Bem, nessa vida de gearhead precisamos conciliar trabalho, tempo, dinheiro e paixão. O coupé já poderia estar pronto, montado e rodando, porém uma coisa vai levando a outra e isso implicada cada vez mais no tempo do desenvolvimento do projeto, mas cada decisão tomada tem o propósito de sempre melhorar, pois afinal, a pressa é inimiga da perfeição…
Essa talvez seja a parte menos interessante do projeto, então não irei delongar-me muito neste post. Após ter desmontado praticamente todo o carro, notei que um antigo acidente resultou em algumas avarias. Foram feitos alguns reparos na parte inferior do veículo, como mini frente e parte frontal das caixas das rodas traseiras, assim como alguns amassados no assoalho, mas nada que tenha afetado a estrutura, aparentemente. Acredito que o carro tenha caído em algum tipo de barranco ou saído da pista, causando esses “ralados”.
Por via das dúvidas, uma empresa que trabalha com alinhamento do monobloco dará um parecer mais exato. Por esse motivo o painel frontal/mini frente foi removida para dar lugar a uma em melhores condições, pois ela possuía duas soldas resultantes do reparo da batida. Coisas que adiam cada vez mais o projeto. Na imagem abaixo, nota-se que a traseira está um pouco inclinada para o lado do passageiro, resultado de uma mola ruim.
A cidade onde moro tem apenas 10.000 habitantes, o que influencia muito (em tudo), pois não há ferramentas e serviços de qualidade, o que nos leva a procurar praticamente tudo longe daqui ou optarmos pelo “do it yourself”. Além do mais o coupé é o único modelo desta geração de Civic rodando por aqui.
Juro que antes de tudo, havia cogitado em pintá-lo por conta própria na garagem de casa, mas preferi deixar esta parte nas mãos de um profissional. Foi aí que tive o prazer de entrar na fila de espera da MakeOne’s Garage, que vai executar este serviço em meados de março ou abril, na cidade de Itajaí, a cerca de 150 km de onde moro. Por esses e outros motivos as próximas postagens devem falar sobre pintura, wire tuck e o swap de motor.
De motor? Sim! Nem eu mesmo previa isso, e esse foi o motivo que me levou a demorar um pouco mais a produzir esta postagem para o FlatOut, pois precisava que a troca de motor se confirmasse. O coração original do coupe, um D16 (1.6, SOHC VTEC, 125 cv) dará lugar a um B16 (1.6, DOHC VTEC, 160 cv), mas o princípio do supercharger na preparação continua. O antigo D16 foi todo desmontado e despachado para Fortaleza/CE, em partes, permanecendo comigo apenas o bloco, para o qual arranjei uma finalidade um tanto quanto estética e funcional…
Confesso que o D16 nunca foi o meu maior sonho, sempre almejei os B16, que pra cá vieram apenas nos VTi (hatch), porém a carroceria que sempre mais me agradou é a do coupé. Chegaram a me oferecer um K20, mas prefiro que o projeto vá adiante. Quem sabe futuramente. O dilema então foi resolvido com essa nova aquisição, que virá em março, pois o motor encontra-se em Chapecó/SC, e como tudo aqui anda a cavalo…
Doador do órgão
Desde a última parte do projeto aproveitei para dar ênfase no alívio de peso. Como havia explicado na publicação anterior, defini metas para o alívio de peso, e uma delas seria chegar a uma relação peso/potência semelhante a do VTi, que é de 6,75 kg/cv. Somente com a redução de peso acreditei ser impossível chegar a estes dados, pois era necessária uma redução de 128 kg totais, que seria dificultada com a entrada do B16, pois o conjunto é mais pesado. Cada peça retirada foi pesada em duas balanças diferentes, uma analógica e outra digital, para ter mais precisão nos dados nos quais vou compartilhar aqui de forma resumida. O resultado final é otimista:
- Sistema de DH: -6,8 kg
- Sistema de AC: -13,9 kg (este é um possível candidato a permanecer devido ao calor infernal da região)
- Sistema ABS: -8,7 kg
- Sistema de airbag: -7,4 kg
- Banco traseiro: -14,9 kg
- Isolamento acústico: betume/feltros: -11,6 kg
- Outros: acabamentos internos, suportes, forrações, almas para-choques, falantes, piloto automático, sistema admissão de ar: -51 kg
- Caixa AT para MT: -25,8 kg
Total: -140 kg
Peso original: 1.168 kg
Peso total com redução: 1.028 kg
Aqui ainda fica a questão do conjunto do B16, que pesa pouco mais do que o D16. Com esses dados consegui chegar a relação de 6,3 kg/cv, um pouco menor que a do VTi. Isso permitirá que eu mantenha alguns itens essenciais no meu ponto de vista, como o ar-condicionado, porém futuramente pretendo compensar esse peso colocando um capô de fibra de carbono. O alívio de peso também tem função estética, devido ao wire tuck que está sendo executado no cofre do motor. Outra meta que será inclusa futuramente no projeto, será a instalação de um painel de Honda S2000.
O aprimoramento de conhecimento também está sendo bem válido até aqui e espero poder compartilhar cada vez mais informações nas quais muitos possam ter dúvida. Caso eu tenho deixado algum equívoco nas informações, por favor, não hesitem em corrigir e compartilhar nos comentários.
Galera, sem mais delongas, prefiro deixar as melhores atualizações e mais detalhes para os próximos posts. Até mais!
Por Willian Klaumann, Project Cars #51