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Project Cars

Project Cars Revival: veja como está o Lamborghini Diablo feito em casa atualmente!

Quem nunca em algum momento de tédio começou a construir uma réplica de um Lamborghini Diablo? Foi assim que, há exatos 10 anos, em julho de 2015, Denis Schiavon apresentou seu Project Car aos FlatOuters. Era mesmo uma época louca; os Project Cars tinham de tudo: barco a vela, microcarro feito numa cobertura de apartamento, Polo VR6, Kombi de track day, Fuskombi… e, claro, um Lamborghini feito numa garagem do norte do Paraná.

O projeto se estendeu por mais de cinco anos — ele foi dado como encerrado pelo proprietário em 2020, que foi quando o carro começou a ser usado efetivamente. Mas, como todos sabemos, um Project Car nunca está concluído, eles sempre continuam evoluindo, melhorando detalhes aqui e ali. Nós vimos isso em 2021, quando o Diablo foi apresentado em nosso FlatOut Classics — com um emocionante relato sobre a relação de Denis e seu pai com o projeto. 

Uma réplica do Lamborghini Diablo contra o tempo | FlatOut Classics

Passados quatro anos desde a última vez que vimos este Diablo paranaense, resolvemos entrar em contato com Schiavon novamente para saber como está o projeto atualmente. Não por que achamos o projeto mais especial que os demais, mas por que estamos começando um quadro novo que irá revisitar os Project Cars concluídos e saber por onde andam e como estão hoje em dia. A seguir, confira o relado do Denis sobre o Diablo em 2025 — e deixe nos comentários qual Project Cars você gostaria de rever aqui no FlatOut. – Leo Contesini


 

Desde a última atualização do Project Cars #225 aconteceu muita coisa — boa e ruim – em minha vida, mas algo que sempre manteve constante foi a mudança.

Com o carro “terminado” (as aspas nunca sairão daqui eu acredito) eu e meu pai sr. Luiz Schiavon curtimos ele bastante, meu pai ia pra todo lugar com ela, sempre uma desculpa diferente, “vou testar os freios”, “acho que o carro tá esquentando, vou dar uma olhada nisso” mas eu sempre sabia, e ele também, que tava tudo certo, ao menos na maioria das vezes e que tudo que ele queria era aproveitar o que criamos.

Em agosto daquele mesmo ano de 2020 meu pai veio a falecer, em pleno dias dos pais, um pedaço da minha história ficou, e precisei continuar, continuando seu negócio, aprendendo a fazer o que ele fazia.

Dali pra frente, além de organizar minha vida, cuidar da minha filha, sempre busquei um tempo para o carro. Troque o volante para liberar mais espaço para as pernas, atualizei a suspensão dianteira utilizando, dessa vez, mangas de eixo de um Corvette C5, como seguia o projeto original do chassi — na época não sabíamos como importar essas peças e acabamos por fabricar similares, porém com dimensões erradas para os ângulos de bandeja. Com as mangas novas e a caixa de direção reposicionada, tudo ficou certo e o bumpsteer foi eliminado. Hoje ele é um carro de estabilidade incrível mesmo em velocidades mais altas.

Por falar em velocidades mais altas, também instalei um supercharger Eaton TVSR1320 com polia para 0.7 bar de pressão, rendendo 310 cv no Audi 2.8 30v. Com as mangas de eixo novas também precisei trocar as rodas pois as antigas não serviram mais — o que achei até benéfico, pois mesmo tendo o mesmo diâmetro, elas parecem duas polegadas maiores.

Outras grandes atualizações foram o acabamento da asa com efeito de fibra de carbono forjada, onde usei fibra de carbono picada e resina por cima da asa, e as lanternas com efeito infinito.

Na próxima etapa pretendo acertar todos os acabamentos, internos e externos. Agora, com mais experiência, consigo fazer melhor do que o que fizemos na época, e assim deixar tudo como eu e meu pai sempre quisemos.

A etapa atual é a instalação de um motor V12 M70 da BMW, encamisado e com pistões de 84,7 mm usados no Kadett a álcool, e que ficará com taxa de compressão de 13:1 e coletores de escape dimensionados. O motor será controlado por duas ECU Master Injection conversando entre si para ter um mapa único, e ao mesmo tempo capacidade para gerenciar os 12 cilindros de forma sequencial.

Também decidi mudar de cor, agora um roxo, baseado na versão SE30, será colocada no lugar do amarelo.

Nestes últimos cinco anos eu passei por alguns apertos, até anunciei o carro por não conseguir mais dedicar tempo a ele — alguns de vocês devem ter visto —, mas, felizmente, mudei de ideia. Também me casei, e minha filha, que aliás praticamente nasceu junto com o este projeto, já está uma mocinha que adora ser buscada na escola com o carro. E claro, o carro também participou do meu ensaio de casamento. Seja o que for, ele está sempre presente.