Durante muitos anos toda uma geração de entusiasta era fascinada pela impressionante potência específica do motor F20C do Honda S2000, que deslocava pouco menos de 2.000 cm³ para produzir 240 cv, resultando em impressionantes 120 cv/l sem a ajuda de sobrealimentação. Claro, ajudava muito o fato de ele girar a 9.000 rpm.
Então veio a era do downsizing e os velhos motores giradores foram substituídos por motores menores e sobrealimentados, e a busca por mais eficiência energética resultou em motores relativamente pequenos produzindo potência impressionante. Primeiro foi o Mercedes A45 AMG, que produz 350 cv usando um quatro-cilindros turbo de apenas dois litros — ou 175 cv/l, número impressionante até mesmo para um motor turbo. Para colocar em contexto, o 1.0 EcoBoost da Ford produz cerca de 125 cv, e a Ferrari F40 teria 507 cv se o seu V8 tivesse essa mesma potência específica.
Mas agora a Volvo divulgou um novo motor conceitual para um futuro próximo que irá muito além disso. O quanto? Que tal produzir 450 cv com um motor 2.0? Sim, você leu direito: 450 cv com dois litros de deslocamento. São 225 cv por litro deslocado. Como eles conseguiram isso? Com a magia negra dos turbos. Muitos turbos.
Na verdade são apenas três, mas isso é bem mais do que estamos acostumados a ver. Batizado de Drive-E, o motor usa dois turbos paralelos que são alimentados por um turbo elétrico. Dessa forma, o ar comprimido por esse turbo elétrico não alimenta os cilindros — ele serve apenas para girar os dois turbos paralelos para produzir uma quantidade absurda de potência com praticamente zero de lag.
O princípio é semelhante ao do conjunto híbrido da Fórmula 1, que usa a eletricidade para manter os turbos girando mesmo em desacelerações — momento em que o fluxo do escape não é suficiente para “encher” as turbinas. Além dos turbos, o motor usa um sistema de injeção direta que usa uma bomba eletrônica para injetar o combustível nos cilindros a uma pressão de 250 bar.
Infelizmente a Volvo ainda não confirmou quando nem em qual modelo este motor será oferecido, mas considerando que o desenvolvimento contou com a parceria da Polestar nos estágios iniciais, ele pode muito bem ser aproveitado em alguma futura versão radical da marca sueca. Quem sabe substituindo o antigo seis-em-linha turbo do S60/V60?