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Car Culture Pergunta do dia

Qual é o carro italiano mais emblemático já feito?

Se você acompanhava o antigo Top Gear, talvez se lembre de um episódio (o sexto da décima temporada, exibido em novembro de 2007) em que James May avalia o Alfa Romeo 159, substituto do belíssimo 156 que havia acabado de ser apresentado. O desafio era não usar palavras clichê que normalmente são associadas a carros italianos para descrever o 159 — coisas como “alma” e “paixão”, por exemplo.

E foi complicado. Por mais que você seja daqueles que acreditam que um carro é, acima de tudo, uma máquina feita com engenharia, precisão e conhecimento técnico; e não goste de associar um veículo a emoções ou características humanas, é praticamente impossível não fazê-lo com os carros italianos.

Ainda mais com um Alfa Romeo

Claro, não são todos os carros italianos que merecem um discurso de alguns minutos exaltando suas formas, o ronco do motor e a voracidade com que devora curvas em estradas nas montanhas, arrematado com algumas linhas a respeito de alma, paixão e sensualidade. Alguns são clássicos por outras razões, e a gente já vai falar disso, mas vamos prosseguir com nosso pensamento. O tema é: qual é o carro italiano mais icônico que já existiu?

Você já parou para pensar em como existem supercarros italianos? Claro, há os americanos como o Dodge Viper ou o Ford GT, os britânicos como o Jaguar XJ220, alemães como o Porsche Carrera GT e os japoneses como o Lexus LFA. Mas estes carros são meio que exceções — precisamos até de um certo esforço para lembrar dos exemplos de supercarros para estes países. Agora, supercarros italianos? Estes existem aos montes. A Itália é praticamente a terra dos supercarros.

166mm

Red Barchetta

Não há uma razão bem definida para que a Itália seja um celeiro de superesportivos. Seria a geografia local, com estradas sinuosas nas montanhas e belíssimas paisagens para ouvir embalado pelo ronco de um V12? Talvez. O fato é que, na década de 1950 uma equipe chamada Scuderia Ferrari começou a fabricar carros de rua para financiar sua equipe de corrida. Eram, em essência, bólidos de competição transformados em esportivos para uso civil, com carrocerias projetadas e construídas por empresas especializadas (as famosas carrozzerias), acabamento muito mais luxuoso e uma experiência totalmente purista.

Com o passar das décadas, a Ferrari se tornou referência na fabricação de esportivos de rua com alma de carros de corrida. Não vamos dizer que eles inventaram os supercarros, até porque já contamos a história do primeiro supercarro neste post. Relembrando: na definição moderna de supercarro, o primeiro de todos foi o Lamborghini Miura, que trouxe carroceria em forma de cunha, dois lugares e motor central-traseiro.

miura

E a Lamborghini, que talvez seja a outra maior fabricante de supercarros da Itália (seus donos são alemães, mas vamos fingir que não sabemos), só existe porque seu fundador, Ferruccio Lamborghini, quis provar a Enzo Ferrari que era capaz de fabricar esportivos melhores que os dele. E a gente sabe como os italianos levam a sério este tipo de disputa.

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De qualquer forma, desde então outras dezenas de fabricantes de supercarros apareceram — Cizeta, De Tomaso e Pagani, só para citar alguns. Fabricantes de automóveis mais “comuns” também davam uma chance aos esportivos mais exóticos de tempos em tempos (o Alfa Romeo Disco Volante aí em cima é uma prova), aproveitando o aguçado senso estético italiano para dar vida a criações impressionantes. Aliás, a Itália é a terra natal de muitos dos maiores designers automotivos do planeta, como Marcello Gandini, Giorgetto Giugiaro, Walter de Silva e Sergio Pininfarina.

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Paralelamente, a Itália também é conhecida por seus carros compactos. Como diversas outras nações, a Itália precisou reerguer sua economia depois da Segunda Guerra Mundial e, entre suas prioridades, estava motorizar novamente o país. Um dos mais famosos frutos desta necessidade é o Fiat 500 clássico, de 1957: um compacto com uma carinha simpática, motor de dois cilindros na traseira e acomodação surpreendente confortável para quatro adultos.

Ele se tornou um clássico e deu início à tradição italiana de criar bons carros pequenos, que revolucionam no design, na mecânica e no aproveitamento de espaço. Aliás, são carros que precisam ser pequenos por fora e grandes por dentro — basta dar uma olhada em qualquer cidade medieval italiana para entender o motivo: as ruas são estreitas e as leis de trânsito são meras sugestões. Quanto menos espaço você ocupar com seu carro, menores são as chances de arrumar encrenca. E os carros pequenos ainda são bem estilosinhos, diz aí?

cinquecento

O mais bacana é que os italianos parecem curtir igualmente estes dois extremos. Quando você vê uma daquelas provas de subida de montanha, que são tão populares nas cidadezinhas da península, o que se tem são carros pequenos preparados dividindo asfalto com máquinas que já nasceram para ser rápidas. E o espetáculo proporcionado por ambos é igualmente apelativo aos olhos de um entusiasta.

De qualquer forma, o que a gente quer é saber o seguinte: qual é o carro italiano mais emblemático de todos os tempos? A fórmula você já sabe. Agora, nos dê sugestões!