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Project Cars Project Cars #64

Project Cars #64 – a restauração da fibra e a pintura do meu Puma GTB S2

Olá novamente, caro leitor do FlatOut! Após um pequeno intervalo nas postagens do Puma, cá estou eu novamente para falar um pouco sobre o processo de restauração da fibra e da pintura do GTB/S2. Anteriormente, contei pra vocês sobre como tudo começou, os primeiros passos da restauração e detalhei o processo de retífica do motor. 

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Para aqueles que não lembram ou não acompanharam essa história, reitero que todos os processos descritos nos posts aconteceram entre 2008 e 2010 e atualmente o carro encontra-se restaurado, com placa preta e descansando sob uma capa aqui na minha garagem. Confesso, inclusive, que ela anda meio esquecida, algumas vezes por falta de tempo, outras devido ao atual preço da gasolina.

Mas vamos ao que interessa: a funilaria. Como vocês puderam reparar pelas fotos dos outros posts, apesar de parecer bonita quando vista de longe, minha Puma apresentava na pintura marcas de cansaço oriundas do tempo de uso e más condições de conservação pelos antigos donos. Haviam áreas repletas de bolhas, alguns dos famosos “pés- de- galinha”, opacidade em alguns pontos e a dianteira estava desalinhada (culpa, acredito eu, de um reparo infeliz feito após uma possível batida de frente — reparem no lado esquerdo).

Como o motor havia sido retirado para a retífica, o momento era oportuno para guinchar o carro até o funileiro e assim o fizemos. Mais do que depressa, para minha surpresa e desolação, voltei à oficina e encontrei o carro assim:

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Apesar de parecer trágica, a retirada das inúmeras camadas de tinta foi providencial para assegurar uma boa aparência quando o processo fosse finalizado. Nesta etapa, alguns trincados da fibra foram reparados, assim como a dianteira, que foi realinhada usando um pedaço de cano e força gravitacional. Gambiarra, alguns irão dizer, mas não é que deu certo?

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Com a fibra de vidro em ordem, chegou a hora de aplicar massa na superfície para que a mesma pudesse ser lixada, obtendo- se uma superfície lisa e pronta para a pintura.

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Nesta etapa, aproveitei para instalar um bocal de tanque na coluna C. O original seria um pouco mais para baixo, na linha de cintura do carro, mas achei que essa modificação ficaria interessante. Vale lembrar que até então, a entrada do combustível era feita por dentro do porta- malas, já que em algum momento, um dono sem coração resolveu tirar o bocal do lugar original e passar pra dentro (rumores dizem que antigamente era comum o roubo de combustível e por isso algumas pessoas tomavam essa providência).

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Neste momento, pedi também para que fossem feitas molduras para as lanternas, já que no lugar haviam apenas buracos. Olhando as marcas na fibra por dentro do porta- malas, reparei que ali já se haviam usado as lanternas do opala — por isso os buracos. Recentemente, um leitor me informou nos comentários que essas “luvas” da Brasília podem ser adquiridas facilmente em uma auto- peças (e eu não sabia disso à época), portanto, acabou ficando como projeto para um futuro próximo, já que, por mais que o funileiro tenha se esforçado, as lanternas ainda não encaixam perfeitamente. Eu mesmo fiz, em casa, a vedação delas com massa de calafetar para evitar a entrada de água e garantir uma melhor fixação à carroceria e posso dizer que o problema foi resolvido temporariamente.

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Os para-choques, que não são originais — os que vinham da fábrica (ouvi dizer) eram de uma borracha semelhante àquela usada nos volantes e se desintegravam com o tempo — tiveram a fibra retrabalhada e foram pintados em preto fosco. Atualmente é praticamente impossível encontrar essas peças originais em bom estado e, quando existem, os vendedores pedem uma fortuna por eles.

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Com a funilaria em ordem, aplicou- se o primer e então chegou o momento tão esperado: a hora de ver “a coisa ficar preta” — se é que me permitem o trocadilho. Com o carro pintado, todos os componentes puderam ser reinstalados e realinhados quando necessário. Acho interessante lembrar, neste ponto, que muitas peças das Pumas eram emprestadas de outros modelos, como as maçanetas da Alfa Romeo, as borrachas das portas, do Corcel II, as lanternas e faróis da Brasília, trinco do opala (virado de ponta- cabeça!) no porta- malas e assim por diante.

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Esse processo demorou por volta de oito meses, mas depois de muita ansiedade e um investimento na casa dos R$ 6.000, o carro pôde ser guinchado de volta para a oficina mecânica, onde recebeu de volta seu coração renovado (mas não sem mais outros longos meses de espera). Os detalhes do motor estão no post 3. Antes de poder sair dirigindo, porém, foi necessária a confecção de uma nova parte elétrica, pois a antiga estava em péssimas condições, colocando em risco os ocupantes e a integridade do carro.

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Vale ressaltar que, neste ponto, eu ainda não teria a oportunidade de tomar as ruas. Apenas quando a fiação fosse refeita (e isso demorou três meses para acontecer), o motor poderia ser ligado novamente. No final, a união acabou sendo muito gratificante e fez compensar o tempo de espera de quase um ano, afinal meu Puma tinha ficado quase zero. Aqui vão algumas imagens do carro quando estava totalmente finalizado, assim vocês não precisam esperar o próximo post para ver como ficou.

Para o próximo post, pretendo contar um pouco sobre as partes de auto- elétrico e tapeçaria, mostrando toda a finalização do carro em uma única publicação. Em seguida, irei lhes mostrar o estado atual do carro, o que falta fazer e os planos para o futuro, aguardem. Até a próxima e obrigado pelo interesse, caros leitores.

Vou deixar aqui o vídeo (em péssima qualidade) da primeira saída dela funcionando da oficina, ainda com o mecânico ao volante.

Por Victor Giusti, Project Cars #64

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