Caros amigos do FlatOut, mais uma vez estou escrevendo sobre o meu Mazda 626. Eu peço desculpas pela demora na entrega dos artigos, mas, tive de revisar diversas vezes a maneira de apresentar os fatos pra vocês, e o motivo é bem simples: eu não fazia idéia do que estava fazendo! Por muitas vezes dei um passo a frente e dois passos para trás, portanto os eventos aqui descritos compreendem os acontecimentos de agosto de 2013 a, aproximadamente, fevereiro de 2014.
Eis o único material removido do assoalho na parte de trás do carro, o fundo abaixo dos acentos foi retirado para abrir espaço para o tanque de combustível, oriundo de um Subaru Impreza GC8 1995
Como eu jamais havia trabalhado em outro carro antes, que dirá nesta extensão, meu processo foi um pouco… diferente dos meus colegas do project cars. Eu trabalhei como faria em um desenho, construí primeiro um rascunho do carro inteiro e depois desenvolvi a arte final. Então eu acabei por fazer a suspensão em 2013, 2014 e 2015, por exemplo, da mesma forma o motor teve uma versão 2014 e uma versão 2015, e assim por diante. Mas, vamos ao que interessa! Lembram-se que eu tive de cortar um pedaço do túnel para abrir espaço para o câmbio? Então, aquele espaço precisava ser fechado.
Molde em papelão do novo túnel, junto da peça final feita em aço
À esquerda, peça nova do túnel, a direita, peça nova do túnel no lugar, com o painel encaixado , apenas para visualização do espaço. Quem acompanhou o trabalho de perto sabe como gosto de usar madeira na hora de fazer gabaritos
Depois da fabricação das peças necessárias (a cobertura do assoalho era simplesmente uma peça plana com os acessos para as tampas do tanque, então não teve muitos moldes e estudos), com uma camada de primer, as peças foram até um profissional que realizou as soldas.
Peça do túnel, pronta para receber a solda
E fez uma sujeirada no carro. Eu não tenho muitas fotos desta etapa pois deixei o carro no local o mínimo possível e tratei de removê-lo o quanto antes. Ainda que bem sucedido na tarefa de realizar o stitch welding como requisitei, este latoeiro infelizmente foi removido da lista de fornecedores, seu local de trabalho era sujo e em condições precárias.
Com atenção, limpei e montei cautelosamente o interior do carro parcialmente (até os bancos dianteiros) e toda a lataria externa , portas, capô e etc
Com o carro montado, fiz contato com meu amigo Lucas Kriger, da Kriger Imports de Caxias do Sul, excelente mecänico, preparador e gearhead, me ajudou em várias etapas importantes do projeto durante o fim do ano de 2013 e quase todo o ano de 2014. Conversamos por telefone e , por uma série de razões positivas, sua oficina seria meu novo lar durante quase um ano. Lá, a primeira coisa que fizemos foi remover o motor e “pegar pesado” no acabamento.
Criamos tampas para o tanque de combustível e instalamos mangueiras novas, espessas e de qualidade para lidar com a vazão extra de combustível, por razão do tanque ser bipartido mas não estar instalado na mesma posição que no carro doador, precisei utilizar uma segunda bomba de combustível.
Com o tanque no lugar, inserimos diversas camadas de vedação e isolamento em vários pontos do carro, em volta dos acessos de abastecimento, tampas e etc, tomando todo o cuidado de cobrir a lata que estava tratada com primer e as demais contra-medidas anti ferrugem. O tipo de “lastro” muito bem vindo no carro.
Depois de mais alguns moldes e uma ultima peça, no entorno da alavanca do cämbio, a “base” para re-estabelecer o interior do carro estava pronta, hora de continuar o trabalho lidando com suspensão e motor. Na próxima postagem irei abordar suspensão e freios, seus problemas e soluções, até lá!
Por Maximilian Bretschneider, Project Cars #58