Nunca se falou tanto sobre um patrocinador na Fórmula 1 como na última semana, quando a Williams revelou sua parceria com a Martini, marcando o retorno da destilaria italiana à categoria depois de uma ausência de quase 35 anos. A volta de uma patrocinadora tão marcante nos atiçou a imaginação e por isso queremos saber de vocês que outros patrocinadores você gostaria de ver retornando à Fórmula 1?
A volta da Williams Martini Racing virou notícia por que as cores do vermute sobre um fundo branco formam uma combinação icônica — basta lembrar do Brabham BT44B pilotado por José Carlos Pace e Carlos Reutemann ou, fora da F1, dos carros de rali da Lancia e, claro, do logotipo do FlatOut. Mas não são apenas as cores ou um nome que tornam a estampa de um patrocinador clássica e cultuada.
Nossa sugestão é um exemplo disso. A Hesketh Racing, equipe fundada em 1973, ganhava destaque por seu estilo excêntrico e pela habilidade de seu então novato piloto principal, um tal James Hunt.
Hunt e a Hesketh tinham tudo a ver: a equipe fundada pelo aristocrata Lord Hesketh tinha um “jeito de playboy”: seus pilotos chegavam às corridas em Rolls-Royces, bebiam champagne qualquer que fosse o resultado da corrida e sempre se hospedavam em hotéis cinco-estrelas. Hunt, apreciador da boa vida, se sentia em casa, e retribuía à altura — entre 1973 e 1975 ele pilotou muito bem, dando certo destaque à equipe e vencendo o Grande Prêmio da Holanda em 75, e acabou em 4º lugar naquele campeonato.
Além disso, a Hesketh também costumava recusar patrocinadores — até a saída de Hunt, que foi para a McLaren e venceu seu primeiro campeonato em 1976. A partir dali, enfraquecida, a equipe fechou com uma grande empresa: a revista masculina Penthouse. Ao lado da Hustler e da Playboy, a Penthouse era uma das maiores revistas do segmento, e também a mais explícita das três.
Agora chamada Penthouse Rizla Racing, (Rizla era uma fabricante de papel para enrolar cigarros) a Hesketh exibia um grande logo da revista na lateral de seu carro azul, e era decorado também pela pintura de uma garota sensual. Entre 1976 e 1978 a equipe não conseguiu marcar nenhum ponto na Fórmula 1, mas o carro fazia muito sucesso entre o público predominantemente masculino da Fórmula 1. Nos anos 80, a revista firmou patrocínios com outras equipes: a RAM-Williams, a Theodore Racing e a Arrows.
Hoje em dia jamais veríamos uma equipe como a Penthouse Rizla Racing. A sociedade e a Fórmula 1 mudaram bastante, e algumas empresas não seriam aceitas, como todas as marcas de cigarro. Várias delas, porém, vão deixar saudade. Inspirados pelo Flávio Gomes, vamos perguntar: de que outros patrocinadores você sente falta e gostaria de ver novamente?