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Project Cars Project Cars #532

Project Cars #532: e agora, câmbio da Dakota? O que eu faço com você?

Por Eduardo Martinelli, Project Cars #532

“Adoro uma luta, mas quando as coisas são fáceis, eu detesto.” Frase em uma carta de Shackleton à sua esposa demonstra o verdadeiro espírito de Shackleton.

Muita coisa aconteceu desde o último capítulo do Endurance Project em abril até agora mas vamos por partes. Uma coisa legal que surgiu no meio do caminho é que o Badolato comprou uma das primeiras Dakotas produzidas aqui, a de chassi 002 e está restaurando no padrão “high level Badola”. Ficará incrível! Legal ver que a picape vem ganhando o seu devido valor.

Também ocorreu em Águas de Lindóia a comemoração dos 50 anos de Dodge e 20 anos da saída da Chrysler do Brasil. Várias Dakotas estiveram lá. O bode vem ganhando espaço no colecionismo e no antigomobilismo.

Por aqui, terminamos aquele último capítulo com as rodas indo para a restauração, pintura eletrostática e colocar os pneus Cooper Cobra, isto foi simples, aliás…. zero dor de cabeça, finalmente o carro iria sair do cavalete e poderíamos avaliar se amos rebaixar ela mais ou não.

A primeira impressão vendo as rodas calçadas com aquele rolo compressor de quase 30 centímetros na traseira foi que exagerei na dose mas depois de colocado na Dakota…. o pneu sumiu, o carro é grande então acabou casando legal. Como diria minha avó, “ornou”.

Acontece que isto foi apenas uma das coisas feitas em todos estes mês, a mais simples, como era hora de montar o motor todo e a frente estava desmontada, trocamos os piscas pelo âmbar (period correct, lembram?) e decidimos por trocar o radiador, o que estava nele já havia sido “recauchutado”, colocamos um novo para evitarmos qualquer problema.

Também aproveitamos para trocar todas as mangueiras, isto foi uma via sacra, é nestas horas que lembrava que a Dakota já é um carro “velho” com 21 anos nas costas, não se acha peças tão facilmente, procura aqui, procura dali…. até que finalmente encontramos um kit de mangueira zero perdida no estoque do fornecedor, peça nova de estoque antigo. Incrível!

Havia uma certa tensão no ar, será que a injeção original vai funcionar direito com o comando Edelbrock um pouco mais nervoso? Será que ficou bom?

Carro ligou! Manteve a rotação! Redondo!

Não estava acreditando que finalmente a parte mecânica havia acabado….

Primeiro teste de rodagem e as marchas não funcionam. Não ocorrem as trocas, uma tempestade se aproxima, abrir o câmbio automático nesta altura do campeonato, depois de ter trocado os cabeçotes, varetas, comando, radiador, mangueiras, velas…

Havia contaminação no câmbio, já havíamos identificado isto, mas a seriedade ainda não. Resolvemos trocar o óleo do câmbio várias vezes para limpar tudo, nada.

Próxima etapa? Estudar todas as solenóides, toda a fiação atrás de um problema elétrico…. dos males o menor, troca o fio e segue o jogo.

Este trabalho foi um trabalho de formiga, realmente foram revisitados todos os fios, e a Dakota tinha mais fio do que qualquer outra Dakota. O motivo? A minha Dakota teve um passado meio obscuro, o que tinha de fio e emenda mal feita ali…. era impressionante. E também descobrimos que ela tem a injeção da Durango, em algum momento já apresentou problemas e foi colocado a injeção de uma Durango ali…. o passado desta Dakota é condenável, ainda bem que encontrei para salvá-la. Amém.

Alguns fios sem corrente, todos trocados, novo teste de rodagem. Nada. Agora o problema realmente é sério, o câmbio precisava ser aberto. Os custos? Passariam à estratosfera.

Conversa com a Gearhead Garage para algumas opções:

  • conserto do câmbio automático, não seria barato, começaria caro e poderia ficar bem mais caro dependendo do problema, é uma caixa de surpresas. Manteria ela original nesta questão.
  • swap para câmbio manual. É uma alteração relativamente simples. Usa-se o câmbio da V6, câmbio, volante, embreagem, pedaleira, volante do motor, cremalheira, atuadores, suporte do câmbio e coluna de direção. Não é um plug and play como foi o swap de câmbio do Prelude, as marcações são diferentes. Mas é possível, quem fez adora, a picape vira um muscle car de caçamba de fato e, devido ao torque, a primeira marcha nem é usada.

E a injeção eletrônica? É uma injeção antiga, um “jump” resolveria o problema de leitura masssss já que….. aproveitaríamos para trocar a injeção eletrônica da Durango (???) por uma Injepro, resolveríamos aí alguns problemas de tabela:

  •  o “ninho de ratos” que está o chicote, um emaranhado de fios sem fim.
  • com a injeção programável conseguiríamos trabalhar com melhor eficiência o comando mais bravo.

O custo da segunda opção? Caro mas controlável, todo o “kit” mais a Injepro sairia mais barato do que arrumar o câmbio automático. Manter original ou partir para um muscle car de caçamba?

É este impasse que estou. Hoje é dia 06 de setembro de 2021.

Câmbio e desligo.


 

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