Não há dúvidas de que o ronco do motor conta por mais da metade da experiência ao volante. Orgânico, musical, visceral, apaixonante, agressivo, tímido, rouco, anasalado - é principalmente ao ronco que atribuímos características humanas ao automóvel. Talvez seja por isso que todo car lover tem ou já teve alguma resistência aos veículos elétricos...
De fato, todo o sistema - do filtro de ar à ponteira de escape - age como um instrumento musical. O motor é uma bomba de ar, cujo som, timbre, notas e acordes são formados pela passagem do gás em cada um de seus elementos: restrição do filtro de ar (quem nunca percebeu a diferença no ronco ao botar um filtro esportivo?), passagem do ar pelos corpos de borboleta (os mais treinados conseguem ouvir o momento em que o segundo estágio de um carburador quadrijet entra em ação), ritmo do fluxo de ar ditado pelo comando de válvulas (não só a rotação - por exemplo, os Vtec mudam totalmente o timbre, o tipo do ronco), diâmetro e curvaturas