Fala, galera! Depois de falar um pouco sobre como eu encontrei e comprei o carro e depois falar todo o período de pesquisa sobre o modelo, chegou a hora de falar um pouco das dificuldades que terei e sobre a motorização além de possíveis upgrades. Vocês devem estar se perguntando: “Mas Zé, se você vai fazer o carro no padrão original como é possível fazer upgrades?”
Sim é possível sim fazer upgrades em carros antigos e ainda conseguir a famosa placa preta. Como todos sabem o carro deve atingir 80 pontos para conseguir a qualificação de carro de coleção. O que devemos levar em conta são os itens excludentes para na planilha, que consiste basicamente em alterações de carroceria (transformar um hardtop em um conversível, ou um quatro portas em duas), rodas que não sejam as originais do carro ( rodas gaúchas, BBS etc), motorização que não seja a do modelo (motor 151 do opala no Chevette) e cores que não sejam originais do ano/modelo (Prata Diamantina em um Opala 1978). Outras modificações zeram a pontuação naquele quesito, então começa o jogo daquilo que você quer no carro e o que a pontuação permite.
Dificuldades
Acredito que fora as dificuldades naturais que aparecerão na restauração, antecipo que terei problemas com a saia de metal que protege a o compartimento do estepe dentro do paralamas traseiro (foto). Na Chris, essa saia está soldada e deverá ser reconstruída.
Os vidros não me darão muito trabalho para serem refeitos, a não ser pelas vigias do porta malas, que partem da coluna C plana e chegam na coluna D depois de uma curva de 75˚. Depois de diversas conversas com o Luiz (Rarovidros) ele me disse que poderá fazer estas vigias mas que será um processo longo e difícil.
No quesito tapeçaria acredito que esta é a área que terei mais dificuldades, pois meu carro não tem a segunda e terceira fileira de bancos. O que torna tudo muito mais difícil é que existe um sistema de rebatimento da terceira fileira dentro do assoalho do porta-malas e da segunda fileira para a frente.
Upgrades
Agora, vem a parte que divide grande parte dos antigomobilistas, afinal manter o carro original exatamente como ele era, ou, fazer alguns upgrades para maior conforto na condução. Eu, particularmente farei algumas concessões para maior segurança e conforto, afinal rodo com os carros afinal se quisesse andar de prancha comprava um caminhão. Então vamos aos itens.
Carburador
Este modelo vinha com dois tipos de carburador um bijet e um quadrijet. Assim irei buscar nos EUA o coletor de admisão e carburador originais, assim o motor respira melhor e eu ganho em desempenho.
Ignição
Neste item o caminho natural é instalar uma Pertronix substituindo o conjunto platinado, condensador e bobina. Esta mudança se deve a dois motivos básicos; a dor de cabeça que é ficar parado na beira da estrada e a falta de material de reposição decente para estes itens. A maior parte dos meus carros antigos possuem essa benesse e não me arrependo nenhum pouco.
Bomba de combustível
Já vi vários tipos de instalação de bombas elétricas em carros antigos. O que eu julgo ser o melhor sistema é a instalação da bomba do Monza na traseira, um regulador de pressão do combustível ( usado principalmente nos carros turbinados) e um relê que vai ligado na partida. Este tipo de instalação é a prova de erros afinal você não corre o risco de estacionar o carro e esquecer a bomba ligada o que pode não só descarregar a sua bateria como muito provavelmente gerar um calço hidráulico. Faço isso pois, as bombas importadas nem sempre são “tropicalizadas” ou então você só encontra peças de estoque antigo e sua vida útil é ínfima.
Freios
Durante a restauração Rambler, eu quis manter o conjunto de freios originais do carro (quatro tambores sem servo assistência ) confesso que foi um erro. A capacidade de frenagem do carro é ridícula, até aí sem grandes problemas é só você antecipar que está tudo certo só que não. O grande problema é que os freios dos carros modernos evoluíram muito e o tempo de antecipação caiu drasticamente e desse modo eu já passei bons apertos com essa configuração de freios. Como vou dirigir um barco de 18,5 pés é bom que pare em uma distancia mínima. Dessa maneira, irei buscar um par de discos de um carro ou camionete que tenha um peso próximo ao meu carro e manterei os tambores traseiros originais.
Direção hidráulica
Os modelos 1957 saíam de fábrica com direção hidráulica como opcional e eu terei que encontrar o conjunto original para instalá-lo. Devo admitir que não é nada fácil dirigir esse carro sem assistência mas não é impossível, no entanto, a senhora minha mãe dirige os carros e para ela é bem complicado manejar. Se algum leitor quiser me ajudar na empreitada de achar essas peças será bem-vindo.
Abraços e até a próxima.
Por José Eduardo Paravani Faillage, Project Cars #73