Florianópolis pois estava de dia e só reparei aqui em São Paulo porque já era noite. Eu tampouco me importava: agora a garagem era compartilhada entre o Corsa 1.4 Premium da esposa, o Chevette 1.6/S e o Marea Turbo, o problema era que um ali um iria ficar no tempo. Não era justo deixar o Corsa, eu ainda amava o chevette e o Marea era a novidade da casa. Foram três meses de sofrimento até que decidi abrir mão do Chevette. Preferi vender o carro para alguém do que perdê-lo para o tempo.
Sobre a luz de ré do Marea, constatei ser o interruptor que vai no câmbio. A peça da versão aspirada tem aos montes em auto pecas por R$ 50. Já a peça do Turbo era outra história, foi bem difícil de achar e em uma tarde de sexta-feira ao ligar em uma concessionária Fiat de Alphaville, falei com o Antônio do setor de pecas e o mesmo me informou ter uma em estoque. Peguei minha motinha Guerreira e descabelei atrás da tal cebolinha. O engraçado é que eu não tinha perguntado o seu valor por telefone, mas se a da aspirada custava cinquentinha, nas auto-peças não deve passar muito dos R$ 100. Chegando lá, uma facada no peito: R$ 450. Ainda bem que existe cartão de crédito. Cebolinha comprada sábado de sol e eu decidi meter as caras e trocar eu mesmo, coisa que não foi possível pois não tinha algumas chaves para soltar certos parafusos. Fui em uma oficina de um grande amigo meu, o Beto da Mecânica Castro Alves, e pedi para usar as ferramentas dele. Como eu já era cliente e amigo do filho dele não tive problemas, soltei tudo ali próximo a bateria e lá estava, a cebolinha no câmbio, não foi um bicho de sete cabeças a substituição da cebolinha. Isso me deixou bem feliz e satisfeito conseguir desenrolar alguma coisa naquele cofre apertado.
Depois dessa primeira manutenção foi só curtição, fiz algumas viagens para o interior de são paulo, como Águas de Santa Barbara, Estiva Gerbi, Jundiaí, e para o litoral, Praia Grande e Peruíbe. O carro era perfeito os 182cv originais de fábrica eram suficientes para deixar muito carro novo comendo poeira — e um sorriso estampado no meu rosto.
Super Marianne no teto da Marea na viagem a Estiva Gerbi/SP
Mas como nem tudo na vida de dono de Marea são flores, o carro deu sua segunda manutenção. Eu já tinha percebido a embreagem do carro bem dura desde quando o comprei. Uma embreagem pesada de dar câibra na batata da perna após pegar um transito intenso, porém o carro não patinava e nem trepidava. Até que num domingo ensolarado acordei cedo, padrão ritual dominical, e lavei a máquina para poder dar uma volta com a patroa e a Super Marianne. A semana tinha sido bem estressante e o carro tinha ficado impecável. Tudo certo, Super Marianne na cadeirinha, mochilas rosa no porta-malas, a patroa abre o portão, e ao tentar engatar a ré… nada de embreagem. Simples assim. Sem barulho, sem tranco. Apenas não entrava nenhuma marcha. Não preciso nem comentar que isso acabou com o meu domingo. Como o carro poderia quebrar assim sem mais nem menos? Não deu nenhum indício simplesmente se foi.
Após pesquisar e pedir ajuda para uma galera da internet fui informado que a chance de quebra da embreagem era bem grande no meu caso, e com tal informação fui atrás de uma oficina para encostar o carro. Vocês vão perceber que sou extremamente chato com a manutenção do meu carro e tenho extrema dificuldade para confiar em oficinas mecânicas. Mas, como na época não estava com um poder aquisitivo grande para investir, decidi levar o carro em uma oficina que se dizia especialista em Fiat Marea.
Pedi a troca da embreagem, correia dentada e correia auxiliar com seus devidos tensionadores, toda a parte de peças incluída no pacote. Negócio fechado, efetuei o pagamento e aguardei o contato da oficina. Quatro dias depois avisaram que meu carro estava pronto. Parei o que estava fazendo e fui atrás da minha criança.
Pronta para ser usada ou não, a embreagem em ficou macia e leve, mas trepidava muito, coisa que o dono da oficina disse ser normal, que ela iria assentar. A correia de acessórios, era só ligar o ar-condicionado que gritava mais que o vocalista do System of a Down. Tive que levar o carro la mais duas vezes para sanarem o problema das correias, mas a embreagem ainda trepidava. Com toda a má fama da tal oficina, que eu so fiquei sabendo depois de encostar o carro lá, acabei desistindo de brigar, afinal a embreagem tambem não patinava — apenas trepidava nas arrancadas.
Após esse episódio de quebra fiquei aproximadamente 1 ano curtindo o carro em finais de semanas viagens e dias chuvosos. Não tinha modificado nada esteticamente ou mecanicamente, até que um dia após exigir bem do carro apenas atrasado para o serviço e o trânsito moderado da manhã, o carro com seus 175.000 km não aceitou muito bem os abusos sofridos e soou o barulho que eu nunca mais esqueceria em toda a minha vida.
Combateu o bom combate
Mas isso é algo que contarei na próxima parte. Encerro esse post agradecendo novamente a todos pelo apoio, e peço desculpas pelo tamanho do post. A historia será dividida em 3 partes e essa é a maior delas. No próximo capítulo contarei o que aconteceu o que foi feito para chegar onde está hoje, apresentarei o mecânico que se tornou um grande amigo, e como foi ficar sem o Marea de inverno a inverno. Até a próxima.
Por André Ferreira, Project Cars #480